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Por O Globo

Minutos depois do anúncio do presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciar "mobilizações irregulares" de tropas militares nos arredores do palácio presidencial, no que depois se revelou ser uma tentativa de golpe contra seu governo, países da América Latina e a Organização dos Estados Americanos saíram em defesa das lideranças bolivianas, e exigiram respeito aos valores democráticos.

"A Secretaria-Geral da OEA condena veementemente os acontecimentos na Bolívia . O Exército deve submeter-se ao poder civil legitimamente eleito. Enviamos nossa solidariedade ao Presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, ao seu governo e a todo o povo boliviano", escreveu no X, o antigo Twitter, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro. "A comunidade internacional, a OEA e a Secretaria-Geral não tolerarão qualquer violação da ordem constitucional legítima na Bolivia ou em qualquer outro lugar."

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, anfitrião da reunião da OEA, em Assunção, disse condenar "as mobilizações irregulares do exército boliviano denunciadas pelo presidente Luis Arce", e fez um "forte apelo ao respeito pela democracia e pelo Estado de direito", em declarações no X.

O governo dos EUA ainda não se pronunciou com detalhes sobre os acontecimentos em La Paz, mas um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que Washington "está monitorando de perto a situação na Bolívia e pede calma" neste momento.

Em comunicado, o escritório da ONU na Bolívia demonstrou sua "profunda preocupação diante dos recentes acontecimentos que ameaçam a estabilidade do país", fez um apelo para que "todos os atores da sociedade boliviana, incluindo as Forças Armadas, atuem com responsabilidade, comedimento e respeitoi aos valores democráticos", e defendeu a "preservação de um clima de paz e garantia dos direitos humanos".

Bolívia: veículo militar blindado bate na porta do palácio presidencial

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Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é "um amante da democracia", que deseja que "a democracia prevaleça na América Latina, e que '"golpe nunca deu certo". O Planalto também afirmiu que o presidente cogita uma viagem ao país andino no mês que vem.

— Pedi para o meu ministro entrar em contato pra ele ter certeza porque a gente não pode ficar anunciando coisa que depois não acontece. Eu quero informações, eu pedi para o ministro Mauro ligar para a Bolívia, ligar para o presidente, ligar para o embaixador brasileiro para gente ter certeza para ter uma posição — afirmou.

No X, Lula reiterou as declarações de apoio a Arce.

"A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por Luis Arce", escreveu o presidente.

Em declarações ao GLOBO, o embaixador do Brasil em La Paz, Luís Henrique Sobreira Lopes, disse que a forte reação internacional às primeiras notícias da tentativa de golpe ajudaram a sufocar o levante.

— O Brasil e outros países se uniram contra o que estava acontecendo. Aparentemente, foi sufocada a tentativa de golpe. Mas estamos acompanhando — disse Sobreira Lopes ao GLOBO.

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que ocupa a presidência rotativa da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), convocou os presidentes dos países do bloco para que "condenem o fascismo que hoje ataca a democracia na Bolívia e exijam o pleno respeito pelo poder civil e pela Constituição".

"As forças militares levaram a cabo mais uma vez um golpe de Estado criminoso. Expressamos nosso apoio incondicional ao povo irmão da Bolívia, ao presidente Luis Arce e a Evo Morales", disse a líder hondurenha no X.

Em uma publicação no X, a chanceler da Argentina, Diana Mondino, afirmou que "governos, sejam bons ou maus, gostem ou não, só são mudados nas urnas", e que não podem ser mudados "com golpes de Estado violentos", sem citar a Bolívia ou o nome de Luis Arce.

"A democracia não é negociada", concluiu. O presidente Javier Milei, que não tem boas relações com o governo boliviano, não se pronunciou.

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, rejeitou a tentativa de golpe na Bolívia e convidou "todo o povo boliviano à resistência democrática", ecoando um pedido do próprio Arce.

"A América Latina deve unir-se em favor da democracia. A embaixada colombiana deve conceder refúgio aos perseguidos. Não haverá relação diplomática entre a Colômbia e a ditadura", escreveu Petro no X. "Um golpe antidemocrático é recebido com uma mobilização generalizada do povo."

Durante um evento na cidade de Barquisimeto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de "Insolencia total e absoluta do ex-comandante do Exército da Bolivia, Juan José Zúñiga", e pediu que a democracia seja respeitada no país.

— Estamos na Venezuela denunciando um golpe de Estado na Bolívia — disse Maduro. — Apelamos ao povo da Bolívia para que defenda a sua Constituição e o seu presidente Arce.

Gabriel Boric, presidente do Chile, expressou a "preocupação pela situação na Bolívia", e destacou o "apoio à democracia no nosso país irmão e ao governo legítimo de Luis Arce".

"Condenamos veementemente a inaceitável ação de força por parte de um sector do Exército daquele país. Não podemos tolerar qualquer violação da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar", concluiu o líder chileno.

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, usou linguagem semelhante ao condenar de forma veemente a tentativa de golpe, segundo ele "levados a cabo por um setor das suas Forças Armadas, que ameaçam a sua ordem democrática e constitucional".

"Expressamos a nossa solidariedade ao governo legítimo do presidente Luis Arce", concluiu Lacalle Pou, no X.

Presidente da Bolívia denuncia ‘mobilizações irregulares’ de militares

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Através da conta oficial da Presidência no X, a chefe de Estado peruana, Dina Boluarte, disse que o país" condena veementemente a tentativa de ruptura constitucional no Estado Plurinacional da Bolívia, e que "apóia o povo e o governo constitucional do presidente Luis Arce, e rejeita qualquer ato que ameace a ordem democrática e institucional daquele país".

"Da mesma forma, [o Peru] manifesta o seu apoio aos esforços institucionais para preservar a ordem e o Estado de direito no país irmão da Bolívia", conclui a publicação.

Em comunicado, a Chancelaria do Equador disse "lamentar os ocorridos na Bolívia", e que o país "faz votos pela vigência da democracia, do Estado de direito, e pelo respeito à ordem constitucional estabelecida".

"Confiamos em uma saída pacífica a esta grave situação. Reiteramos nossa solidariedade ao povo boliviano", conclui o breve comunicado.

Bernardo Arévalo, presidente da Guatemala, afirmou no X que seu governo "rejeita as ações recentes que um grupo do Exército tomou na Bolívia", que "nem a força nem a imposição são a forma de construir nações democráticas e livres", e prestou apoio a Arce.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou no X que seu governo expressa "a mais veemente condenação à tentativa de golpe de Estado na Bolívia".

"Nosso total apoio e apoio ao presidente Luis Alberto Arce Catacora, autêntica autoridade democrática dessa cidade e país irmão", escreveu o líder mexicano. A presidente eleita do país, Claudia Sheinbaum, também se pronunciou, dizendo que o levante "é um ataque à democracia", e prestando "apoio incondicional ao Presidente Luís Arce e ao seu povo".

O presidente de Cuba, Miguel Diáz-Canel, disse no X que a "indignação contra a democracia e o povo boliviano mostrada nas imagens da mídia internacional esta tarde na Bolívia é ultrajante", e afirmou repudiar "a tentativa de golpe de Estado em curso", prestando "toda a solidariedade do Governo e do povo cubano ao irmão Luis Arce".

As críticas vieram também veio da União Europeia (UE), Josep Borrell, chefe da diplomacia do bloco, disse no X que a UE "condena qualquer tentativa de perturbar a ordem constitucional na Bolívia, e de derrubar governos democraticamente eleitos, e manifesta a sua solidariedade para com o governo e o povo bolivianos".

Na Espanha, o premier Pedro Sánchez condenou a tentativa de golpe e enviou "ao Governo da Bolívia e ao seu povo o nosso apoio e solidariedade e apelamos a que respeitem a democracia e o Estado de direito", em declaração no X.

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