Lula critica Zema por dívida de Minas com a União: 'Não precisou pagar parcelas e subiu para R$ 170 bilhões'

Em entrevista, chefe do Executivo disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é um 'grande nome' para concorrer o governo do estado em 2026

Por — Rio de Janeiro


O presidente Lula e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema Montagem O GLOBO

RESUMO

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GERADO EM: 27/06/2024 - 11:50

Lula critica Zema e discute dívida com Pacheco

Lula critica Zema por dívida de Minas com a União, menciona prorrogação da liminar e aumento do montante devido. Destaca também a possibilidade de Rodrigo Pacheco concorrer ao governo de Minas em 2026. Reunião entre governo e senador para discutir renegociação da dívida.

Em meio à tentativa de renegociação da dívida pública do governo de Minas Gerais com a União Federal, o presidente Lula (PT) criticou a postura do governador Romeu Zema (Novo) em seu primeiro mandato. Segundo o chefe do Executivo, Zema foi beneficiado pela liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), vigente desde 2018 e que interrompeu o pagamento das parcelas, e mesmo assim, conseguiu subir o montante devido.

— É importante lembrar que, desde o início de seu primeiro mandato, o governador Romeu Zema foi beneficiado por uma liminar concedida pela Justiça ao ex-governador Fernando Pimentel (PT) para não pagar as parcelas da dívida. Em todo este tempo, o governador não precisou pagar as parcelas e, mesmo assim, a dívida subiu de pouco mais de R$ 100 bilhões para os atuais cerca de R$ 170 bilhões — disse o presidente, em entrevista exclusiva ao jornal "O Tempo".

A liminar mencionada pelo presidente expira no próximo dia 13, após duas prorrogações conseguidas pelo governo de Minas apenas neste ano. Na entrevista, o presidente afirmou que seu governo tem "toda disposição" para encontrar uma solução para o problema do estado.

Em março, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um novo modelo de renegociação, que propõe diminuir as taxas de juros cobradas nas dívidas do estado em troca de investimento no Ensino Médio Técnico. Segundo Lula, o estado irá precisar de mais instrumentos para montar uma renegociação "consistente", o que vem sendo tocado por Zema, Haddad, e o presidente do Senado, que é mineiro, Rodrigo Pacheco (PSD).

Nesta quarta-feira, o governador tinha uma reunião marcada com Pacheco para discutir sobre o tema, mas não compareceu. No seu lugar, foram enviados quatro secretários — Gustavo Valadares (Governo), Luiz Cláudio Gomes (Fazenda), Camila Neves (Planejamento) e Marcel Beghini (Secretaria-Geral). Após o encontro, Valadares disse que a intenção é apresentar um projeto de lei no Senado Federal na próxima semana.

— Ficamos muito otimistas com relação às novas propostas apresentadas ao longo da reunião. Queria deixar o testemunho de toda a gratidão do governo do estado e dos mineiros com o senador Rodrigo Pacheco, que tem cumprido um papel espetacular com os estados endividados — disse o secretário de Governo.

A intenção do governo do estado é pedir a prorrogação ao STF por mais 120 dias, a serem contados a partir do dia 13.

Pacheco é 'grande nome' para 2026

Também durante a entrevista ao "O Tempo", Lula foi questionado sobre a viabilidade de Rodrigo Pacheco na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026. Apesar de ponderar que é cedo para definir, o presidente considera o senador um "grande nome".

— As eleições de 2026 estão distantes, como você mesmo disse. Nem o cenário de candidato a prefeitos em 2024 está consolidado, imagina o de governadores daqui a dois anos. Mas claro que o presidente do Senado é um grande nome, teve uma atuação importante na defesa da democracia.

Nos bastidores, o presidente do Senado tem indicado que concorrer ao governo é o seu plano. O comunicado interno veio junto com a tomada das rédeas durante a renegociação da dívida pública. Dentro do PSD, o único nome que poderia bater de frente com ele é o ex-prefeito Alexandre Kalil.

Já sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira, Lula foi questionado se acredita que o avanço na tramitação de pautas de costumes seria uma forma do deputado pressionar o governo. O presidente respondeu que não acha.

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