O Preço da Ineficiência: Uma Crítica ao Sistema Único de Saúde
É alarmante e profundamente frustrante observar o caso de uma paciente que, ao longo de um ano, passou por cinco internações para uma cirurgia de vesícula que nunca se concretizou. Este cenário, infelizmente comum no Sistema Único de Saúde (SUS), é um exemplo gritante de ineficiência e desperdício de recursos públicos.
Vamos aos fatos: cinco internações, cada uma com duração média de quatro dias, totalizando aproximadamente 20 dias de hospitalização desnecessária. Isso representa:
1. Um gasto exorbitante e injustificável de recursos públicos em leitos hospitalares, alimentação, medicamentos e cuidados de enfermagem.
2. Uma sobrecarga desnecessária no sistema, ocupando leitos que poderiam ser utilizados por outros pacientes em necessidade urgente.
3. Um desgaste físico e emocional imenso para a paciente, que repetidamente se prepara para um procedimento que não ocorre.
4. Uma perda significativa de produtividade, tanto da paciente quanto de seus familiares, que precisam se organizar a cada internação.
Este caso exemplifica uma falha sistêmica no SUS. A incapacidade de realizar um procedimento relativamente simples como uma colecistectomia (remoção da vesícula) em um ano inteiro é inaceitável. Demonstra problemas graves de gestão, planejamento e alocação de recursos.
Além disso, cada adiamento aumenta o risco de complicações para a paciente. Uma condição que poderia ter sido resolvida rapidamente se transforma em um problema crônico, potencialmente mais grave e mais caro de se tratar no longo prazo.
É imperativo que os gestores do SUS reavaliem seus processos. A eficiência não é apenas uma questão de economia, mas de respeito à dignidade humana. Cada dia de atraso, cada internação desnecessária, representa uma falha no cumprimento do dever constitucional de prover saúde de qualidade a todos os cidadãos.
Este não é apenas um problema de saúde, mas um sintoma de uma doença maior em nossa sociedade: a aceitação da incompetência e do desperdício como norma. É hora de exigir mudanças, de cobrar responsabilidade e de implementar sistemas que priorizem a eficiência e o bem-estar do paciente acima de burocracias estéreis e desculpas repetitivas.
O SUS, concebido como um sistema universal e igualitário, não pode continuar operando desta forma. Casos como este não apenas minam a confiança pública no sistema, mas também perpetuam um ciclo vicioso de ineficiência que custa caro aos cofres públicos e, mais importante, à saúde e à vida dos cidadãos brasileiros.
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