Integrantes de uma organização criminosa denunciados por tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro são alvos de uma operação deflagrada nesta quinta-feira. A ação é realizada por equipes do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal. Os agentes cumprem 18 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e em Santa Catarina. A ação foi batizada de CashBack (dinheiro de volta, em tradução livre). Até meio-dia, cinco pessoas haviam sido presas.
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O chefe da organização criminosa foi preso nesta quarta-feira em Itapema, Santa Catarina. Com ele foram apreendidos três veículos de luxo, R$ 20 mil, relógios de luxo da marca Rolex e telefones celulares.
De acordo com as investigações, a quadrilha é responsável pelo transporte de drogas entre os estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. O objetivo era abastecer o Complexo do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, e o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado.
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A investigação do Gaeco, afirma o MPRJ, mostrou a existência de um esquema financeiro montado para ocultar dinheiro obtido com a venda das drogas. Carros de luxo foram adquiridos e levados para o Mato Grosso do Sul, para servir de pagamento pela aquisição das drogas. Além disso, contas bancárias de terceiros — pessoas físicas e jurídicas — foram utilizadas para movimentar as quantias. No primeiro semestre de 2021, o grupo movimentou R$ 15 milhões. Um único integrante chegou a movimentar, entre março e dezembro do mesmo ano, R$ 14 milhões.
A apuração sobre a ação do grupo começou na Polícia Federal, com o objetivo de identificar integrantes da facção criminosa Comando Vermelho envolvidos no esquema de tráfico interestadual. Em janeiro de 2022, agentes da PF interceptaram um carro na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Piraí, no Sul Fluminense, com R$ 1.525.832,00 escondidos no compartimento de carga. Diante dos indícios de que o dinheiro se tratava de produto da venda de drogas ou armas para traficantes, foi instaurado o inquérito policial que resultou na denúncia do Gaeco.
Durante as investigações, foram feitas apreensões de drogas — a PF destaca que em maio de 2022 a equipe da DRE fez duas apreensões vinculadas ao grupo criminoso, a primeira de 805 quilos de cocaína em Pirai e, logo em seguida, 808 quilos de cocaína em Seropédica, na Baixada Fluminense.
Os integrantes do grupo responderão pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Se somadas, as penas podem chegar a 35 anos de reclusão.