Simplesmente como o mundo funciona.

     Vivemos num mundo interdependente onde usamos a desculpa de que tudo é simplesmente como o mundo funciona. Assim não encontrarmos os responsáveis quando as coisas começam a dar errado.

      Nas organizações isso se torna muito claro: só de chegar numa empresa já conhecemos o perfil do seu fundador, como a entidade funciona, quem são seus seguidores. E estes são geralmente pessoas que não podem ter ideias diferentes sob pena de serem deixadas de lado na organização. Na sequencia surgem consultores e conselheiros complacentes com os sistemas de administração ultrapassados e ineficientes, analisando números adulterados e ainda sendo bem remunerados pelas empresas que deveriam supostamente auxiliar.

    Outro problema das organizações é que elas infelizmente são moldadas pelo perfil empresarial e compartimentalizada em áreas que deveriam interagir entre si. Sem essa noção global, esses líderes não podem sequer ver o retorno que suas decisões causam dentro da empresa. Imagine o impacto que milhares de pessoas, de visão míope, causam na frágil economia atual.

     Naturalmente isto gera processos sistemicamente incompatíveis e destrutivos não só às empresas, mas também ao seu próprio destino. É obvio que alguém sai lucrando, mas o fato é que milhares de pessoas tem suas vidas afetadas, sonhos adiados, casamentos desfeitos, e até suicídios ocasionados por algo que não pode ser atribuído a ninguém especificamente. Se os magistrados percebessem esse efeito no sistema financeiro mundial, talvez os crimes de colarinho branco fossem punidos de maneira séria, e não teríamos periodicamente crises mundiais.

     Colocamos muito a culpa nos políticos como a justificativa para que tenhamos tantas coisas erradas. Eles são apenas a amostra estatística do povo que os elegeu. Muitos dizem que o problema é a falta de educação mas não precisamos disso pra distinguir o que é prejudicial ou não à sociedade.

      Desde que abandonamos a vida nômades, deixamos a cargo de nossos líderes mostrarem o caminho mas devemos ter a coragem de nos opormos a sistemas nocivos ao bem comum para agirmos como sociedade que nos propomos a viver. Então eu digo que a única solução está em expandir nossa capacidade, agora individualista, para agirmos como equipe e sabermos distinguir os criminosos dos verdadeiros executivos.