ABVCAP News - Outubro de 2024: Investimentos em infraestrutura e etapa final do Projeto ONE

ABVCAP News - Outubro de 2024: Investimentos em infraestrutura e etapa final do Projeto ONE

Fundos de infraestrutura: oportunidades e desafios diante do atual cenário 

  • Diante de um cenário de alta da taxa básica de juros e restrição do lastro para CRI, CRA, LCI e LCA, anunciadas no começo deste ano pelo Conselho Monetário Nacional, os fundos de infraestrutura vêm se destacando no mercado. Em agosto deste ano, a área de research da XP divulgou um estudo que revelou que esses fundos cresceram 202% no número de cotistas nos últimos doze meses, e de 126% no patrimônio dos fundos de infraestrutura listados, atingindo mais de R$ 12 bilhões.   
  • Com esse período de grandes oportunidades para o ativo, o BTG Pactual captou, em equity, R$ 1,6 bilhão para o Fundo Infraestrutura III e R$ 1,3 bilhão para uma transação de linha de transmissão. No segmento de crédito, o banco anunciou o lançamento de três novos fundos de infraestrutura, com a expectativa de captar R$ 1,5 bilhão.   
  • Para entender melhor os motivos do crescimento, os desafios e perspectivas para essa classe de ativos, a ABVCAP conversou com Daniel Epstein, sócio e responsável pelos investimentos em infraestrutura da área de Capital Privado, que engloba as estratégias de Private Equity, Infraestrutura, Venture Capital e Investimentos de Impacto do BTG Pactual, e com Túlio Machado, head de investimentos em infraestrutura da XP Asset. 

Cenário favorável e oportunidade nos fundos de investimentos em infraestrutura 

  • No Brasil, há diversas oportunidades para investimentos em infraestrutura em razão de grandes projetos, que se somam a processos de concessões e privatizações. O país também tem um arcabouço regulatório robusto e regras bem definidas, como defende Túlio Machado. “Obviamente sempre há algum tipo de volatilidade em relação à questão regulatória, mas o país caminha para uma estabilidade jurídica. Isso é uma somatória bem positiva. São oportunidades de investimentos que existem em um país com demandas e carências, mas ao mesmo tempo com um ambiente regulatório estável”, afirma.   
  • Outro fator que cria oportunidades aos fundos de infraestrutura é o patamar dos juros. “O nível atual dos juros se traduz num cenário de custo de capital e dívida mais elevado, impactando diretamente na expectativa de valuation das companhias bem como dos retornos exigidos nos leilões. Participantes de mercado mais alavancados que dependem de captações de equity tendem a ser mais conservadores nas precificações. Além disso, vemos players estratégicos se juntando aos fundos, elevando os retornos dos projetos, dado o “piso” dos players financeiros. Diante desse contexto, gestores capitalizados vão se beneficiar e “surfar” um mercado menos competitivo com um potencial de ganho adicional numa eventual queda da taxa de juros.”, explica Daniel Epstein. 

Os desafios para os fundos de infraestrutura 

  • Apesar do juro caro beneficiar a classe de ativos, ele também pode ser desafiador. Túlio explica que as gestoras podem encontrar uma dificuldade maior para captação já que o investidor pode optar por investimentos em renda fixa e, além disso, se o custo do projeto for muito alto, pode inviabilizar o investimento. “Diante do cenário atual de juros, em que o custo fica mais caro, nós precisamos ficar mais seletivos também, estudar melhor os projetos e investir naqueles que realmente valem a pena. Isso é um trabalho constante por aqui”, explica.  
  • Daniel enfatiza que a concorrência com players estratégicos sempre será um desafio e a volatilidade nos mercados para precificação dos ativos. "O player estratégico se beneficia do conceito de uma plataforma e estabilidade do portfólio, o que implica num custo de capital menor, porém, cada situação é única, e há oportunidades pelo momento de mercado ou visão de risco que permitem fundos a terem competitividade. No entanto, é preciso ter cuidado na precificação, principalmente em função da volatilidade de insumos (commodities) e condições macroeconômicas. 

Os principais setores dos fundos de infraestrutura

  • Dentro dos fundos de infraestrutura, alguns chamam mais atenção dos gestores por serem mais estratégicos e por oferecerem melhores oportunidades. O BTG Pactual, por exemplo, foca em energia elétrica, rodovias, saneamento básico e transportes, considerados mais resilientes independente do cenário macroeconômico. “Dentro do setor de energia elétrica, a transmissão é o nosso grande foco. Ganhamos três lotes no leilão de março e estamos analisando a participação nos próximos leilões. Também planejamos participar de leilões no setor de rodovias e estamos com oportunidades de concessões no setor de saneamento” explica Daniel.   
  • A XP Asset olha mais para o setor elétrico por ser bem conhecido e relevante para o mercado. “É um segmento que acompanhamos muito e que tem muitas oportunidades, principalmente por conta dos leilões. Também temos o segmento de transportes no nosso portfólio, com projetos de operações em portos e aeroportos”, afirma Túlio. 

Perspectivas para os próximos meses 

  • Em meio ao cenário que apresentava uma queda nas taxas de juros e que agora prevê uma alta por conta da inflação, os próximos meses exigirão cautela e avaliação dos riscos dos ativos, priorizando retornos mais elevados   
  • Para Daniel, o cenário pode ajudar ainda mais a categoria. “Estamos no período de investimentos do nosso fundo de Infraestrutura e o cenário é propício para alocação de capital, seja pela competição menor em alguns setores e/ou a possibilidade de ganhos adicionais caso haja uma melhora no cenário macro.” pontua o sócio do BTG.  
  • O head de investimentos em infraestrutura da XP Asset aposta fortemente nos estudos dos projetos e aproveitar o momento para colocar o capital para trabalhar. “Temos apetite por alocar os nossos recursos e vamos continuar a estudar e buscar projetos que façam sentido para a nossa carteira e para os nossos clientes. Então, apesar de termos um cenário macro mais desafiador, vemos vantagem nisso. Com um mercado de capitais mais fechado, sem IPOs e menos follow-ons, os fundos que estão captados começam a fazer boas aquisições. Portanto, é um momento em que podemos fazer M&As”, conclui Túlio. 


Avanços na promoção da diversidade de gênero na indústria de Private Equit e Venture Capital  

Sprint Challenge realizado pela Heidrick & Struggles para a etapa final do Projeto ONE 

Em setembro, o Sprint Challenge, a etapa final do Projeto ONE, foi concluído com sucesso. Nesta última fase, oferecida pela Heidrick & Struggles, parte dos participantes que passaram pelo treinamento oferecido pela International Finance Corporation (IFC) em agosto foram desafiados a desenvolver um plano estratégico para promover a diversidade de gênero na indústria de Private Equity e Venture Capital do Brasil. Foram 4 dias intensos de discussões, coleta de dados e dinâmicas enriquecedoras. Ao final, os participantes elaboraram e apresentaram plano inicial aos embaixadores e ao Steering Committee do Projeto ONE.   Agora, os participantes do Projeto ONE estão se organizando em um Grupo de Trabalho dedicado a aprimorar o plano e estabelecer os próximos passos. A ABVCAP, IFC e Heidrick & Struggles continuarão acompanhando de perto os desenvolvimentos de todos os envolvidos.

 

Participação da Presidente da ABVCAP no webinar da Preqin 

A presidente da ABVCAP, Priscila Rodrigues, participou do webinar “The Rise of Private Capital in Latin America”, realizado pela Preqin. Durante a conversa, ela e outros especialistas discutiram sobre os mais recentes dados de ativos alternativos e os principais fatores que têm impacto significativo na América Latina. O webinar também contou com a participação de Carla Canu, Country Head Peru and Columbia do Compass Group, Renato Mazzola, Managing Partner do BTG Pactual, Paulina Nucamendi, VP Alternative Investments da Afore Sura e Philippe Stiernon, Founder, CEO & Managing Partner da ROAM Capital.

Clique aqui e confira o webinar completo. 

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