À Matias Cardoso
Anderson Anjos
Anderson Anjos
Professor EBTT Arquitetura na Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais
Publicado em 23 de mai. de 2016
Na aridez destas terras
Nascera o berço das Gerais
As margens do Velho Chico
Mesclaram-se culturas desiguais.
Existiram seus tempos de glória
Das Bandeiras que lá chegaram
Neste ponto estratégico
Esses bravos se assentaram.
O comércio ali prosperava
E de Morrinhos foi chamado
Em nome da fé de um povo
Um templo foi levantado.
Imponente Igreja de Morrinhos
Um colosso em meio ao sertão
Tanta beleza em seu estilo
Dos jesuítas daquela missão.
Os ornamentos foram feitos
Em meio ao trabalho escravo
No seu porte de fortaleza
E na beleza de seu retábulo.
Mas a decadência veio àquelas terras
E o povoado ficando quase deserto
Restando os devotos de Nossa Senhora
Devido ao ouro d'outros lados descoberto.
Um local perdido no passado
Que guarda riquezas de grande importância
O folclore, os costumes e a igreja
Onde tempo e presente parecem sem relevância.
E hoje quando olho para este sertão
Vejo um rio São Francisco assoreado
E sinto no semblante do pobre pescador
As boas lembranças das pescas do passado.
No bucolismo do seu estilo de vida
E na complacência daquela gente
Sentem os que visitam Mathias
Uma acolhida boa e diferente.
Os forasteiros que conhecem esta cidade
Com certeza não mais esquecerão
Um povo alegre e esperançoso
Apesar das dificuldades daquela região.
Preservar a história de Matias Cardoso
é o anseio desse povo barranqueiro
Para que não se perca esse patrimônio
Raiz histórica do norte mineiro.
(ANJOS, Anderson Ricardo dos, 2000)