Aplicando a escolha seletiva: o famoso Menos é Mais

Aplicando a escolha seletiva: o famoso Menos é Mais

Qualquer pessoa que vai ao supermercado já se deparou com o dilema da escolha. São tantas variedades e marcas de um mesmo produto, que ficamos algumas vezes presos nos corredores sem saber o que levar. Esse é um exemplo das diversas escolhas que temos que fazer todos os dias. Qual e-mail responder primeiro? Aceitar aquele convite no Facebook? Sair com aquela pessoa? Aplicar para aquela vaga? Comprar aquele voo?

Muitas dessas novas opções melhoraram a vida imensamente no mundo desenvolvido e, em menor medida, em partes mais pobres. São testemunhos da engenhosidade humana e da inovação. A livre escolha é a base sobre a qual os mercados funcionam, impulsionando a concorrência e gerando crescimento econômico. À medida que as opções se multiplicam, chegamos a um ponto em que o esforço necessário para obter informações suficientes para poder distinguir entre as alternativas supera o benefício da escolha extra para o consumidor. E daí vem o fato de que ter alguma escolha é bom, mas não significa necessariamente que ter mais escolhas seja melhor. Como diz a expressão francesa: “Trop de choix tue le choix” (muita escolha mata a escolha).

Barry Schwartz em seu livro e também no TED "O paradoxo da Escolha: Por que Mais é Menos" ensina alguns princípios:

  • Quanto mais opções você considerar, mais se arrependerá do que comprar;
  • Quanto mais opções você tiver, menos gratificante será o resultado.

Adotar um estilo de vida com menos escolhas chama atenção para essas três verdades:

  1. Avaliar as opções acarreta um custo de atenção que não poderá ser gasto em ações ou consciência do momento presente.
  2. A atenção é necessária não apenas para a produtividade, mas também para a realização.
  3. Estamos vivendo em um overload de escolhas. A liberdade de escolha também é a liberdade de não escolher, ou seja, decidir em que momento você não quer escolher.

O que podemos fazer? Alguns conselhos:

  1. Automatize suas decisões. Estabeleça regras para você mesmo ou terceirize a decisão para outra pessoa quando você não domina o assunto.
  2. Não provoque a necessidade de escolha antes de poder agir: por exemplo, verificar os e-mails no final de semana quando há a possibilidade de encontrar um problema que não pode ser resolvido até segunda.
  3. Não adie as decisões somente para evitar conversas incômodas. Se você já sabe que a resposta a um convite é negativa, por que postergar a decisão?
  4. Aprenda a tomar decisões não fatais ou reversíveis o mais rápido possível: estabeleça limites de tempo, limite as opções ou estabeleça limites financeiros. Não vale reconsiderar as opções depois que a decisão foi tomada. Poupe esse tempo para coisas realmente importantes.
  5. Não procure variar - e assim aumentar as opções a serem consideradas- quando não há necessidade: a rotina possibilita a inovação onde ela é mais valiosa.
  6. Faça as pazes com as suas escolhas. Arrependimento é a decisão tomada no passado. As reclamações não vão te ajudar a voltar no tempo. Evite que decisões do passado e emoções negativas comprometam a sua atenção.

É a deliberação - o tempo que gastamos para refletir sobre cada decisão - que consome a nossa atenção. Essa "conta" pode ser reduzida e melhor utilizada. Adotar um estilo com mínimo de escolhas pode ser libertador. Você não apenas terá muito mais tempo e atenção para as atividades que geram resultado, como sentirá mais prazer com o que tem e com o que estiver fazendo.

No meio da confusão, encontre a simplicidade - Albert Einstein

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