Afinal, crianças transmitem menos covid?

As respostas sobre a pandemia tornaram-se quase um jogo de tentativa e erro. Um dos pontos percebidos com clareza é que as crianças tendem a sofrer menos de quadros graves causados pelo novo coronavírus. Mas o que dizer sobre a propagação do vírus? Seriam as crianças menos propensas a propagá-lo?

A resposta (por enquanto) é sim. Desde que consideremos crianças até 10 anos.

Esse foi o resultado de um estudo realizado na Coréia do Sul, país que rastreou bem os casos de covid e com isso entrega diagnósticos bastante interessantes sobre o comportamento do novo coronavírus.

Entre as crianças de até 10 anos de idade, o potencial tanto de infecção quanto de espalharem vírus é bem menor do que na população adulta. Porém, na faixa de 10 a 19 anos, onde também estão adolescentes, o perigo é igual ao de adultos.

A lógica seria de que crianças pequenas exalam menos ar ao respirarem, o que proporcionalmente significa menor quantidade viral. Ou então que respiram em zona mais baixa do que adultos e compartilham menos o mesmo ar.

O estudo coreano foi realizado com 5706 pessoas e chegou à conclusão de que os menores apresentam metade da probabilidade de infecção e transmissão em relação aos adultos. Mas vale lembrar que em situação de volta às aulas, crianças interagem não apenas entre elas, mas também com professores e funcionários. Sem contar no deslocamento e no retorno a casa.

Outro estudo, desta vez espanhol, acompanhou 1900 pessoas, entre monitores e crianças em acampamento em Barcelona e chegou à mesma conclusão de que os menores correm risco bem menor na guerra contra a covid.

No caso espanhol, a estimativa foi ainda mais alta, apontando que seria de seis vezes menos do que adultos.

Tudo isso deve ser colocado no papel antes da decisão de voltar ao estudo presencial ou não. Esqueçamos decisões políticas ou por conveniência nesta hora, pois com saúde e proteção não se brinca.

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