Política
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GERADO EM: 20/06/2024 - 19:18

Vice da Rota como candidato a prefeito de São Paulo causa polêmica e divisões

Nunes anuncia coronel da Rota como vice em chapa de reeleição para prefeitura de São Paulo, pressionado pelo 'efeito Marçal'. Escolha causa resistências e preocupa aliados do prefeito, que buscam manter apoio de diferentes espectros políticos. Boulos e Tabata Amaral veem oportunidade de criticar ligação com Bolsonaro e atrair eleitores de centro. Siglas aliadas apresentam objeções, mas decisão é tomada em meio a estratégia para as eleições municipais.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) vai anunciar nesta sexta-feira o coronel aposentado da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, indicado por Jair Bolsonaro, como seu vice na chapa de reeleição à prefeitura de São Paulo. O anúncio será feito durante uma agenda conjunta de Nunes com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para anunciar a extensão da Linha 5 (Lilás) do metrô até o Jardim Ângela. Há também a expectativa de que o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), participe do evento.

Na quarta, em um jantar organizado pelo governador Tarcísio de Freitas, os partidos que apoiam o emedebista fecharam que a indicação seria do PL, mas houve discussões sobre qual o melhor nome. As vereadores Sonaira Fernandes e Rute Costa, a delegada Raquel Galinatti e a ex-deputada federal Zulaiê Cobra foram algumas das sugestões, mas Araújo, por ter o aval de Bolsonaro, prevaleceu.

A escolha do vice vinha sendo adiada por Nunes, que argumentava ser necessária uma negociação entre todos os partidos de sua base — ele espera ter 12 siglas em sua coligação — para chegar a um consenso. Desde janeiro, o ex-presidente vinha insistindo no nome de Mello Araújo, ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da PM paulista, e ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Mas foi a chegada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa que mudou o cenário.

A possibilidade do coach angariar uma parcela dos votos do eleitorado de direita foi usada como argumento de Bolsonaro e seu entorno para pressionar por uma sinalização mais explícita de que o prefeito está alinhado ao bolsonarismo, e a indicação do vice sugerido pelo ex-chefe do Executivo nacional seria esse sinal. Há duas semanas, Marçal foi até Brasília, reuniu-se com Bolsonaro e publicou uma foto nas redes sociais. Para o entorno do ex-presidente, apesar do apoio a Nunes já estar pacificado há meses, o registro foi uma forma de pressionar o emedebista a acertar a questão do vice com mais rapidez. Deu resultado.

Desde então, a movimentação ficou acelerada e Tarcísio entrou em campo para ajudar nas negociações. Nos últimos meses, o governador vinha adotando a mesma linha de Nunes, de que a definição ficaria mais para frente e que era necessário conversar com todos os partidos.

Na semana passada, porém, mudou o discurso ao dizer que estava “fechado com Bolsonaro” ao endossar Mello Araújo para a chapa do prefeito. Foi Tarcísio quem convocou o jantar no Palácio dos Bandeirantes, no dia de seu aniversário, e convidou as siglas para uma conversa definitiva, além de estar em diálogo com Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, do PL, para aparar eventuais arestas. Nesta sexta, deve ser o governador quem anunciará o nome do vice.

São Paulo já foi governada por vices em várias ocasiões. Em 2006, José Serra deixou a posição e quem assumiu foi Gilberto Kassab (PSD), que viria a ser reeleito. Já em 2018, foi Bruno Covas (PSDB) quem sentou na cadeira de prefeito após João Doria (sem partido) deixar a posição para concorrer ao governo estadual. Covas também foi reeleito, mas morreu em 2021 e Ricardo Nunes, seu vice, assumiu.

Resistências

O discurso oficial de Nunes na demora para anunciar o vice é de que, diferentemente de seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) — que escolheu Marta Suplicy (PT) como vice por indicação de Lula (PT) —, ele não aceitaria “imposição” de ninguém, e que preza pelo diálogo democrático. Entretanto, há outros motivos para ele resistir à indicação de Bolsonaro. Um deles é que ele tem reforçado a “frente ampla” que montou, agregando tanto partidos da direita quanto de centro, e há receio de que um vice aliado de primeira hora de Bolsonaro possa afetar seu desempenho no segundo grupo.

O fato de que São Paulo não é uma cidade bolsonarista é um ponto de atenção para a pré-campanha, pois a maioria dos paulistanos votou em Lula (53,54%) e em Fernando Haddad (54,41%) em 2022. Pesquisa Datafolha divulgada em 30 de maio mostrou que Bolsonaro é um padrinho rejeitado por 61% dos eleitores, contra 45% de Lula.

Nunes não cultiva uma relação próxima com Araújo, e os dois haviam se encontrado poucas vezes, apenas quando Araújo presidia a Ceagesp entre 2020 e 2022. Outro fator levado em consideração é que a chegada de um ex-Rota na chapa possa trazer à baila com mais força o tema da segurança pública, que é uma seara que o prefeito busca evitar em seus discursos porque a competência principal para resolver o problema é do governo estadual.

Mas, nos últimos dias, o prefeito já vinha adotando uma estratégia nova para se referir ao coronel: destacar seu trabalho na Ceagesp, e não como policial. Nunes tem dito que ficou “encantado” ao saber mais sobre a atuação de Araújo no local, pois ele teria acabado com esquemas de corrupção e de abuso sexual que ali ocorriam.

A escolha de um bolsonarista convicto como vice de Nunes é boa notícia para os adversários, segundo o GLOBO apurou. A pré-campanha de Tabata Amaral (PSB) acredita que isso poderia afastar parte do eleitorado de centro que o prefeito tem, que ela poderia angariar. O coordenador da pré-campanha, Orlando Faria, diz que isso poderia pegar um eleitorado de centro que votou no Bruno Covas em 2020, que se sentiria afastado por uma posição mais bolsonarista do prefeito. Já para Boulos, é uma chance de trazer para o debate críticas mais contundentes ao ex-presidente e colar em Nunes a pecha de bolsonarista, apostando na alta rejeição que Bolsonaro tem na capital.

Entre os partidos que apoiam Nunes, também houve objeções. Inicialmente, integrantes do PP se posicionaram contra, mas depois de conversas chegou-se a um consenso. O União Brasil, entretanto, foi a sigla mais contrária à aliança, pois esperava a chance de indicar o nome. O presidente nacional do partido não participou do jantar no Bandeirantes na quarta, mas o vereador Milton Leite, principal liderança da legenda em São Paulo, participou por telefone. Leite tem dito que estará com o prefeito em qualquer cenário, mas a sigla tem Kim Kataguiri (União-SP) como pré-candidato e abriu diálogo com Marçal nos últimos dias.

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