2 anos de amor em movimento
3 de setembro de 2022, 16 horas, eu dava início aos grupos de constelação em Viseu. Na época eu não sabia que me tornaria uma peregrina das constelações, dando a conhecer este trabalho de expansão da consciência também em Tondela, São Pedro do Sul, Aveiro, Porto, Braga, Leiria, Fátima, Lisboa e Faro. E também na Austrália e em Madrid.
As circunstâncias que me fizeram receber as pessoas no meu espaço de atendimento, no sótão da minha casa, foram daquelas coisas surpreendentes que nos mostram que não há controle possível para a vida. Ou você se entrega e confia ou o magia não acontece.
Penso que escrevi a respeito na altura, mas agora em que comemoro dois anos deste trabalho aqui em Viseu onde tudo começou, cabe retornar ao ponto zero da jornada.
Conheci o Tiago gamboa e comecei a frequentar seu lindo espaço de meditações. Como ele já tinha um público interessado em autoconhecimento, me ofereci para ir ao seu espaço fazer uma constelação em grupo e ele concordou. Combinamos data e horário, convidei as pessoas para aquele sábado, publiquei o post nas minhas redes e comecei a fazer a lista de interessados em participar.
Na quinta-feira a noite ele me liga a dizer que teve um problema e não conseguiria receber as pessoas no seu espaço e deixou nas minhas mãos a decisão sobre o que fazer. Na hora eu não tive dúvidas: vou fazer aqui em casa. Se alguém o procurar, passe a nova morada.
E assim avisei quem já tinha confirmado que o local tinha mudado. Preparei a sala, as cadeiras ainda eram diferentes, afastei a mesa de atendimento, distribuí minhas cartas com mensagens inspiradoras, defumei o espaço, acendi velas, comprei flores e então recebi 14 pessoas, basicamente amigos que vieram me incentivar.
Depois de uma breve explicação sobre o que é a Constelação, noções básicas sobre como o processo funciona e reverbera em nosso inconsciente, trazendo à luz o que está escondido e condicionando nossa vida, uma pessoa pediu para constelar. Ela queria olhar para sua doença, um cancro.
Nunca vou esquecer desta primeira experiência em grupo. Pedi que ela escolhesse um representante para ela e outro para a doença. Ambos estavam lado a lado, com um certa distância. Em alguns minutos a representante dela começou a chorar, uma tristeza imensa invadiu a sala e eu perguntei à mulher quem ela já viu chorar assim e a resposta foi: meu pai, quando perdeu o irmão.
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Inclui estes dois representantes no campo e notei o movimento do representante do câncer indo em direção ao tio da mulher e lá ficando, como se tivesse encontrado seu lugar.
É comovente acompanhar os movimentos lentos e amorosos dos representantes em uma constelação. É como se dessem vida à cenas congeladas em nossa memória, só que agora, cada um mostrando a verdade que ignorávamos.
Esta mulher nunca mais voltou aos grupos de constelação mas sei que segue saudável e empreendedora e isso me basta.
Neste sábado, celebrei dois anos deste trabalho das constelações em grupo no mesmo lugar onde tudo começou, no meu Espaço Santiago, onde 12 pessoas, nenhuma amiga pessoal, algumas pela primeira vez, outras já clientes de sessão individual, me deram o prazer de sua presença.
Eu não costumo tirar foto aos grupos, exceto em Fátima onde as meninas sugeriram na primeira vez e agora já é tradição nos colocarmos juntas com um sorriso largo. Desta vez pedi a foto ao grupo de Viseu pelo simbolismo dos 2 anos e todos ficaram animados.
Juntos devolvemos o que foi roubado, materializamos sonhos, libertamos pais e mães, devolvemos culpas e abandonos, aceitamos o que aconteceu e demos passos confiantes em direção ao que queremos.
Afinal é preciso ligar os pontos do passado para traçar uma jornada diferente em direção ao futuro.