Publicação de Luís Leitão

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Jornalista | Editor | Analista financeiro independente registado na CMVM

O International Monetary Fund aquele tio rico e distante que só aparece para dar más notícias em reuniões de família, decidiu brindar-nos com mais uma pérola de sabedoria (https://lnkd.in/d8CfgcqW). Parece que a nossa situação habitacional está um pouco… como dizer… desafiante? Quem diria! Em resposta a esta crise crescente, o República Portuguesa - XXIV Governo aprovou recentemente os moldes da garantia pública para apoiar os jovens até aos 35 anos no financiamento da totalidade da sua primeira casa (https://lnkd.in/d9UQGijR). Esta medida, que estará em vigor até 31 de dezembro de 2026, parece uma iniciativa louvável e necessária face às dificuldades enfrentadas pelos mais jovens. Mas há um pequeno detalhe: em 70% dos maiores municípios, esta garantia não chega para dispensar a entrada inicial (https://lnkd.in/dvRxJAqa). É como oferecer um bilhete para um cruzeiro de luxo, mas esquecer-se de mencionar que o barco está ancorado no meio do deserto. Isto significa que, para muitos jovens, o sonho da casa própria permanecerá inalcançável, mesmo com este apoio governamental. A realidade é que o problema da habitação em Portugal é multifacetado e não pode ser resolvido apenas com medidas de facilitação de crédito. Os salários continuam baixos, as casas continuam caras, e os jovens… bem, os jovens continuam a sonhar com o dia em que poderão ter o seu próprio cantinho sem precisar de vender um rim. Mas olhemos para o “lado positivo”: pelo menos agora podem endividar-se até ao pescoço com a bênção do governo, sem necessariamente resolver o problema de fundo, e apesar de todas as chamadas de atenção do Banco de Portugal e do governador em sentido contrário a tudo o que esta garantia pública promove. Veremos como corre, mas parece-me que estamos mais a escavar um problema do que a resolver a crise na habitação. https://lnkd.in/dMGEc8gu

Saiba como funcionará a garantia pública para os jovens comprarem casa

Saiba como funcionará a garantia pública para os jovens comprarem casa

https://eco.sapo.pt

Miguel Canedo

Real Estate Advisor | MLM Entrepreneur | Network Marketing Strategist

3 m

Compreendo a sua perspetiva, mas parece-me que se está a misturar dois conceitos distintos. Uma coisa é a garantia pública e o seu objetivo, que é o de facilitar a aquisição de um imóvel a quem não tem capitais próprios para o fazer (e não tornar o imóvel mais barato). Outra coisa é a capacidade de endividamento do comprador. Parece-me óbvio que não é objetivo da garantia pública permitir a uma pessoa que só tem rendimentos para comprar um imóvel de 200 000 euros, comprar um de 400 000 euros. A garantia pública não torna (nem é esse o seu objetivo) o imóvel mais barato. Apenas facilita a sua aquisição, por via da dispensa de capitais próprios, continuando a observar-se os limites ao nível de esforço do comprador.

Alexandre Cunha Elias

3 Comma Capital SCR | Business Development Director & Investor Relations

3 m

O problema está nos promotores imobiliários. Desistiram de desenvolver em larga escala. Avançar com pipeline de milhares de fogos em uma economia anémica, envolve o risco de ficar agarrado a centenas de apartamentos. Como mitigar o risco? Pedir descida de IVA na construção nova. No entanto, na ausência dos ditos pipeline, o governo percebeu que uma eventual descida do imposto, no curto prazo, só teria o efeito de ajudar a libertar mais margem em projectos para os segmentos mais altos. E assim ficamos. Paralisados pelo impacto deixado pela crise do início da década de 2010. Mais de 150 mil habitações em atraso...

Joao Penha-Lopes

CEng. Ph.D. (Information Mgt) | CEO of CleverTime-Consulting | IST Mentor

3 m

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