A TV Globo, ao longo de sua trajetória, já enfrentou momentos críticos que abalaram sua reputação jornalística. Desde o apoio ao início da ditadura militar, passando pela edição controversa do debate entre Collor e Lula em 1989, até a cobertura do caso da Escola Base em 1994, a emissora se viu no centro de debates sobre ética e imparcialidade no jornalismo. Esses episódios são frequentemente citados como exemplos do que não se deve fazer em jornalismo, mas a situação atual apresenta desafios ainda mais profundos.
Nos últimos anos, a TV Globo tem comprometido sua credibilidade ao adotar uma postura editorial alinhada a interesses políticos específicos, especialmente em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF). A emissora tem ignorado ou minimizado abusos claros, como inquéritos ilegais e investigações suspeitas conduzidas por ministros que atuam simultaneamente como vítimas, investigadores e juízes. Não houve, em momento algum, cobertura crítica sobre declarações polêmicas, como a de Alexandre de Moraes, que teria sugerido "usar a criatividade" para justificar condenações.
O posicionamento ideológico da Globo ficou ainda mais evidente quando rotulou as manifestações de 7 de setembro como "manifestações golpistas", apesar de terem lotado locais emblemáticos como a Avenida Paulista, a praia de Copacabana, a Esplanada dos Ministérios e diversos pontos importantes nas 27 capitais do país. Nesse momento ela atacou uma parcela significativa da população, que representa mais de 50%. O impacto dessa postura se reflete nos índices de audiência da TV aberta e também nos canais jornalísticos da TV fechada. A Jovem Pan News, por exemplo, tem alcançado a liderança frequentemente, especialmente em coberturas de grande relevância, onde antes a GloboNews dominava.
A ausência de diversidade política entre seus jornalistas também tem sido um ponto de crítica. A TV Globo é percebida como tendo uma linha editorial homogênea, sem representar os espectros políticos. A contratação de Daniela Lima, ex-CNN, conhecida por seu apoio claro ao governo atual, intensificou essas discussões, sugerindo uma continuidade de alinhamento ideológico.
Embora a emissora se posicione como preocupada com a diversidade, essa preocupação não se reflete plenamente em seu jornalismo. A verdadeira diversidade deve incluir não apenas raça ou gênero, mas também um amplo espectro de ideias, algo que a Globo atual não tem se permitido debater. A postura da Globo, que historicamente sempre foi acusada de ter interesses políticos e financeiros por trás de suas coberturas, questiona mais uma vez sua imparcialidade e traz impactos significativos à sua credibilidade e audiência.
A pergunta que fica é: ainda dá tempo de reverter o estrago?
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