Aprenda como estruturar o roteiro de apresentações corporativas matadoras.
Você deseja montar a apresentação, tem uma ótima história para contar, mas precisa das ferramentas de estruturação do roteiro? Vem comigo!
Certa vez, fui ao cinema ver um filme badalado, que prometia arrebentar de vender ingressos. Era uma biografia sobre um famoso personagem nacional. Animada, comprei minha pipoca e me acomodei dentro da sala de projeção. O filme começou.
O início da história, o primeiro ato, teve a clássica fase de apresentação de personagens em seu mundo comum até que finalmente o herói foi lançado à aventura. Aha! Pensei. Finalmente, o filme vai ficar emocionante. Engano.
A história entrou pelo segundo ato levando o herói por alguns desafios um tanto xoxos da jornada até que, quando eu e todo o público dentro do cinema esperávamos pelo clímax, aquele momento em que a gente se torce na cadeira, fecha os olhos de medo e quase grita de tanta tensão pela felicidade do herói, eis que o filme acabou.
Fiquei com cara de “quero mais” olhando para a tela escura onde subiam os créditos com o nome de atores e técnicos. Teria ocorrido uma falha técnica do projetor do cinema? Quem sabe o moço da projeção pegara no sono? Cadê o terceiro ato? Cadê a conclusão da história? A recompensa do herói? Cadê?
Resumindo, a história acabou sem fim. Não preciso dizer que o filme foi um fracasso de crítica e bilheteria que acabou chamuscando produtores, diretores e roteiristas. E era fácil detectar o motivo do fiasco: a história, que tinha tudo para emocionar, já que o protagonista era excelente, não impactou o público porque não foi bem estruturada. Talvez o olhar autoral do diretor quisesse dizer com isso que a história ainda estava em curso, porque o personagem ainda estava vivo. Ok. Mas o público não pensa assim. Ele gosta de histórias plenas, que façam sentido.
E quando digo histórias plenas, me refiro a narrativas com começo, meio e fim, que tenham uma linguagem simples, objetiva e criem conexão com o público.
Daí eu digo que isso se aplica a quase tudo na vida. Quem não cria conexão não se faz entender.
Especialmente em apresentações corporativas de projetos. As pessoas reservam um espaço em suas agendas lotadas para sentar e ouvir o que você tem a dizer. Este tempo é precioso demais para ser desperdiçado. Por isso, estruturar a sua apresentação no formato de roteiro faz toda a diferença.
Histórias possuem: começo – meio – fim.
Roteiros possuem: 1o ato – 2o ato – 3o ato.
1o ato
O primeiro ato é aquele momento em que o filme se inicia. Você conhece o protagonista em seu mundo comum – o Ponto A. Nota seu estilo de vida, seus hábitos e pensa que tudo vai bem com ele até que acontece algo que muda tudo e o obriga a encarar um desafio que muda a história.
Para Sempre Alice – No 1o ato, a dra. Alice Howland é uma renomada professora de linguística. Até descobrir que tem Alzheimer.
2o ato
No momento da reviravolta se inicia o segundo ato, onde o herói vai enfrentar obstáculos, ganhar novos amigos e conquistar inimizades. Esta etapa costuma ter a maior duração. É quando a história se desenvolve e os acontecimentos vão num crescendo até o herói enfrentar a sua provação máxima, que é o clímax.
O Diabo Veste Prada – No 2o ato, Andy (Anne Hathaway) muda seu comportamento para enfrentar o desafio do novo emprego.
3o ato
Momento do herói, após passar pela terrível provação, pegar a sua espada da recompensa e voltar para casa. Mas atenção! Nem tudo está resolvido. Há ainda um último teste para o herói, um perigo extremo que pode inclusive tirar-lhe a vida. É uma espécie de exame final. Caso sobreviva, ele voltará para casa como um novo ser, modificado pela provação. Ele chegará, finalmente, ao Ponto B.
Seven – No emocionante 3 ato, o policial David Mills (Brad Pitt) precisa lutar contra sua ira para não matar o assassino da esposa.
Divisão clássica do roteiro cinematográfico.
Uma apresentação profissional de sucesso precisa dos mesmos ingredientes desta estrutura de roteiro cinematográfico. Além de dividir a narrativa em 3 atos e traçar a trajetória que deseja percorrer, acrescente à história argumentos racionais do projeto que tragam credibilidade, elabore um conteúdo atrativo, crie a emoção que leve ao engajamento e ofereça um pouco de diversão, para descontrair um pouquinho.
Você tem um momento precioso nas mãos e deve utilizá-lo da melhor forma. Uma apresentação genial pode parecer complexa e dar algum trabalho, mas o resultado é compensador, isso eu garanto.
Não me perde vista, hem? Quarta-feira eu volto com mais dicas de roteiro para um show de apresentação. Até lá!