Assessor, você já caiu nesse armadilha?

Assessor, você já caiu nesse armadilha?

Comparado a outros mercados, podemos dizer que a profissão de assessor de investimentos é relativamente nova no Brasil. Isso se deve, em boa parte, ao fato de que, culturalmente, o brasileiro não foi educado para desenvolver a mentalidade investidora, mas, felizmente, essa realidade vem mudando.

O caminho ainda é longo - enquanto nos EUA cerca de 54% da população investe na bolsa, no Brasil, pouco mais de 2% da população o faz – mas a compreensão de que investir e planejar-se financeiramente deve estar entre as prioridades é algo cada vez mais presente nos brasileiros. Isso explica porque a profissão de assessor de investimento é uma das mais promissoras e está em franca expansão.

A transição para a carreira de assessor de investimentos ganha cada vez mais força entre profissionais de outras áreas, que estão enxergando nessa profissão uma oportunidade de prosperar. Esse movimento é muito percebido entre bancários, por exemplo, que já atuam no mercado financeiro, mas identificam na assessoria uma oportunidade de atuar com mais liberdade, flexibilidade e alinhamento de propósito.

Apesar de próspera, a atividade de assessor de investimentos – como qualquer outra – tem seus desafios e exige resiliência para passar pela curva de aprendizagem e por um estágio de maturação. E é exatamente sobre esse ponto que quero falar com você.

Percebo um padrão comportamental comum a muitos assessores em início de carreira. Eles iniciam o processo cheios de entusiasmo e motivação, convictos de que a transição foi uma escolha acertada, mas perdem o fôlego no meio do processo.

Existem uma infinidade de fatores que levam a esse declínio motivacional, no entanto, existe um aspecto, que quando levanto em minhas conversas, gera uma percepção quase unânime entre os assessores: a de que, de fato, ele está atrapalhando a jornada: o processo interno de comparação.

Não estou falando da comparação com outras pessoas, mas da comparação que esse profissional faz do seu desempenho na profissão atual, com o seu desempenho na profissão anterior. Calma que explicarei melhor!

Imagine o seguinte, por dez, quinze, vinte anos, você atuou em determinada função. Esse tempo te trouxe maturidade e experiência. Você domina com maestria cada atividade que compõe o seu leque de atuação e sente-se confortável com essa posição.

De repente, você resolve fazer uma transição de carreira e apesar da sua experiência anterior ajudar no processo, você será desafiado em novas habilidades e passará por um novo processo de aprendizagem e adaptação.

Aí é que vem a armadilha!

Passar por esse processo, faz com que você se sinta vulnerável. Você sai da condição de mestre para a condição de aprendiz e o seu ego - que precisa das conquistas externas para se manter vivo - inicia um processo distorcido e inadequado de comparação. Você começa a comparar o profissional que era na função anterior, com o profissional que é agora, mas não se dá conta de que essa comparação nunca será justa, porque diz respeito a momentos diferentes da jornada. Há entre eles uma lacuna impossível de preencher.

Então você começa a alimentar pensamentos de que era muito melhor na profissão anterior, de que realizar a transição foi uma furada e de que você não serve para ser assessor de investimentos. A única coisa que você esquece é de que quando iniciou na profissão antiga, também passou pelos mesmos desafios, medos e inseguranças, mas como isso foi há muito tempo, seu cérebro desconsidera essa informação. A confiança foi conquistada ao longo do percurso, mas já estava tão incorporada, que parece que sempre esteve ali.

Qual é o problema de fazer essa comparação?

Ela é uma armadilha da mente para te convencer a voltar à zona de conforto. Uma vez que o nosso cérebro tem como uma das funções economizar energia, qualquer processo de mudança gera resistência, já que, inevitavelmente ele demandará energia.

É mais fácil para a mente te convencer a retroceder do que arriscar-se no desconhecido. É mais fácil para ela te conduzir a um caminho já conhecido, do que trilhar uma nova jornada. Mas a nossa mente, mente!

Se você insistir nessa comparação, vai gastar mais energia tentando lidar com o desconforto do ego, do que fazendo os movimentos necessários para acelerar a curva de aprendizagem.

 A comparação vai aumentar o seu medo e diminuir a sua autoestima. Sem se dar conta, você vai passar boa parte do seu dia ocupando-se de problemas que ainda não existem e criando cenários assustadores, que nunca chegarão a acontecer. Isso vai te sugar de tal forma, que mesmo sabendo o que precisa fazer, não terá forças para executar.

Entenda: Não crescer doí! Crescer também doí!

Você só precisa escolher qual preço vale mais a pena pagar: o de permanecer estagnado ou o de avançar. E se a escolha for por seguir em frente, negocie com a sua mente, acolha as suas emoções, seja humilde para viver o processo e concentre-se em subir um degrau de cada vez. Olhar para o topo da escada, pode ser assustador quando estamos no início dela.

Nenhuma decisão tomada pela alma nos leva a um caminho que não é nosso! Mas as decisões baseadas no medo, nos impedem de viver as experiências que poderiam despertar o melhor de nós.

Nesse exato momento, você está decidindo baseado em que? 

Se houver aí dentro qualquer tipo de comparação, talvez o medo esteja atrapalhando a sua visão.

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