Brennand é condenado mais uma vez por estupro e penas já ultrapassam 20 anos de prisão

Nova sentença contra o empresário impôs oito anos de reclusão e pagamento de indenização de R$ 50 mil

Por — São Paulo


Thiago Brennand está preso desde abril do ano passado Reprodução

O empresário Thiago Brennand foi condenado pela 2ª Vara de Porto Feliz (SP) a oito anos de prisão por estupro de uma mulher. Ele terá também que pagar indenização fixada pela juíza Raisa Alcântara Cruvinel Schneider em R$ 50 mil. Cabe recurso.

Esta é a terceira condenação que o empresário e herdeiro acumula na Justiça, sendo a segunda por crime de estupro. Na primeira delas, a sentença assinada pelo juiz Israel Salu, de Porto Feliz, impôs pena de dez anos e seis meses de reclusão a Brennand por crime sexual contra uma ex-namorada americana. O empresário também foi condenado a um ano e oito meses encarcerado por agressão à modelo Alliny Helena Gomes, ocorrida em agosto de 2022, em uma academia de luxo de São Paulo. Somadas, as penas alcançam 20 anos e dois meses.

A nova condenação de Brennand se refere a acusações feitas por uma mulher que disse ter sido obrigada a fazer sexo sem uso de preservativo contra sua vontade quando esteve na casa do empresário no condomínio de luxo.

A mulher declarou que foi convidada por Brennand para fazer uma massagem no dia 31 de março de 2022. Esperava fazer o serviço na capital paulista, mas Brennand pediu para que ela fosse à sua casa no interior. Foi acompanhada por uma amiga e chegou ao local já tarde da noite, após as 23h.

A mulher relatou que Brennand mostrou a elas sua coleção de armas antes de levá-las ao quarto. “Isso me questionar se ele fez isso por puro ego ou para causar algum tipo de intimidação nas vítimas, já que sua intenção era violentar”, declarou a mulher em depoimento encaminhado ao MP-SP.

Segundo a vítima, Brennand mandou sua colega sair do quarto e, dirigindo-se a ela, pediu para fazer sexo sem camisinha, o que ela recusou. “Ele começou a falar de forma super rude, e seu quarto estava cheio de armas expostas. Ele pediu para que eu deitasse na frente dele, e pediu para eu não ter medo! A essa altura, eu já estava com muito medo. Eu estava distante de tudo, ninguém sabia que eu estava ali, só tinha funcionários de anos, aparentemente de confiança dele. Não dava para correr, nem gritar, não dava para fazer nada! Então nesse momento ele abusou de mim. Fez exatamente o que eu não queria, sem meu consentimento, mesmo eu tendo falado que não queria!”, declarou.

Ao GLOBO, o advogado que representa Brennand, Roberto Podval, classificou como "triste" a condenação e manifestou confiança na reversão da sentença nas instâncias superiores. "Embora já deveria estar acostumado com as dificuldades em se buscar justiça nos casos midiáticos, é sempre triste constatar que certas coisas ainda não mudaram. Tenho certeza que nos tribunais as provas terão mais valor que as manchetes", disse.

O GLOBO pediu também manifestação da da advogada que representa a vítima, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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Brennand está preso preventivamente desde abril do ano passado, depois de ter sido extraditado de volta ao Brasil sob acusações de uma série de crimes contra mulheres. Além das três condenações, o empresário firmou acordos para encerrar dois processos judiciais: o de um garçom que o acusava por injúria em Porto Feliz e o do caseiro do condomínio de luxo onde Brennand morava, que havia sido ameaçado e chamado de "vagabundo" pelo empresário. Para este, Brennand aceitou pagar R$ 18 mil para encerrar a ação penal. Há ainda outros quatro processos em tramitação na Justiça paulista contra o empresário.

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