O que Quer a Geração Y
Você tem um trabalho legitimo que te paga em dia e sustenta sua família. Mas as vezes, por algum motivo, de-repente aquilo deixa de fazer sentido e você sente que tem algo errado. Você se pergunta se está no lugar certo, questiona se acertou a carreira e sua mente vai lá nas profundezas das reflexões. Porém, de imediato você retorna para a realidade e retoma o trabalho, afinal, é ele que paga suas contas. Isso se chama responsabilidade.
Essa é a voz da consciência questionando as decisões tomadas por nosso lado racional e pragmático. Ela as vezes balbucia algum devaneio, mas o dever sempre fala mais alto.
Trabalhar com disciplina é nossa obrigação desde a origem de nossas famílias. Principalmente na época de nossos avós, quando a miséria era uma realidade em muitos países, trabalhar era uma questão de sobrevivência e não havia espaço para questionamentos existências durante o serviço.
Já os nossos pais viveram em um mundo mais desenvolvido onde a expectativa de vida era elevada e a medicina avançada. Trabalhavam não apenas para sobreviver, mas também por reconhecimento, para conquistar uma posição social e para comprar os sonhos de consumo do mundo globalizado.
Porém, a geração atual já não enfrenta mais o desafio de sobrevivência. A tecnologia avançou e a riqueza do mundo cresceu. Existem medicamentos genéricos, produtos chineses e sistemas de saúde cada vez mais avançados. Além disso, no Brasil, na pior da hipóteses, você pode se cadastrar no bolsa família caso vá morrer de fome.
Surgiu então uma legião de jovens com a Síndrome do Unicórnio, (leia aqui uma tradução para português do texto original de Tim Urban) que sofrem de desmotivação crônica por se sentirem especiais de mais para fazer mais do mesmo.
Mas se não trabalham para sobreviver, por que trabalham? Dizem não ver sentido em um emprego no qual não exista uma causa por trás. A busca por uma posição social também já não é mais tão atraente por conta de que seus queridos pais já cansaram de falar sobre o quanto são extraordinários. Eles já se sentem especiais.
Parece que precisam encontrar uma atividade profissional que proporcione satisfação pessoal. É necessário que exista sentido e utilidade no que fazem.
Mas vamos lá... Não seria ótimo se todos nós tivéssemos plena realização pessoal e trabalhássemos apenas alinhados com nossos valores pessoais? Se você alguma vez já teve essa reflexão, você está começando a entender o conflito da “Geração Y” ou possivelmente já foi chamado assim por alguém mais velho.
O que aconteceu no cenário contemporâneo é que naturalmente surgiu espaço para maiores questionamentos e talvez a questão dessa geração não seja somente a falta de humildade e a vagabundice. Os tempos mudaram, os jovens de hoje trabalham duro quando acreditam na causa em que estão envolvidos (vejam o tanto de jovens comprometidos com trabalhos sociais) mas o que fazia sentido num período pós-guerra com eletricidade recentemente inventada, não tem o mesmo significado num mundo wireless com os recursos naturais se esgotando.
Por trás de toda essa desorientação e falta de clareza de muitos jovens que buscam o idealizado emprego dos sonhos, existe uma busca por um sentido maior por trás das longas jornadas dentro de um escritório e temos que reconhecer o mérito de serem uma geração em busca de um propósito de vida. Além de que, poderíamos assumir a existência de uma busca semelhante em todos aqueles que já sentaram atrás de um computador em um escritório fechado num centro empresarial.
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(Imagens do shutterstock.com)