É a saúde, estúpido!
O consultor político James Carville orientou a equipe do candidato Bill Clinton a focar nos assuntos que mais interessavam ao eleitor norte-americano, na corrida pela Casa Branca em 1992. “É a economia, estúpido!”, ficou sendo o tema mais famoso.
Não era único. Outras duas linhas estratégicas para a guerra eleitoral eram contrapor "a mudança versus o mais do mesmo" e "não esquecer do sistema de saúde”.
Quase trinta anos depois, a terceira mensagem ganhou importância e será o primeiro item da lista dos debates da eleição nos Estados Unidos. E também da eleição municipal no Brasil. A pandemia do Sars-cov-2 é um fenômeno que mexe profundamente no ser humano, em qualquer parte do mundo.
O medo da morte é um processo que se trava, nos tempos normais, no âmbito individual de nossas mentes. Em tempos de pandemia, passamos a falar abertamente de peste, pesquisar sobre doenças que mataram milhões no passado, estudar e trocar impressões sobre vírus devastadores. E assim o temor ganha contornos coletivos.
A ação e a reação do poder público ao vírus que já matou mais de 82 mil brasileiros será tema de cobrança dos candidatos às prefeituras neste ano. Quem está no poder será chamado a se explicar pelas medidas que implementou, pelos resultados ou pela passividade.
Haverá casos de prefeitos que estavam sem chance de reeleição, mas diante das respostas positivas e da empatia demonstrada pela perda de vidas, conseguiram se reaproximar dos eleitores e, novamente, tornaram-se competitivos. Mesmo que tenham falhado como gestores em outras áreas.
Veremos também o contrário, bons gestores que não souberam reagir sendo derrotados por candidatos que vão se apresentar como melhores cuidadores da população, zelosos da saúde e mais preparados para dar proteção às suas comunidades.
Será interessante observar o desempenho dos profissionais da saúde, médicos e enfermeiros, diretores de hospitais, secretários estaduais e municipais encarregados da gestão da pandemia.
E como a vacina ainda demora a chegar, previsões falam somente em 2021, os resquícios desse trauma comunitário ainda estarão recentes em 2022. Em todos estados do Brasil haverá duras lembranças e muito medo. James Carville poderá ainda emprestar o cartaz de sua antiga sala de guerra para os marqueteiros brasileiros: "Don`t forget the health care"
Sócia Holding | FSB Comunicação
4 aÓtimo artigo, Marcos Trindade