Adote tecnologias para educação no tempo certo em 4 fases

Os gestores das instituições de ensino que pretendem adotar tecnologias para educação devem ter em mente dois princípios. O primeiro é que os educadores devem aprender a usar as ferramentas tecnológicas antes de aplicá-las em sala de aula. O segundo é que, na educação do século XXI, o professor não deve se colocar como única referência de informações e conhecimentos, mas como um facilitador do aluno às infinitas fontes de saber.

Ao adotar as tecnologias com planejamento adequado e compreendendo que o processo deve levar em conta o a curva de aprendizado e familiaridade do educador, tanto a adoção em sala de aula quanto a compreensão por parte dos estudantes acontecem de maneira mais rápida e natural. Além disso, evita-se a lógica da tentativa e erro, que pode desanimar alguns profissionais.

Conheça abaixo as quatro fases para adotar tecnologias para educação com maiores chances de obter sucesso. O tempo de cada uma delas varia de acordo com a instituição e com os profissionais envolvidos.

Fase 1: Descoberta

O professor tem o seu primeiro contato com as tecnologias e, por meio de treinamento, é estimulado a tomar consciência de quanto a tecnologia está ao seu redor. Ele percebe, por exemplo, que o celular depende de uma rede; que essa rede é gerenciada por uma operadora de celular que fornece o acesso a redes telefônicas como 3G; que o aparelho tem um sistema operacional que permite a instalação de aplicativos e uma parte física que pode dar acesso à rede Wi-Fi; e que tudo isso já está no dia a dia da maior parte dos estudantes. A partir daí, ele começa a pensar em formas de aplicações dessas ferramentas digitais no contexto de sala de aula.

Fase 2: Inovação

Com um conhecimento básico sobre as tecnologias, o professor já incorpora algumas delas em alguns momentos específicos no processo de ensino-aprendizagem. Um exemplo dessa etapa é o uso de vídeos da Internet, exibidos por meio de um data-show, para ilustrar conteúdos previstos em um plano de aula ainda tradicional como novo elemento no plano de aula, alterando assim a dinâmica em sala de aula e a gestão do tempo.

O professor ainda não incorporou o uso da tecnologia, porque nesta etapa ele ainda pressupõe que é o centro das atenções, e a a única fonte de informação a ser transmitida para o aluno de forma unidirecional. Ou seja, a tecnologia ainda não é usada como meio de estimular o estudante a construir o próprio conhecimento. Caso similar é o do professor que faz atividades online, mas não estimula a troca de informações com outras turmas ou outras disciplinas.

Fase 3: Imersão

Nesta fase, o professor se deixou imergir pela tecnologia e aprendeu como misturar técnicas da educação presencial com o uso de ferramentas tecnológicas que estimulam o aprendizado autônomo. Ele começa a criar possibilidades multimodalidades (o que, nos debates em inglês está sendo chamado de blended learning), ou seja, a didática permite que o ensino e a aprendizagem aconteçam em momentos síncronos e assíncronos, presencialmente ou a distância.

Fase 4: Transformação

Quando o professor consegue criar um ambiente de aprendizado aberto e integrado à realidade externa, ele pode se considerar especializado no uso de tecnologia. Nesse momento, os professores percebem que alguns conteúdos podem ser aprendidos 100% a distância e que demandam a troca de ideias em espaços virtuais e presenciais, e considera parcerias com outras instituições de ensino, empresas e organizações não governamentais.

O educador passa a trazer para a sala de aula problemas próximos dos que precisam ser resolvidos no mundo real como problemas de alta complexidade e respeita as soluções que cada aluno vai criar em uma comunidade de prática (presencial ou não), a partir de suas referências e das experiências anteriores e da colaboração com diferentes conhecimentos e repositórios. Ele não define mais uma resposta certa padronizada, a ser repetida por todos, mas a usa as tecnologias para mostrar que um mesmo problema pode ser resolvido de diferentes maneiras.

A transição

É importante destacar que no momento de transição para uso de tecnologias para educação, cada instituição deve considerar suas particularidades e criar seus próprios processos para avançar com qualidade. Não existe fórmula pronta!

O tempo de transição entre as quatro fases varia de acordo com a instituição, que deve estabelecer uma política institucional de tecnologia, um apoio tecnológico para o bom funcionamento dos e alta performance dos equipamentos. Se a infraestrutura for falha, os professores podem rejeitar as novas tecnologias antes mesmo de aprender a usá-las.

Se a escola obtém sucesso nesse projeto, ela consegue criar um ambiente compatível com a sociedade atual que hoje exige competências baseadas na inovação e no empreendedorismo. Nesse contexto, os profissionais do presente tem condições de preparar os profissionais futuro para enfrentar os desafios deste mundo de maneira mais colaborativa e sustentável, além é claro, mais divertida também.

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