Aula 14 Conselhos de Alto Impacto e com Visão de Futuro – Eduardo Gomes PFCC 12 – Board Academy Aluno Jorge Escorel Costa

Conselhos com visão do Futuro

O estado futuro de uma empresa é a visão maior para um negócio. É onde você quer estar, seu objetivo de longo prazo em termos do estado de constante mudança e incerteza extrema e como isso se aplica ao seu negócio atual.

Sem um estado futuro definindo, uma empresa muitas vezes ficará sem direção, dificultando a tomada de decisões cruciais, causando desalinhamento entre os executivos e dificultando o progresso da missão de uma empresa.

Para que uma empresa defina e alcance seu estado futuro, ela deverá passar por uma série de exercícios de mapeamento de processos de seu estado atual de negócios e de como será o futuro.

Então é preciso prever o futuro como ninguém tem uma bola de cristal é melhor simplesmente criar um futuro. Nestes tempos as tendências que impactam o futuro dos negócios são:

1 – Mudanças no clima geopolítico,

2 – Disrruptura da cadeia de suprimentos,

3 – Mudanças na política monetária,

4 – Mudanças demográficas,

5 – Inovações tecnológicas,

6 – Pressões significativas de investidores institucionais,

7 – Pressão por mais transparências,

8 – Ameaças de ativistas,

9 – Maior ameaça de litígio.

Portanto é necessário que toda empresa tenha uma cultura de resiliência para enfrentar todo o tipo de crise.

Incerteza do futuro

Para melhor compreender a incerteza vamos trabalhar com a extrema incerteza

Crises podem ser desencadeadas por incidentes catastróficos únicos ou por uma sequência de falhas. As fontes são conhecidas – violações cibernéticas, prevaricações financeiras, práticas comerciais impróprias, falhas de segurança e desastres naturais ou causados pelo homem. Ações eficazes salvaram muitos, outros colapsaram completamente. Devido à gravidade da crise do COVID-19, muitas organizações estão lutando por sua sobrevivência. Em termos de negócio   essa crise se assemelha às crises econômicas do passado que afetam muitas organizações ao mesmo tempo, embora esta teve suas consequências atingindo todas as empresas em todo o mundo. Criando até novas oportunidades em alguns setores.

As guerras atuais na Ucrânia e em Gaza não tem grandes influências, a da Ucrânia teve repercussões sobre o preço do petróleo e sobre o fornecimento de insumos o que pôde ser rapidamente identificado e gerado reações rápidas dos que dependiam daquele fornecimento, já em Gaza não existem muitos prejuízos para os mercados, embora temos ouvido que é um guerra do mundo contra o terrorismo, tal qual foi no 11 de setembro que exigiu maior segurança nos aeroportos entre outras providências.

Cada organização reage de acordo com a avaliação feita em relação aos riscos que aqueles incidentes trouxeram e as soluções que foram projetadas para reduzir a incerteza e apoiar apostas calculadas para gerenciar os riscos residuais. Mas as adaptações a novas realidades é que podem salvar a existência das empresas.

A magnitude da incerteza que as organizações enfrentam, que é definida pela frequência e pela extensão das mudanças nas informações sobre uma pandemia, implica que o modelo operacional deve permitir o aprendizado contínuo e a formação flexível de respostas a medida que as situações evoluem. A duração da crise da COVID-19, por sua vez ultrapassou em muito as previsões iniciais dos analistas, os planejadores, agora, esperam operar em modo crise por períodos maiores.  

 Gerenciamento das incertezas

Muitas organizações operam em um ciclo de planejamento anual, e até para longo prazo chegando a 5 anos. As premissas definidas para esses planejamentos devem sofrer ajustes baseados em relatórios de status e até o compartilhamento de informações entre os departamentos durante o período planejado, fazendo correções que sejam necessárias.

Em se identificando uma crise é necessário que se reúna os comitês de risco bem como o conselho consultivo para a solução da crise com ferramentas adequadas e novas diretrizes para a superação da crise.

Os principais desafios são:

1 – Viés de otimismo,

2 – Instabilidade informacional,

3 – Respostas erradas,

4 – Paralisia por análise,

5 – Esgotamento Organizacional.

É preciso atenção a providências otimistas demais que levam a uma inercia imediata, as informações iniciais sempre terão um viés de suposições, é necessário verificar os dados econômicos e financeiros para criar-se cenários mais provável, as informações que inicialmente podem parecer claras e evidentes podem não se concretizar, desta forma o modelo operacional deve ser capaz de absorver as respostas iniciais erradas e substitui-las rapidamente.

Face a insegurança das informações alguns líderes podem retardar decisões para obter mais certeza, ao invés disso devem agir de acordo com o que se sabe e adaptar sua estratégia à medida que novas informações aparecem.

Ações a serem tomadas

Conselho deve monitorar as ações.

 Deve gerar atuando em parcerias: estratégia, alocação de capital e a execução, estabelecer metas financeiras, valor para o acionista, equilíbrio entre stakeholders, qual é o apetite ao risco, definir a alocação de recursos incluindo até possível M&A, buscar o desenvolvimento de talentos, gerar uma cultura de decisão ágil e com confiança.

Pode ser necessário assumir o comando: Ideia central, seleção do CEO, competência, arquitetura e modus operandi do conselho, Ética e inteligência, estrutura de remuneração.

É necessário se afastar: na execução, das operações, áreas de autoridade executiva delegada, de decisões não estratégica e ações excluídas pelo mandato do conselho.

Evolução dos conselhos

Business Advicer – é quando aparecemos solitários para exercer um conselheiro isolado para ajudar na evolução de uma empresa. Isso acontece quando a empresa não tem capacidade financeira para montar um conselho consultivo, mas percebe que necessita de opiniões externas para a tomada de decisões além das informações disponíveis.

Compliance Básico – dar atendimento aos requisitos de governança corporativa, equilíbrio de independência, sempre orientado a processos. O compliance refere-se à conformidade com leis, regulamentos e padrões internos e externos estabelecidos para uma organização. Envolve a implementação de controles internos e processos para garantir que a empresa esteja operando de acordo com as leis e os padrões relevantes. Isso inclui a adoção de políticas e procedimentos para prevenir atividades ilegais ou antiéticas, como fraude, corrupção e lavagem de dinheiro. Para atender aos controles de processos internos temos a governança corporativa que por sua vez, trata da estrutura de poder e controles estabelecidos dentro de uma organização para proteger os interesses dos acionistas e garantir a tomada de decisões eficaz. Envolve a definição de responsabilidades, monitoramento de desempenho, transparência, prestação de contas e integridade em todos os níveis da organização. Embora a conformidade e a governança corporativa sejam conceitos distintos, ambos são essenciais para o bom funcionamento e o sucesso de uma organização, ajudando a estabelecer uma cultura de integridade, transparência e responsabilidade. As empresas que adotam boas práticas de compliance e governança corporativa tendem a desfrutar de maior confiança dos investidores, clientes e do público em geral.

Conselho Desenvolvido - Uma vez formado esse que seria um Conselho Elementar que já terá um presidente e 2 conselheiros no mínimo que possuam habilidades e experiência específicas para corresponder aos objetivos de médio e longo prazo da empresa, assim teremos a combinação de habilidades estratégicas e operacionais. Normalmente podemos iniciar o processo com o presidente que será o dono ou o CEO da empresa, mais o contador que pode fornecer informações / relatórios para orientação das sugestões que serão dadas aos executivos e um conselheiro externo para trazer informações de mercado e de comportamento externo.

Em alguns casos pode-se dar acento a sócios, parentes e mesmo colaboradores importantes ao processo de desenvolvimento da empresa.

Conselho Avançado – Além de habilidades e experiencias os conselheiros trazem alto QI e QE, profundidade de argumentação e interagem positivamente com os outros, focado nos talentos e mentores de executivos, mentalidade e network globais, forte histórico de crescimento e sucessão do conselho regularmente abordada. Sua orientação abordará inovações, análise de mercado, e de comportamento dos executivos, aprovação de novos executivos.

Conselho Ativo e Estratégico – este estará orientado ao comportamento somando a agilidade e antecipação do futuro, trabalhando em equipe estará aberto a desafios em um ambiente de alta confiança, percepções de classe mundial, conhecimento profundo sobre as melhores práticas, com foco implacável no amanhã e nas necessidades de desenvolvimento pessoal e da equipe, diversidade de pontos de vista sempre focado na geração de valores.

Um Conselho Consultivo deve estar atento:

1 – Sempre curioso sobre cada elemento do seu problema,

2 – Não perfeccionista, ter alta tolerância à ambiguidade,

3 – Ter visão abrangente através de múltiplas lentes,

4 – Ter atitudes evidencial e experimentação incansável,

5 – Ser convicto da inteligência coletiva e diversa,

6 – Ser adepto da narrativa como forma de gerar ação.

Em outras palavras. observe:

1 – Não lute com a incerteza, abrace-a,

2 – Seja humilde – nosso conhecimento é sempre provisório e incompleto, e pode exigir revisão à luz de novas evidências,

3 – Tome o ecossistema mais amplo como ponto de partida e considere consultar todos os stakeholders para obter uma visão 360° de um problema,

4 – Opere sempre com dados e fatos e realize experimentos pata testar hipóteses e reduzir incertezas importantes,

5 – Aceite que não há problemas em se basear em diversas experiência e conhecimentos além dos seus,

6 – Conecte seu público com o problema e use combinações de lógica e persuasão para obter ação.