Apesar do aumento no preço dos combustíveis, inflação em março na RMS traz otimismo, avalia Fecomércio-BA

Apesar do aumento no preço dos combustíveis, inflação em março na RMS traz otimismo, avalia Fecomércio-BA

O grupo de transportes foi responsável por 62% da alta no mês, devido a regresso dos impostos federais sobre os combustíveis.

A inflação da região metropolitana de Salvador foi de 0,44% em março, segundo mostra o IBGE. É uma desaceleração dos 0,81% vistos no mês anterior e, no acumulado em 12 meses, a variação está em 5,36%, menor nível desde fevereiro de 2021.

De acordo com a avaliação da Fecomércio-BA, o resultado é alentador para a economia local. Embora o grupo de transportes tenha subido 1,48% no mês, mas é algo pontual e era esperado, por conta da volta dos impostos federais sobre os combustíveis.

A gasolina, item de maior peso individual no IPCA da região, subiu 7,96% em março. E o etanol avançou 5,50%. Essas altas fizeram com que o grupo transportes impactasse com 62% da alta geral do mês.

“Assim, é nítida a concentração da inflação e não há sinais de espalhamento pela economia como um todo. As pressões estão sendo pontuais, conforme a Entidade já vinha alertando nas análises anteriores. Isso não quer dizer, no entanto, que os preços estão baratos para os consumidores. Significa que está havendo um avanço muito mais moderado e controlado dos preços, do que se acompanhava, sobretudo, ao longo de 2022”, pontua o economista da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Um exemplo importante desse arrefecimento é o grupo de Alimentos e Bebidas que, em março apresentou leve alta de 0,16%. Os produtos que sofreram com questões climáticas, principalmente no final do ano passado, e conseguem aumentar a produção, ou seja, a oferta, começam agora a ajustar os preços, como é o caso do tomate que cai 9,67% no mês, da batata-inglesa (-7,70%) e da cebola (-5,17%).

Também foram observadas quedas em itens importantes do dia a dia das famílias como o leite longa vida (-2,84%), feijão mulatinho (-3,70%) e das hortaliças e verduras (-1,77%).

“Esse grupo – Alimentação – é o de maior peso no IPCA na região, com 23,3%. Além de ajudar a conter a inflação da RMS, gera um ganho gradual no poder de compra das famílias que, vendo a melhora do emprego e da renda, conseguem ampliar sua capacidade de consumo”, destaca o economista.

Outro grupo que vinha subindo muito desde o ano passado e agora mostra queda é o de Vestuário. No mês, houve deflação de 0,78%. A camisa masculina, por exemplo, cai 2,57%, bermuda recua 1,79% e roupa feminina (-0,16%). Apesar de subir 14,14% no acumulado em 12 meses, as quedas que estão sendo observadas devem contribuir para as vendas no Dia das Mães, no próximo mês.

O grupo Educação que foi o vilão no mês passado, por conta dos reajustes nos mais diversos cursos e ensinos, gerou pouco efeito em março ao crescer 0,13%. Para Dietze, “esse é mais um caso em que mostra a inflação atual tem sido marcada por pressões pontuais e não estruturais”.

Além dos combustíveis, como citado no início, outro item que não colaborou com o bolso do consumidor em março foi o gás de botijão, que apontou alta de 1,57% e colaborou com a elevação de 0,42% do grupo Habitação. Ainda encareceram os gastos no domicílio, o material hidráulico (2,01%), detergente (1,45%) e sabão em pó (1,35%).

Falando em Higiene, os produtos desse segmento e de Saúde e beleza também seguem com tendência de aumento. Os artigos de maquiagem subiram 5,18%, o antigripal cresce 2,08% e analgésico, 1,79%. O grupo de Saúde e Cuidados Pessoais avançou 0,56% no mês e teve o segundo maior impacto no índice da região, de 0,08 ponto percentual.

As demais elevações foram dos seguintes grupos: Comunicação (0,30%), Artigos de Residência (0,13%) e Despesas Pessoais (0,10%).

“Em resumo, o dado de março é muito positivo para o consumidor. Quando se analisa a curva do acumulado em 12 meses, é nítido que o pior já passou e que o cenário é de arrefecimento. Por uma questão estatística, a tendência é que o acumulado chegue próximo dos 4% até o meio do ano, porém, deverá subir no segundo semestre até o patamar próximo a 6%”, esclarece o consultor econômico, Guilherme Dietze.

Dietze, ainda explica que isso acontece porque, nestes próximos meses, serão desconsiderados do cálculo do período de um ano, aqueles que tiveram um forte aumento por conta da guerra da Ucrânia. Já na segunda parte do ano, serão desconsideradas as deflações causadas pela redução do imposto sobre os combustíveis.

“O que importa é que a inflação atual está girando em torno de 6%, ainda elevada, mas segue com variações mais moderadas e questões pontuais. É um alívio gradual para o bolso do consumidor que, ao mesmo tempo, vê muito mais oportunidades de emprego. Ou seja, o melhor dos cenários, com mercado de trabalho aquecido, recomposição real da renda, ganho no poder de compra, potencial pagamento de contas em atraso e ampliação de consumo no comércio”, comenta o economista.

Portanto, ainda há desafios pela frente, mas os números da inflação da RMS de março trazem um cenário otimista para a economia e comercio do estado.

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