Às vezes, precisamos dar uma virada na carreira

Antes de começar a falar sobre empreendedorismo feminino e homenagear todas as mulheres que decidiram mudar suas vidas empreendendo, eu preciso apresentar a minha trajetória, porque eu me encaixo em uma dessas histórias de mulheres que empreenderam e transformaram as próprias vidas.

Em todas as empresas em que trabalhei, consegui fazer grandes transformações e até mesmo criar departamentos que não existiam e sempre com verbas muito pequenas. Também sempre tive um perfil questionador e de iniciativa - muitas dessas realizações, inclusive, vieram dessas duas características -, de “incomodar” mesmo, perguntando por quê as coisas não poderiam ser diferentes do que eram.

Estava e estou sempre pensando como posso inovar, mudar as coisas que consideram que podem ser melhoradas e tenho muita facilidade em agir de forma proativa.

Não tenho medo de colocar a mão na massa.

Em paralelo à vida profissional, também fiz projetos meus. Aprendi lettering e pintura orgânica (a imagem deste post fui eu que desenhei), tive uma fábrica de joias em prata, um clube de compras do interior de São Paulo e fui fotógrafa de famílias. Tudo isso me ajudou a preparar a bagagem para chegar onde estou agora, a chegar no momento onde eu finalmente decidi que queria trilhar o caminho do empreendedorismo.

Hoje meu papel na MemoBCC traz o conhecimento que tudo isso que mencionei na minha trajetória me ofereceu. Sou sócia, mas já estive do lado do cliente, conheço suas dores e necessidades, sei que a proximidade e colaboração são muito importantes tanto para eles quanto para nós.

Tenho certeza de que sou muito mais completa por conta desse caminho que percorri.

Parece fácil, mas as mulheres que empreendem sabem que não é. Sempre tive interesse e acompanhei o universo do empreendedorismo e percebi com o tempo que empresas fundadas ou geridas por mulheres recebiam muito menos visibilidade e investimentos.

Foi aí que começou meu desconforto, talvez pela vontade de mudar tudo isso. Juntamente com esse movimento, também me tornei mãe e, a partir desse momento, a gente passa a sentir que deve priorizar coisas que fazem sentido. Por nossos filhos, passamos a querer criar uma marca no mundo, deixar um legado e um futuro melhor. 

E empreender foi o modo que encontrei de fazer isso, juntando o desconforto de tudo que via e a necessidade de tentar mudar alguma coisa. Aqui quero manter um ambiente diverso, inclusivo e com representatividade.

Quem é mulher e empreendedora sabe o quanto é custoso. O quanto temos que ter ou criar jogo de cintura para lidar com o machismo que surge de todos os lados. Pais, parentes e amigos que às vezes reproduzem o senso comum. Colegas de trabalho, fornecedores e clientes que por vezes, mesmo que sem intenção, parecem duvidar um pouco de que somos capazes.

São muitos os desafios, mas lentamente, conseguimos deixar nossa marca. Hoje em dia, empresas com mulheres em cargos de liderança são reconhecidas como mais empáticas, humanas e sensíveis e estão no caminho para serem mais lucrativas do que os tradicionais modelos com liderança somente de homens.

Por isso, meu artigo hoje se destina a todas as mulheres que têm esse perfil inquieto, que desejam mudar as coisas e não sabem como. Talvez o empreendedorismo seja esse caminho. Confie na sua competência, reúna seu conhecimento e vá pra cima!

Também falo com as mulheres que já empreendem e já atuam na mudança: obrigada pelo seu empenho, pela coragem de começar e parabéns pelo seu dia, pelo nosso dia. Que possamos continuar transformando mais e melhor a realidade empresarial, do mercado de trabalho, do comércio e de todos os outros setores nos quais atuamos.

Feliz 19 de novembro! Feliz dia do empreendedorismo feminino e que possamos ser agentes ou protagonistas de onde quisermos.