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Por O Globo e agências internacionais — Paris

RESUMO

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GERADO EM: 24/06/2024 - 18:08

Debate eleitoral na França: Macron x Bardella

Jordan Bardella, líder da extrema direita na França, apresenta programa eleitoral realista e afirma estar pronto para governar. Macron alerta sobre riscos de vitória dos extremos e possível guerra civil. Macron e Bardella debatem propostas econômicas, imigração e relações internacionais, enquanto se preparam para eleições legislativas. Bardella promete cortes de impostos e reformas na previdência, além de postura rígida em relação à Rússia e Israel. Feministas protestam contra avanço da extrema direita.

A menos de uma semana para as eleições legislativas na França, previstas para ocorrer no próximo domingo, o líder de extrema direita francês Jordan Bardella buscou tranquilizar os eleitores do país nesta segunda-feira. O candidato do partido Reagrupamento Nacional (RN) a primeiro-ministro apresentou seu programa eleitoral, disse estar pronto para governar e assegurou que seu possível governo implementaria políticas econômicas “realistas”, sem enfraquecer o país no exterior.

— O RN é atualmente o único movimento que pode pôr em prática as aspirações dos franceses. Em três palavras: nós estamos preparados — disse Bardella, que projeta a vitória de seu partido com maioria absoluta nas eleições legislativas de 30 de junho e 7 de julho.

Estrela emergente da extrema direita, Bardella já se tornou o grande vencedor das eleições para o Parlamento Europeu neste mês. Sua vitória, contudo, levou o presidente centrista Emmanuel Macron a adiantar as eleições legislativas previstas para 2027. Agora, pesquisas mostram que o resultado do pleito antecipado continua incerto. Macron se apresenta contra o RN, mas também em oposição à Nova Frente Popular (NFP), uma coalizão de partidos de esquerda.

Sondagens mostram que o RN e seus aliados lideram a disputa com 35% das intenções de voto. Na sequência há a NFP, com números que variam entre 27% e 29,5%, e a aliança centrista de Macron, com 20%. Após a fala de Bardella, Macron afirmou que os programas eleitorais de seus rivais de extrema direita e da esquerda radical conduzem o país à “guerra civil”. Ao podcast “Génération Do It Yourself”, o mandatário afirmou que a resposta da extrema direita “remete as pessoas a uma religião ou a uma origem”, o que “divide [a sociedade] e conduz à guerra civil”.

Quem também comentou as falas de Bardella foi o primeiro-ministro Gabriel Attal. À Rádio Europe 1, ele disse que “o RN não está preparado para governar”. Attal afirmou que a sigla é “um partido de oposição, e não de governo”.

No discurso, Bardella buscou se projetar como um líder polido, apesar da falta de experiência: aos 28 anos, se eleito, ele deverá ser o primeiro-ministro mais jovem da França. O candidato atacou o balanço econômico do governo de Macron, cuja dívida e déficit públicos são superiores aos limites europeus, e criticou também o programa do NFP, que, em sua opinião, provocará um aumento da imigração e uma crise econômica.

— A situação orçamentária do país, com 300 bilhões de euros em dívida adicional nos últimos dois anos e déficits públicos e comerciais recordes, deve ser levada em conta — disse ele, que ainda ressaltou as grandes linhas de seu movimento sobre segurança e controle da imigração e prometeu um “big bang de autoridade” nas escolas, propondo o uso de uniformes e a proibição de celulares nos centros educativos, entre outros.

Bardella prometeu, também, “defender o poder de compra” cortando impostos sobre combustíveis, gás e eletricidade. Ele mencionou, ainda, cortes de impostos para empresas que aumentem os salários de seus funcionários de baixa e média remuneração em até 10%. O candidato se comprometeu a reverter as mudanças na previdência feitas por Macron, que aumentou a idade de aposentadoria para 64 anos no ano passado. A idade voltaria a ser 62 anos, mas com a condição de que as pessoas trabalhem ao menos 42 anos.

Segundo a Associated Press, um panfleto de 21 páginas com promessas divulgado pelo RN não apresentou os custos detalhados para seus planos. Bardella disse que uma de suas primeiras ações como primeiro-ministro seria ordenar uma auditoria das finanças da França. O objetivo, disse, seria ter uma ideia sobre como as medidas poderiam ser financiadas.

Rússia como ‘ameaça’

Embora seus detratores considerem o RN como próximo ao presidente russo, Vladimir Putin, Bardella assegurou que seu eventual governo se manteria “muito vigilante” às “tentativas de interferência da Rússia”, país que considerou uma “ameaça para a França e para a Europa”. Ele disse apoiar a continuidade das entregas de armamentos franceses à Ucrânia, mas pontuou que opõe ao envio de tropas francesas a Kiev, bem como de mísseis de longo alcance e outros armamentos capazes de atingir alvos dentro do território russo – algo que disse ser suas “linhas vermelhas”.

Sobre o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza, enquanto Macron propôs que uma coalizão internacional se una ao esforço do Estado judeu para combater o grupo terrorista – ao mesmo tempo em que defendeu a retomada de uma saída política para os palestinos –, Bardella disse que “reconhecer um Estado palestino hoje seria reconhecer o terrorismo”. A França abriga a principal comunidade judaica da Europa.

Apesar dos temores sobre a chegada da extrema direita ao poder no continente, Bardella se apresentou como o primeiro-ministro de “todos os franceses”. Ele afirmou que sua chegada ao poder “também marcará o retorno da França ao palco europeu para defender seus interesses”. Defendeu, ainda, que uma regulamentação mais rígida da migração seria uma de suas prioridades imediatas. Cidadãos com dupla nacionalidade, ressaltou, seriam proibidos de ocupar alguns cargos específicos (como funcionários do Estado nas áreas de Defesa e Segurança). (Com AFP)

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