É possível criar crossover entre obras de diferentes autores? A TV aberta continua sendo uma opção para quem não pode assinar tantos streamings. Também funciona como uma voz passiva para quem mora sozinho e, vez ou outra, acaba fisgado por um enredo. Nesse panorama, na maior produtora de conteúdo do Brasil, a Globo, temos três novelas diferentes. Durante décadas, nos acostumamos a nos adaptar ao que estava sendo exibido. Quem estuda Storytelling sabe que é preciso criar ganchos para prender a audiência. Os ganchos precisam existir a cada capítulo, a cada bloco e a cada cena. Mas se esse é o segredo para que uma obra segure você, por que não usar o mesmo na programação do canal? Obviamente isso não é tarefa simples. É impossível fazer com que os autores de novelas estejam o tempo todo escrevendo e ao mesmo tempo se preocupando com o que seus colegas do horário vizinho fazem. A partir daí, surge uma ideia: a escolha de um profissional estratégico que cuide justamente de criar conexão entre as obras, desde o planejamento. O diretor de dramaturgia não tem tempo para se ocupar disso, mas alguém abaixo dele sim. E já existem cases muito antigos que demonstram como é possível fazer isso. No final dos anos 1980, os adolescentes paravam a vida para seguir “Barrados no Baile”. A série se tornou uma verdadeira febre, no Brasil e no mundo. Com o passar do tempo, já nos idos de 1992, o produtor da série, Darren Star, percebeu que seu público estava crescendo e, consequentemente, seus interesses estavam mudando. Ele decidiu, então, criar uma nova série: “Melrose Place”. Mas para fisgar a audiência da série original, Darren se valeu de uma técnica que utilizamos até hoje: o crossover. Antes que Melrose fosse lançada, um novo personagem surgiu em “Barrados no Baile”. Kelly Taylor (Jennie Garth) conheceu Jake Hanson (Grant Show). Jake circulou ali por algum tempo, até que a nova série da franquia fosse lançada. Quando “Melrose Place” estreou, Kelly também apareceu lá. O público de Barrados no Baile estava fisgado. Lembrando que a Globo já ensaia isso há muito tempo. Mas de uma forma muito discreta. É comum vermos um personagem que estará na novela seguinte, contracenando com os personagens no último capítulo da antecessora. Mas isso é muito pouco. A ideia não é ver esse personagem só em um capítulo final. Mas, sim levar uma trama adiante. Uma questão relevante que fez sucesso. Isso demanda pesquisa. Um profissional dedicado a trabalhar nessa transição entre obras pode criar a conexão entre os autores desde o momento da criação e aprovação do argumento. É difícil? Sim! Mas é possível. E a TV tem ainda o break, onde tudo é possível, inclusive com a participação de um patrocinador. E existem diversas formas de criar um crossover entre obras. É preciso ter criatividade e disponibilidade para que as novelas conversem entre si. O que não vale é acreditar que o caminho é muito difícil. Difícil é ser criativo. O resto se resolve.
Não é minha área, mas lendo seu post pude perceber que a criação de crossovers entre obras de diferentes autores na televisão é uma estratégia narrativa bastante promissora que pode enriquecer a experiência do telespectador e aumentar o engajamento da audiência.
Eu não gosto muito de crossover, mas concordo que dá resultados satisfatórios na audiência, se o trabalho for bem elaborado entre os autores. Atualmente, acredito que daria um excelente crossover se alguns personagens da novela No Rancho Fundo participassem da novela Renascer.
Frederico Bellini Não sou da área mais o que eu entedi do seu post foi que apesar das dificuldades, a criação de crossovers entre novelas é uma estratégia possível e que pode enriquecer a experiência do telespectador, mantendo-o engajado e fiel à programação do canal.
Criar crossovers entre obras de diferentes autores é uma ideia intrigante e desafiadora. Embora seja complexo, pode ser uma maneira fascinante de enriquecer o universo ficcional e envolver os espectadores em tramas interconectadas!
Criar crossovers entre obras de diferentes autores é uma estratégia inteligente para prender a audiência e criar conexões entre universos ficcionais, como visto em séries de sucesso como "Barrados no Baile" e "Melrose Place". Com planejamento e colaboração entre profissionais, é possível proporcionar uma experiência narrativa envolvente e cativante para o público, explorando novas possibilidades no universo da televisão.
Advogado
7 mNa TV aberta, mais especificamente na Globo, o primeiro crossover que me lembrei foi o da Dona Armênia (existem vários outros)... Mas talvez num contexto diferente, como um ode à famosa personagem e à atriz, pela interpretação (sem a intenção premeditada de alavancar uma obra imediatamente subsequente, mas sempre de forma comercial). Ainda sobre a Globo, a impressão que tenho é que passaram a explorar esse recurso com mais frequência, de forma um pouco mais sutil, com auxílio da TV fechada (Viva) e do streaming (Globoplay), para manter as obras e os personagens vivos na mente dos telespectadores contemporâneos e os inserir no cotidiano dos telespectadores mais novos.