À Matias Cardoso
Anderson Anjos, Fev. 2016.

À Matias Cardoso

Na aridez destas terras

Nascera o berço das Gerais

As margens do Velho Chico

Mesclaram-se culturas desiguais.

 

Existiram seus tempos de glória

Das Bandeiras que lá chegaram

Neste ponto estratégico

Esses bravos se assentaram.

 

O comércio ali prosperava

E de Morrinhos foi chamado

Em nome da fé de um povo

Um templo foi levantado.

 

Imponente Igreja de Morrinhos

Um colosso em meio ao sertão

Tanta beleza em seu estilo

Dos jesuítas daquela missão.

 

Os ornamentos foram feitos

Em meio ao trabalho escravo

No seu porte de fortaleza

E na beleza de seu retábulo.

 

Mas a decadência veio àquelas terras

E o povoado ficando quase deserto

Restando os devotos de Nossa Senhora

Devido ao ouro d'outros lados descoberto.

 

 

Um local perdido no passado

Que guarda riquezas de grande importância

O folclore, os costumes e a igreja

Onde tempo e presente parecem sem relevância.

 

E hoje quando olho para este sertão

Vejo um rio São Francisco assoreado

E sinto no semblante do pobre pescador

As boas lembranças das pescas do passado.

 

No bucolismo do seu estilo de vida

E na complacência daquela gente

Sentem os que visitam Mathias

Uma acolhida boa e diferente.

 

Os forasteiros que conhecem esta cidade

Com certeza não mais esquecerão

Um povo alegre e esperançoso

Apesar das dificuldades daquela região.

 

Preservar a história de Matias Cardoso

é o anseio desse povo barranqueiro

Para que não se perca esse patrimônio

Raiz histórica do norte mineiro.

(ANJOS, Anderson Ricardo dos, 2000)

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