Milei nega pedido de desculpas a Lula e critica 'ego inflado' do presidente brasileiro

— Qual é o problema? Que eu disse que ele era corrupto? Ele não foi preso por corrupção? E o que eu disse, comunista? Ele não é comunista? Desde quando você tem de se desculpar por dizer a verdade? — ironizou Milei. — Ou estamos tão infectados pelo politicamente correto que nada pode ser dito sobre a esquerda, mesmo que seja verdade?

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O presidente de Argentina criticou a suposta interferência de Lula na disputa eleitoral de 2023 em favor do candidato peronista, Sergio Massa, rival de Milei. Segundo o argentino, Massa teria feito uma “campanha negativa promovida desde o Brasil” com a ajuda de assessores brasileiros.

Milei minimizou as diferenças com Lula, afirmando que a "discussão [é] tão pequena" que parece algo típico de "pré-adolescentes". O argentino ainda comparou o presidente brasileiro com o presidente colombiano, Gustavo Petro, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, ambos líderes de esquerda com os quais também teve atritos.

— É o mesmo mecanismo do Petro, do Sánchez. Você não acredita que Petro e Lula não fizeram coisas parecidas? No caso do Lula, se envolver na nossa campanha eleitoral — disse.

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Milei, no entanto, aproveitou para colocar panos quentes e assegurou que o Estado argentino manterá boas relações com o Brasil:

— Devemos nos colocar acima dessas ninharias, porque os interesses dos argentinos e dos brasileiros são mais importantes do que o ego inflamado de algum esquerdista.

Lula e Milei evitam aproximações, embora seus governos mantenham uma relação institucional e diplomática de alto-nível. Desde que assumiu a Casa Rosada, em dezembro, eles não tiveram nenhum encontro bilateral. Em entrevista ao Uol na quarta-feira, Lula confirmou que eles ainda não conversaram:

— Eu não conversei com o presidente da Argentina porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem, eu só quero que ele peça desculpas. A Argentina é um país que eu gosto muito. É um país muito importante para o Brasil, assim como o Brasil é muito importante para Argentina e não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre os dois países.

Neste mês, ambos foram convidados para a Cúpula do G7, e chegaram a participar de uma mesma sessão juntos, mas não posaram juntos.