Juan José Zúñiga: Ex-general que tentou golpe na Bolívia pode pegar até 20 anos de prisão; veja crimes

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"Vamos buscar a condenação de Juan José Zúñiga à pena máxima de prisão para esses crimes, que é de 15 a 20 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria-Geral da República iniciaram o processo criminal e seguirão até que este soldado seja condenado", escreveu Lima nas redes sociais.

O ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo, disse que o levante começou a ser orquestrado por Zúñiga por volta das 9h desta quarta (10h em Brasília). O general teria recebido um telefonema de oficiais de sua confiança sobre a movimentação de um grupo de uma unidade militar de Challapata que viajavam em seis veículos, de acordo com o jornal La Razón. Novillo determinou a instauração de uma "investigação severa" sobre quem participou da mobilização militar.

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Demitido do comando do Exército na véspera do levante, Zúñiga foi apontado como o nome por trás das mobilizações de tropas e blindados que tomaram a frente da sede presidencial em La Paz, na Praça Murillo. A ação foi denunciada pelo presidente Luis Arce, que classificou as movimentações militares como "irregulares". O ex-presidente Evo Morales afirmou existir um golpe de Estado em curso.

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Membro do alto escalão do Exército boliviano, Zúñiga atuou como chefe das Forças Armadas desde 2022 até sua destituição. Controvérsias e acusações diversas fazem parte da carreira do militar. Enquanto ocupava o cargo de chefe do Estado-Maior, por exemplo, foi identificado por Morales como um dos nomes envolvidos em um suposto plano para perseguir lideranças políticas.

Nesta segunda-feira, Zúñiga, durante uma entrevista na televisão, disse que Morales não poderia mais ser o presidente do país por ter sido inabilitado. O militar declarou que não permitira "que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo".

Morales criticou as declarações em uma publicação no X, antigo Twitter: "O tipo de ameaças feitas pelo comandante-geral do Exército, Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em uma democracia. Se não forem desmentidas [pelo governo], ficará provado que o que estão realmente a organizar é um autogolpe", escreveu Morales nesta terça-feira.

— Sou um militar de honra que está disposto a sacrificar sua vida pela defesa e pela unidade da pátria. Nossa pátria, mais uma vez, está sob a ameaça de inimigos internos e externos que buscam a divisão, a desestabilização e o ódio entre os bolivianos, para se apoderarem dos recursos naturais em benefício de interesses mesquinhos e de grupos de poder que respondem ao caudilhismo — disse o militar ao jornal El Deber ao responder as críticas de Morales.

O histórico de conflitos entre os dois é anterior ao episódio desta semana. Zúniga também já foi acusado de fazer parte de um grupo de militares conhecido como “Pachajchos”. No final de 2022, Morales o acusou de ser o nome por trás de um esquema para desacreditá-lo. O governo boliviano negou a existência desses planos.

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"É preciso ter cuidado com o grupo Pachajcho, organizado pelo chefe do Estado-Maior do Exército (Zúñiga). Militares que estão atrás de Evo, atrás dos dirigentes, perseguição permanente. A qualquer momento, este grupo Pachajcho do Exército vai montar provas, quero adiantar-lhes, alertar o povo", disse Morales em outubro daquele ano.

O general também já foi acusado de envolvimento em escândalos de corrupção, como o desvio de até 2,7 milhões de bolivianos destinados a programas sociais. Em 2014, ele e outros 12 militares foram alvo de sanções com sete dias de prisão pelo caso.

Em janeiro de 2024, Zúñiga foi descrito como um "especialista em inteligência militar" e um "espião a favor do governo", com conhecimento dos movimentos de políticos bolivianos, pelo jornal boliviano El Deber. O militar também teria ligações com movimento sindicais, sendo chamado de "general do povo" e tendo participado em eventos de diferentes organizações ao longo dos anos.