ALIANÇA CULTURA-ONU – um casamento possível

ALIANÇA CULTURA-ONU – um casamento possível

Introdução

Caríssimos

No meu artigo anterior eu dei inicio a apresentação de minhas observações a respeito da Conferencia “Economia de Francisco”. Nele eu pontuei estes dados:

1.   Que o Papa Francisco não pretende simplesmente a formação de uma nova economia, moeda ou sistema financeiro.

2.   Que este é seu objetivo real: obter um pacto econômico das pessoas, povos e nações pelo equilíbrio mundial.

 Segundo o conjunto das manifestações escritas sobre o tema, significa:

Esse objetivo é, na minha percepção, obter a transformação democrática do sistema econômico mundial competitivo – até então dividido entre Capitalismo x Socialismo - em “uma economia social, circular, ética e inclusiva”.

 “uma economia socialmente justa, economicamente viável, ambientalmente sustentável e eticamente responsável”, cujo centro de direção e ação objetivo é o bem-estar da vida como um todo e da pessoa humana - e não apenas o lucro e o domínio financeiro de mercado e trabalho.

Eu observei como estratégia central para a realização desse objetivo a seguinte:

Disciplinar a liberdade de ações econômicas em relação a lucro, competição e domínio social financeiro. Especificamente, regular essa liberdade à obediência de regras especiais relativas aos princípios universais invioláveis do ponto de vista das revelações de Deus, dos Direitos Humanos e do Sistema de Justiça Mundial. Como por exemplo os princípios de dignidade, segurança, bem-estar e cuidado da vida (na linguagem do Papa o cuidado da nossa Casa Comum) e das matrizes de vida do planeta – em especial das crianças, mulheres, fontes de água, ar, solo, árvores... É mais que questionar as “leis” econômicas que produzem desigualdade e exclusão. É limitar seu poder de criação e ação.

E, como ponto central para a direção comum dessa estratégia em dimensão mundial, eu pontuei o seguinte:

Construir a unidade ou ordem cultural universal da Terra que deve integrar a diversidade de nossas civilizações de fé, saber, formação, educação, direitos, recursos, ciência, tecnologia e poder dos povos e suas gerações dentro das relações pessoais, nacionais, religiosas, internacionais e interplanetárias que estamos processando. Uma ordem Cultural de Estado Universal associada a ONU como o País Terra – multipolar, inter-religiosa, politica, militar e econômica - sustentável pelas autoridades civilizacionais, pessoas, populações, famílias e governos do planeta em seus diferentes tempos e ambientes de vida.

Neste artigo de hoje (17/08/2020) eu vou apresentar minhas observações em relação a onda de unidade mundial presente no mundo atual -  as proposições elementares criadas no mundo como peças fundamentais para a incorporação e realização efetiva dessas duas diretrizes de ação descritas acima, em 75 bilhões de pessoas, 193 nações, duas divisões econômicas de base (capitalismo e socialismo) e nove civilizações - a saber: Civilização sínica ou chinesa; Civilização nipônica ou japonesa; Civilização hindu; Civilização islâmica, muçulmana ou árabe; Civilização ocidental, relacionada ao direito romano, a filosofia grega e a moral cristã; Civilização ortodoxa ou Cristã e Civilização subsaariana ou Africana. Vamos a essas observações.

Observações

Dentro da perspectiva da “economia de Francisco” e da construção da unidade cultural universal da Terra estão inúmeros dispositivos que servem de peças para a ação.

Eu vou apresentar a vocês apenas dez dessas peças criadas em ondas de unidade mundial em plena Ascenção. Elas foram criadas em diferentes instâncias, gerações e tempos da história para dar a todos nós - pessoas, povos, famílias, estados, religiões, escolas, universidades, ciências e nações – a condição de poder estruturar em comunhão a unidade da vida e da disciplina da liberdade e dignidade humana no planeta. Vamos a essas peças.

1.   A elaboração do Esperanto em 1853/1917 pelo oftalmologista polonês Ludwik Lazar Zamenhof, com o objetivo de ser uma Língua Franca (auxiliar para a interconexão das línguas nacionais).

2.   O Tratado de Versalhes em 1919, que nos 30 primeiros capítulos estabeleceu a Sociedade (liga) das Nações com o objetivo de assegurar a paz mundial. O texto foi baseado na proposta de paz do presidente estadunidense Woodrow Wilson conhecida como Quatorze Pontos. A Liga tinha por idiomas oficiais o francês, o inglês e o espanhol. Mas, após a primeira guerra mundial e ter patrocinado uma conferência internacional sobre o uso do Esperanto realizada em Genebra entre 18 e 20 de abril de 1922, a Liga das Nações considerou adotar o Esperanto como língua comum de trabalho e ser ensinada nas escolas. Um caminho para a unidade linguística mundial e a interconexão das ideias e diálogos das pessoas. Mas a o processo foi vetado pela França que considerou manter a primazia da língua francesa como língua internacional. A liga falhou na interconexão e nas ações para assegurar a paz no planeta. Mas seu legado impulsionou as ações pela criação da ONU.

3.   A criação da ONU em 1945. A Organização construiu um quadro cultural de tratados e convenções internacionais de direitos e compromissos sobre segurança e bem-estar mundial nos seus setenta e cinco anos de vida, cuja realização efetiva e permanente depende da construção e legitimação de uma unidade e sustentabilidade cultural universal da Terra, acima das divisões e da competição econômica, civil e militar mundial. O texto da Declaração das Nações Unidas foi esboçado pelo presidente Franklin Roosevelt, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o assessor de Roosevelt, Harry Hopkins em 1941, dentro do mesmo objetivo central da Liga. A ONU incorporou sugestões soviéticas, Chinesas e de nações em desenvolvimento, originalmente submetidas aos países vencedores da segunda guerra mundial, performou uma estrutura operacional aprimorada envolvendo um Conselho de Segurança e uma Secretaria Geral de maior alcance internacional e tirou a possibilidade de uso da língua francesa ou de outras línguas nacionais como língua internacional universal.

4.   O reconhecimento do Esperanto pela ONU como Língua Viva. O Esperanto foi transferido dos arquivos da Liga para as Nações Unidas em 1946 e anexado ao registro da Memória do Mundo da UNESCO em 2010. E a organização assumiu recomendar seu ensino aos países membros. O Esperanto tornou-se então uma peça vital para o estabelecimento da unidade cultural universal da Terra – e não uma peça do momento. Uma peça testada e tornada viva e legitima nesses 167 anos de ação, com falantes de aproximadamente 120 países do planeta garantindo um intenso intercâmbio de ideias e sentimentos entre as pessoas dessas nações e uma estreita associação com as suas línguas naturais e oficiais. Um passo importante e seguro da ONU nesse ponto da história será tornar o Esperanto sua Língua Oficial central. Na verdade, uma língua internacional universal.  Porque, embora a língua anglo-americana tenha o domínio atual na esfera do mercado econômico, militar e tecnológico, não tem o necessário domínio na esfera cultural global.

5.   A Agenda 2030 para o Desenvolvimento sustentável e os objetivos do milênio definidos pelos estados, governos, organizações internacionais, nacionais e comunitárias com a ONU.

6.   A proposta de estabelecimento e promoção de um pacto global pela cidadania da Infância lançada 20 de novembro de 2008 em sessão especial da Assembleia Geral do Senado Federal do Brasil.  

Com texto esboçado por minha pessoa e fundamentado em base jurídica e social definidas pela Agenda 21 Global; Carta da Terra; Constituição Brasileira de 1988; Estatuto da Criança e do Adolescente e Convenção sobre os Direitos da Criança, a proposta foi lançada sob a direção do Senado Federal por 14 crianças de escolas públicas e privadas do Distrito Federal,  Goiás, Amazônia e Pernambuco com idade de 6 a 14 anos e assinada por senadores e organizações de vários estados do País. Participaram também do processo alunos da Escola das Nações, oriundos de outros países. Foram signatários do requerimento para a realização da sessão a senadora Fátima Cleide (PT-RO), Marisa Serrano (PSDB-MS), os senadores Wellington Salgado (PMDB-MG), Flávio Arns (PT-PR), Valter Pereira (PMDB-MS), Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e Renato Casagrande (PSB-ES).

7.   A proposta do Papa Francisco de estabelecimento de um Pacto Global pela Educação. Em 12 de setembro de 2019, o Papa Francisco emitiu uma mensagem convocando lideranças mundiais para uma conferência com o objetivo de realização de um Pacto Educativo Global. Um diálogo de líderes culturais, político-sociais, educadores e econômicos, militares e de governo tendo em vista a obtenção de um Estado de Educação Mundial pacifico. Um estado de vida nacional e internacional, religiosa e racional com “uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão”. Pacto que o Papa Francisco entende como o “caminho comum da Aldeia da Educação”. Segundo o entendimento do cardeal Odilo Scherer, pacto por uma educação para a formação integral da pessoa humana.

8.   A ação cultural de busca de uma relação pela paz entre Estados, religião e humanidade, proposta pelo Vaticano, Egito, e Índia. Este objetivo foi lançada pelo Papa Francisco e o Grande Imam de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyib no dia 04-02-2019 com base em declaração de ação conjunta pela paz entre a Igreja, o Islã e seus membros e pela Índia através da CMS e Conferência Mundial dos Chefes de Justiça em uma outra conferência denominada Wave World Unity, realizada do dia 5 de agosto de 2020 com base no Artigo 51 da sua Constituição e na busca de uma união cultural para a superação psicológica e material definitiva de conflitos como estes nos tempos presente e futuro:

a) Guerra atômica, COVID 19 e a guerra econômica, política e terrorista pela dominação mundial

b) Aquecimento global, degradação ambiental, migração e imigração

c) Armazenamento de armas químicas, biológicas e psicológicas mortais com alta capacidade de destruição ou fragmentação da vida social humana e familiar

d) Risco de uma terceira guerra mundial e um holocausto nuclear

e) Intoxicação atmosférica por energia nuclear e intoxicação do sistema de circulação e da relação da água e da vida marinha por óleo e fluidos residuais.

9.   Os objetivos comuns revelados em todos os contextos atuais de vida, especificamente estes que não se referem à pobreza ou riqueza, mas à dignidade, moralidade e segurança humana de ambos os lados:

a)  A realização de um Estado de Paz Permanente e bem-estar mundial na vida das atuais, próximas e futuras gerações de nossa população de 7,5 bilhões de habitantes. pessoas e seus governos.  

b)  A paralisia e extinção da possibilidade de uma terceira guerra mundial e da política de dominação mundial sustentada pela economia de mercado, competição, lucro, industrialização e poder.

c)  A erradicação da corrida armamentista, injustiças sociais, corrupção, degradação moral das pessoas e sua inserção social como produtos do mercado e do trabalho;

d)  A erradicação do terrorismo, extremismo, discriminação e muitas outras ações de fragmentação e minimização do valor da dignidade, da pessoa e do bem-estar humano

10.  A Conferencia Mundial dos Chefes de Justiça na Índia, fundamentada no Artigo 51 de sua constituição e realizada desde o ano 2000 pela CMS em Lucknow. Uma conferência com foco na movimentação jurídica, política e social com o objetivo de estabelecimento de um Parlamento Mundial e o esboço de uma Constituição para a Federação da Terra a serem definidos dentro de uma reforma da Carta e da estrutura da ONU.    

Conclusão

Questões como a mudança de status e capacitação operacional do Conselho de Segurança da ONU em condições culturais estão ainda em movimento geracional na onda da unidade mundial. Mas o fato bem definido dentro do contexto que acabo de apresentar é que essas peças devem ser encaixadas numa ordem e gerência de ação comum universal de cultura, política, economia, governo, segurança mundial, formação e educação social. Como eu venho observando, a construção da unidade cultural universal e de um Estado de Governança Mundial incorporado com a ONU, constituem realmente a prioridade do terceiro milênio.

O encaixamento dessas peças apresentadas acima em uma ordem comum da Terra é o passo essencial para o universo do estabelecimento de uma unidade cultural mundial capaz de dar legitimidade e sustentabilidade a esses elementos:

1. A geração internacional multirracial, multilíngue e multipolar dos cidadãos da Terra atuais e futuras - representantes de uma população de 7,5 bilhões de pessoas férteis e multiplicadoras, dentro ou fora do planeta

2. Os tratados, convenções, agendas e objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU e do Sistema de Justiça e das relações internacionais de governos, Estados e pessoas

3. As diretrizes universais comuns das diferentes ordens de Deus, sustentadas por diferentes civilizações em seus livros, mestres e instituições sagradas - como a Bíblia, Vedas, Alcorão, Tanakh, Codificação Espírita, os Provérbios Selecionados de Confuncio, Guru Granth Sahib, os Papas e suas encíclicas

Com amor, paz e luz

Divino Roberto Veríssimo  


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