Ataque ao dólar e nova geopolítica?
Um pouco sobre as bolsas...
Lá fora, os mercados operam em tom positivo, ainda digerindo os números de inflação nos Estados Unidos. Ontem foi a vez da inflação ao produtor (PPI) surpreender positivamente ao cair 0,5% em março ante expectativa de estabilidade. Na comparação anual, o número cedeu de 4,6% para 2,7%. Ainda que o núcleo do CPI divulgado na quarta-feira tenha mostrado aceleração, o número cheio também veio melhor que o esperado, de maneira que os investidores seguem apostando que em maio o Fed fará o último aumento da taxa de juros e começará a cortar ainda no final deste ano. Hoje, os investidores se voltam para a divulgação dos resultados corporativos do primeiro trimestre de JP Morgan, Wells Fargo e Citi, antes da abertura do mercado. Após a crise bancária que derrubou o Silicon Valley Bank e o Signature Bank e na aquisição do Credit Suisse pelo UBS em março, os balanços do setor bancário ganham atenção especial. Adicionalmente, vendas ao varejo e produção industrial nos Estados Unidos também devem ser acompanhados de perto.
Por aqui, o Ibovespa não teve força para emplacar a quarta sessão seguida de alta e, num movimento de realização de lucros, cedeu 0,40%. Todavia, a melhora do ambiente interno seguiu refletindo na curva dos juros e no dólar, que voltaram a cair ontem. O real contra o dólar, fechou a sessão nos R$ 4,92. No âmbito político, fica a expectativa pela entrega do texto do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ao Congresso hoje, enquanto o texto do novo marco fiscal ficou para a próxima semana. Com o noticiário político menos agitado, os ativos de risco locais ficam dependentes do humor do mercado externo. De todo modo, os ativos brasileiros encaminham para encerrar a semana em tom bastante positivo. Na agenda local, destaque para a pesquisa mensal do setor de varejo, divulgada pelo IBGE às 9h. O número deve mostrar uma queda anual do setor de serviços na ordem de -1,5%, se confirmada as expectativas. Além disso, os investidores acompanham a visita do presidente Lula à China. Ontem, Lula fez críticas ao Banco Mundial e ao FMI, bem como sugeriu a substituição do dólar no comércio entre os BRICs e defendeu o fomento de uma “nova geopolítica” com o país chinês.
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09h30 | Vendas ao varejo