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Por AFP — La Paz

Tropas militares e carros blindados se posicionaram nesta quarta-feira em frente à sede do governo boliviano em La Paz e tentaram derrubar uma porta do Palácio Quemado, conforme relataram jornalistas da AFP. Sob o comando do general Juan José Zúñiga, destituído no dia anterior, soldados se aglomeraram em frente ao edifício, na Praça Murillo, no que o presidente Luis Arce denunciou como uma tentativa de "golpe de Estado".

Em frente ao palácio presidencial, Zúñiga afirmou que os militares pretendem "reestruturar a democracia" no país e exigiu a libertação dos opositores presos.

— As forças armadas estão a tentar reestruturar a democracia, para a transformar numa verdadeira democracia. Não de alguns, não de alguns senhores que governam o país há 30, 40 anos — disse.

Em vídeos que circulam pelas redes sociais, é possível ver o momento em que um blindado avança contra o palácio e tenta derruba uma porta metálica. Em seguida, Zúñiga entra no edifício por um breve antes de sair caminhando, segundo a televisão boliviana. Nesse breve período entre a entrada e saída, o comandante foi confrontando por Arce, que afirmou que não iria "permitir essa insubordinação".

Bolívia: veículo militar blindado bate na porta do palácio presidencial

Bolívia: veículo militar blindado bate na porta do palácio presidencial

Às pressas, o líder boliviano jurou uma nova liderança militar, nomeando José Sánchez Velázquez como o novo comandante do exército. O oficial, ao tomar a palavra, ordenou o regresso dos militares que estavam na praça às suas unidades. Segundo a agência de notícias AFP, os soldados começaram a deixar as imediações da sede do governo.

Desde terça-feira, circulavam rumores sobre a possível destituição do oficial, que está no cargo desde novembro de 2022, após suas declarações sobre a possível candidatura do ex-presidente Evo Morales em 2025. Falando na TV um dia antes, Zúñiga disse que Morales "não pode mais ser presidente deste país".

— Se necessário, [não permitiria] que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo — acrescentou.

A imprensa local começou a relatar a presença de blindados e de militares em torno da sede do governo por volta das 16h30 (horário de Brasília). O comandante teria chegado ao local num blindado e armado, informaram os jornais bolivianos. Arce convocou então os bolivianos a se mobilizarem a favor da democracia, horas após ter denunciado "mobilizações irregulares" de militares em frente à sede presidencial em uma publicação nas redes sociais.

— O país, mais uma vez, enfrenta interesses para que a democracia na Bolívia fique truncada — afirmou o presidente em uma mensagem ao país, juntamente com seus ministros desde o palácio presidencial. — Aqui somos o governo nacional com todos os seus ministros, firmes com o seu vice-presidente. Firmes aqui em Casa Grande para enfrentar qualquer tentativa de golpe, qualquer tentativa que ameace a nossa democracia.

Militares das Forças Armadas da Bolívia tentam dar golpe de Estado no país e tomam praça em La Paz onde fica palácio presidencial — Foto: Editoria de Arte
Militares das Forças Armadas da Bolívia tentam dar golpe de Estado no país e tomam praça em La Paz onde fica palácio presidencial — Foto: Editoria de Arte

As mobilizações também foram denunciadas por Morales nas redes sociais, que também as descreveu como "um golpe de Estado". O ex-presidente escreveu que "pessoal das Forças Armadas e blindados estão sendo deslocados para a Praça Murillo". Assim como Arce, ele convocou uma "Mobilização Nacional para defender a democracia".

Os militares lançaram gás lacrimogêneo e balas contra um grupo de cidadãos que gritavam "Eu luto, vocês não estão sozinhos". Países da América Latina e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também saíram em defesa das lideranças bolivianas, e exigiram respeito aos valores democráticos. O Brasil condenou, "nos mais firmes termos", a tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia, enquanto a administração de Joe Biden "apelou à calma" em La Paz, disse uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca à AFP.

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