70% das pessoas com depressão ou ansiedade são mulheres, mostra pesquisa
O Dia Internacional da Mulher surgiu no século XIX em decorrência da busca por melhorias nas nossas condições de trabalho. De lá para cá, muitas mudanças aconteceram, mas a data nos dias atuais ganha outras pautas de conscientização sobre os problemas que ainda vivemos.
Uma pesquisa recente da Think Olga , uma organização não-governamental de inovação social, revelou que 7 em cada 10 diagnósticos de ansiedade e depressão eram de mulheres. O número acende um alerta para o que sempre foi a nossa realidade: a sobrecarga de demandas em casa e no trabalho, além de questões envolvendo inúmeras violências.
Não podemos negar que a maioria das mulheres trabalham fora e ainda administram as tarefas de casa. Ainda lutamos contra o estigma de que “cuidar” é uma atribuição apenas feminina, não é de hoje que estamos adoecendo. Estresse, fadiga, insônia, baixa autoestima e até segurança são alguns dos fatores que estão impactando a nossa saúde emocional e física.
De acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública o número de feminicídios em 2023 aumentou em 1,6% em relação ao ano anterior, com quase 1.500 casos.
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Tanto a ansiedade quanto a depressão também estão conectadas a problemas como situação financeira apertada, dívidas, remuneração desigual e a sobrecarga de trabalho, segundo o estudo. A mulher que faz a mesma coisa que o homem AINDA ganha 30% a menos, mesmo tendo o seu desempenho avaliado como mais eficaz (fonte pesquisa: Forbes).
A pesquisa "Esgotadas" ainda traz dados da chamada feminização da pobreza, que é um fenômeno global, mostrando que mais de 70% das pessoas que vivem em situação de pobreza no mundo são mulheres.
Os dados reforçam a necessidade de debatermos ainda mais sobre essas questões que permeiam a realidade da mulher, é sobre o que podemos melhorar no presente para termos um futuro diferente.
O Dia Internacional da Mulher é essencialmente uma data de conscientização e reflexão. Não podemos perder isso de vista e devemos agregar pautas ainda mais complexas que afetam o universo feminino. É sobre como deixar de sobreviver a uma cultura que sobrecarrega, empobrece e violenta mulheres, para viver!
Mentora de Carreira | Psicóloga Clínica | Professora | Especialista em Carreira, Desenvolvimento e Comunicação profissional
8 mArtigo importantíssimo, Mari! Aliás, falava nessa semana o quanto as mulheres ainda são as que mais buscam por ajuda médica, de apoio a saúde mental com relação aos homens. Talvez, isso contribua para essa alta % também. Minha psi disse algo interessante também, enquanto eu falava algo sobre isso com ela e que me despertou ainda mais: as mulheres buscam ajuda porque chegam no limite, ficam muito adoecidas, devido a essa realidade toda que você aponta no seu artigo, e não porque acreditam que podem ter um lugar de fala, de deixar alguns desses pratos caírem...essa consciência vai vindo depois de muito tempo de terapia, por exemplo. É algo que se constrói, porque tudo o que aprendemos a partir da cultura/contexto em que vivemos, ao longo da vida, costuma ser o contrário disso. Também penso que a data - e não só - pede reflexão e conscientização mais do que qualquer outra coisa.
Co-Founder @ Ginga.Store | LinkedIn Top Voice | Content Producer | CCO as a service
8 mNossa, não tinha ideia de que a coisa está tão séria assim! Concordo plenamente com você, Mariana. Precisamos debater e trazer luz à esta realidade para que as futuras gerações não passem por isto! Obg por compartilhar!