Humanize-se: competências humanas dos profissionais do futuro

Atualmente há uma grande preocupação de que nossa tecnologia está ficando tão avançada que estamos caminhando para um futuro profissional nada promissor.

Um estudo recente da empresa Forrester Research prevê que 25 milhões de empregos podem desaparecer ou serem substituídos nos próximos dez anos por avanços tecnológicos.

O receio do impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho é tão grande que já existe até um site que mostra qual a probabilidade de um robô roubar o seu emprego de acordo com a profissão que você tem. O site Will Robots Take My Job? (os robôs vão roubar meu emprego?) também traz dados sobre a expectativa de crescimento das profissões durante os próximos anos.

Estas pesquisas e previsões apontam que boa parte, se não todo nosso trabalho será afetado direta ou indiretamente pela tecnologia nos próximos anos.

Inevitavelmente, temos que reconhecer a mudança que está a nossa frente e começar a desenvolver habilidades para que possam fazer diferença nesse futuro incerto.

Inove (se) | Humanize (se)

O especialista em inovação David Lee acredita que a chave para prevenir nosso futuro sem empregos é redescobrir o que nos faz humanos e criar uma nova geração de trabalhadores centrados no ser humano, permitindo assim desbloquear talentos e paixões escondidas que carregamos todos os dias.

Nós trouxemos esses problemas para nós mesmos, nós criamos a padronização e desqualificação em diversas áreas. David Lee

Em uma palestra para o TED, Lee diz que ao invés de competir diretamente com máquinas inteligentes, devemos considerar o que é que nos torna humanos: "precisamos criar empregos menos focados em tarefas e mais focados nas habilidades que ela traz para o trabalho". Você pode assistir o vídeo na íntegra abaixo:

Robôs são ótimos em tarefas padronizadas, mas nós humanos temos uma habilidade incrível de utilizar a criatividade na resolução de problemas complexos.

Crie seu futuro

Ao que tudo indica, a revolução industrial e tecnológica será um processo sem volta, mas nem tudo está perdido para nós, meros mortais.

Uma pesquisa realizada pela Gartner apresentada no Fórum Econômico Mundial, aponta que 65% das crianças que hoje estão no ensino fundamental terão empregos que ainda nem existem. Segundo a pesquisa, a inteligência artificial vai criar 2,3 milhões de empregos em 2020, enquanto elimina 1,8 milhões. Ou seja, o mercado ainda vai mudar muito e nos levar a contextos que nem imaginamos.

A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo. Peter Drucker

Nesse sentido, a melhor forma de se preparar para esse novo cenário é prestar atenção para compreender às transformações que estão ocorrendo e reconhecer oportunidades desse futuro não tão distante.

Dentre as descobertas da pesquisa realizada pela Gartner, a maior ou a melhor delas é no mínimo curiosa e pode animar alguns otimistas. Aparentando ser uma espécie de resgate da nossa relevância em meio a tanta tecnologia, a Quarta Revolução Industrial tem revelado a importância das competências humanas para a gestão e a transformação do mercado de trabalho.

Elas estão sendo colocadas no centro das tomadas de decisão tanto conscientemente, como é o caso os parâmetros de recrutamento e seleção nas empresas, quanto intuitivamente, como a preferência das novas gerações por empresas mais transparentes.

Com base nessa pesquisa, a WGSN identificou 10 competências que mais serão exigidas pelas empresas daqui para a frente. São elas: 

Hess & Ludwig também afirmam que competências como pensamento crítico, pensamento inovador, criatividade e um grande engajamento emocional e de colaboração, contemplam as necessidades dessa era tecnológica.

“Não importa se você trabalha em uma grande companhia ou em uma pequena empresa, ou se é autônomo ou empreendedor: seu sucesso dependerá da qualidade de seu pensamento e de suas habilidades de se conectar e envolver emocionalmente com outras pessoas.” Hess & Ludwig

Não só no mercado empresarial, essas competências serão visíveis em tudo o que envolve a vida profissional, desde a nossa capacitação até a noção do que teremos de sucesso e satisfação. 

Artigo relacionado: a importância do pensamento criativo nas organizações.

Criatividade, inteligência emocional e empatia, por exemplo, não são facilmente automatizáveis, se é que podem ser um dia.

A tecnologia pode assumir tarefas repetitivas e possivelmente eliminará algumas profissões atuais. Mas abrirá espaço para a criatividade e capacidade de improvisação, o que provavelmente será a essência das futuras profissões.

A questão é que não existe inteligência artificial sem pessoas. Na verdade a tecnologia é para as pessoas. Fato! (leia também: design centrado no ser humano).

O ser humano continuará sendo importante, mas as competências e habilidades exigidas do profissional do futuro serão outras.

Em uma era de "incertezas tecnológicas", que possamos agregar mais humanidade para nossas vidas profissionais e sermos humanos melhores.

O que você pensa a respeito? Estamos preparado para o futuro? Fique a vontade para comentar e compartilhar suas ideias a respeito do tema!

WEB REFERENCES

How to Succeed in an Age of Smart Machines. Hess e Ludwig. GE Reports Canada, 2017.

O futuro do trabalho: como a onipresença da tecnologia está despertando valores humanos na relação com trabalho. WGSN & LinkedIn, 2018.

The Future of Jobs Reports. Word Economic Forum. Centre for the New Economy and Society, 2018. 

The 10 skills you need to thrive in the Fourth Industrial Revolution. Word Economic Forum.

Maico Carlos Vieira

Mestre em Gestão Estratégica do Design (2018) pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Bacharel em Artes Visuais (2012) pela Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC.

Atualmente é designer de superfície, atuando na captação tendências para produção e desenvolvimento de novos produtos cerâmicos de revestimentos para diversos países pela Esmalglass-Itaca Group.