Inflação: angustia do consumidor

A inflação, medida pelo IPCA que abrange famílias de 1 a 40 salários mínimos, foi de 0,93% em março, ante 0,86% em fevereiro, acumulando em doze meses alta de 6,1%. Desde 2015, esse resultado foi o maior para o mês de março.

Dois itens foram os maiores vilões, transportes e habitação. O primeiro registrou alta de 3,81% em decorrência dos elevados reajustes da gasolina (11,26%), etanol (12,59%) e do diesel (9,05%), entre outros. Nas cidades do Rio de Janeiro e Recife também ocorreram reajustes nas tarifas de trem (6,38%) e de ônibus urbanos (8,7%), respectivamente.

O segundo, Habitação, alcançou alta de 0,81% em decorrência dos reajustes do botijão de gás (4,98%), da energia elétrica (0,76%) e do gás encanado (1,09%).

O item “Alimentação e Bebidas” registrou desaceleração de 0,13%, ante 0,27% em fevereiro. Esse recuo foi influenciado pela queda de preços do tomate, batata inglesa, arroz e leite. As carnes continuam com preços bem “salgados”, salvo algumas promoções relâmpagos. 

As regiões metropolitanas de Goiânia (1,46%), Brasília (1,44%) e Curitiba (1,33%) registraram as maiores elevações de preços. A do Rio de Janeiro ficou bem abaixo da média nacional, com 0,78%. 

 A inflação, medida pelo INPC que abrange famílias de 1 a 05 salários mínimos, foi de 0,86% em março, ante 0,82% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a inflação da população de mais baixa renda já está em 6,94%.

As regiões metropolitanas de Brasília (1,38%), Curitiba (1,33%) e Belo Horizonte (1,11%) foram responsáveis pelas maiores altas. A do Rio de Janeiro (0,71%) ficou também abaixo da média nacional. 

Para os primeiros dias de maio está previsto forte reajuste do gás natural, em 39%, seguindo a política de preços praticada pela Petrobras – o governo já reclamou e as ações da empresa despencaram. A indústria (química, cerâmica, alumínio, vidro e etc.) absorve quase 43% da produção, seguida pelas termoelétricas (38%) e pelos carros movidos por esse combustível, com 9%. O gás natural (encanado) também é utilizado nas residências das famílias de maior poder aquisitivo, absorvendo cerca de 2% da produção. 

Diante da persistência da alta da inflação o Banco Central deverá elevar a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Copom, no início de maio. Com o elevado nível de desemprego de mais de 14% da força de trabalho, todas essas notícias geram angustia para todos nós que já vivemos momentos muito difíceis, considerados ímpares de nossa história.  

Acaba que essa inflação foi também reflexo do auxílio emergencial necessário, porém indiscriminado. Se a senhora considerar o IGPM, a situação piora ainda mais. Eu não consigo entender como a cotação do dólar não entra diretamente no cálculo do IPCA já que o Brasil possui uma economia tão dependente de produtos e serviços internacionais.

Newton Rodrigues-Lima, Ph.D

Presidente da Blueway Consultoria | Consultor e Mentor de negócios | Palestrante e Professor de MBA

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Ótima análise, Virene Roxo Matesco ! Obrigado por compartilhar.

Denis Rodrigues Figueira de Castro

Presidency Board Coordinator at Eletronuclear

3 a

Juliana de Souza Oliveira Ju veja o que falamos...

Denis Rodrigues Figueira de Castro

Presidency Board Coordinator at Eletronuclear

3 a

Como sempre uma abordagem precisa ! O aumento de quase 7% acumulado em 12 meses para o INPC é dramático diante da variação do salário mínimo ds ordem de 5%.

Ilda Spritzer

Coordenadora Acadêmica Executiva -IDE / FGV - Consultora de Projetos Educacionais em Finanças

3 a

Os investidores também estão monitorando.

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