Análises genéticas que impulsionam os bioinsumos
Na prospecção de novos produtos; no controle de qualidade; e nas análises de solo: como as análises genéticas colaboram para o avanço dos bioinsumos no agronegócio.
Utilizar fungos, bactérias e até mesmo certos vírus para fertilizar e defender as lavouras são estratégias da nova agricultura que alia produtividade e sustentabilidade. É um caminho sem volta e por isso muita tecnologia vem sendo empregada para compreender o papel dos microrganismos nesse processo.
Entender quem são, quais suas funções e qual é a interação deles com as plantas fazem parte da nova corrida por informação desse mercado. Análises genéticas específicas podem responder essas questões, desde a prospecção de novos produtos, passando pelo controle de qualidade até a sua ação no campo.
Prospecção de novos produtos biológicos para agricultura
A primeira fase de desenvolvimento de um novo produto biológico começa na coleta de solos com alta diversidade microbiológica, geralmente de matas nativas, onde plantas se desenvolvem sem a adição de produtos químicos ou biológicos. Também existem pesquisas que buscam áreas de alta resiliência, quando grande parte do plantio não resistiu a certa condição e uma área conseguiu se desenvolver de forma saudável. Sem dúvidas é um bom lugar para entender quais microrganismos estão atuando nesse cultivo.
Nesta fase inicial duas análises genômicas são essenciais para a pesquisa, a primeira delas é o microbioma, que entrega uma lista de fungos e bactérias e infere características dos gêneros encontrados, é uma primeira informação para que se inicie as escolhas dos potenciais microrganismos.
Depois de selecionar as amostras com maior potencial em diversidade, pode-se aplicar o metagenoma, essa análise mostra todos os microrganismos presentes e indica suas funcionalidades a partir do seu potencial genético. Essa informação é essencial para a tomada de decisão de quais organismos serão cultivados. Com esse laudo é possível decidir que meio de cultura utilizar e saber o que esperar desses microrganismos.
Depois de finalmente isolados os microrganismos de interesse, é preciso realizar a identificação molecular, que vai dizer qual é o microrganismo isolado, se ele já é ou não conhecido. Para essa resposta, se utiliza o sequenciamento clássico, conhecido como sequenciamento Sanger.
Caso o microrganismo ainda não seja conhecido, é preciso fazer o Genoma Completo, então se chega a sequência de DNA completa do microrganismo e permite compreender todas as suas funções para a análise mais específica do seu potencial como produto.
Depois de conhecido, é preciso iniciar a formulação desse produto baseado no microrganismo e seus testes a campo. Nesta fase, existem várias tecnologias genéticas que podem trazer informação para o processo. É possível desenvolver um teste específico, por RT PCR, para identificar e quantificar apenas esse microrganismo no produto e saber se ele está viável e na quantidade necessária para sua eficiência agronômica. Também é possível fazer esse mesmo teste para entender a sobrevivência do microrganismo depois da aplicação à campo. O microbioma também responde sobre a presença do microrganismo no solo e como ele interage com os outros componentes do solo, criando um ecossistema único. . Todas essas análises podem ser feitas para comprovar a presença e a quantidade do microrganismo, tanto no produto, quanto no solo.
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A metodologia de análise por RT PCR, desenvolvida exclusivamente para o novo microrganismo, pode ser utilizada como método de controle de qualidade para registro junto aos órgãos de controle.
Controle de qualidade de produtos biológicos
Depois do produto desenvolvido e registrado, as análises genéticas podem fazer parte da rotina da biofábrica no controle de qualidade da produção. Há muito investimento e tecnologia embarcada na prospecção e desenvolvimento desses novos produtos, que são cada vez mais inteligentes. Diante disso, é preciso que a tecnologia acompanhe os bioinsumos no controle de qualidade, caso contrário, todo o esforço pode ser desperdiçado. Se esse produto não for entregue ao produtor em suas condições ótimas ele não terá o efeito esperado, não podemos esquecer que estamos falando de um produto “vivo”.
O RT PCR, mesma tecnologia que detecta a COVID-19, pode ser utilizada para detectar e quantificar os microrganismos presentes nos produtos biológicos. Uma análise rápida e precisa que agrega valor e segurança ao produto. A metodologia pode ser adaptada para microrganismos de interesse de cada indústria. A análise, que vai modernizar o controle de qualidade, é uma inovação da GoGenetic.
Além do RT PCR, o microbioma também pode colaborar no controle de qualidade quando os resultados por RT PCR indicam ausência ou baixa concentração do microrganismo de interesse, esse resultado indica que outros microrganismos estão se desenvolvendo e prejudicando a eficiência do produto. O microbioma vai listar todos os organismos presentes para uma tomada de decisão assertiva quanto à melhora na qualidade do produto.
Análise genética do solo
Depois da prospecção e do controle de qualidade é hora de olhar novamente para o solo. Entender a microbiota desse ambiente pode trazer muitas respostas tanto para a indústria, quanto para os produtores. Já se sabe muito sobre sementes, plantas e sobre os próprios produtos, mas entender como se comporta a comunidade microbiana no solo é a nova fronteira para uma agricultura completamente regenerativa.
As análises físico-químicas continuam importantes, mas já não são mais suficientes quando se tem o protagonismo do manejo biológico. Entender quais microrganismos estão ali, quais as suas funções, em que ciclo colaboram, ou que ambiente estão criando, eles defendem ou facilitam o aparecimento de doenças? Esses cenários ajudam o produtor a tomar a decisão e a indústria a indicar e comprovar a eficiência do seu produto.
A GoGenetic é uma empresa de biotecnologia, focada no desenvolvimento de análises e produtos para trazer informação genética para todo o ciclo do bioinsumo.
Proprietário na Superação Consultoria / Senior Advisor / Board Member / Professor em cursos de especialização
1 aExcelente texto!