A autenticidade pode ser estratégica?
Como levar autenticidade para um conteúdo de marca que precisa ser estratégico?
A internet já está saturada de conteúdo superficial e desde 2023 começa a surgir uma tendência já observada pelas pesquisas do marketing digital que é o uso da “autenticidade” na produção de conteúdo e nas estratégias de marca, inclusive de influenciadores.
Mas existiria uma “autenticidade estratégica”? Como conciliar essas duas coisas que parecem tão distantes?
Autenticidade de marca seria trazer algo mais próximo possível da verdade, já que não existe uma verdade absoluta, nem uma essência sem nuances. Por outro lado o termo estratégia seria o uso dos recursos disponíveis com objetivos e intencionalidade. Ou seja, abrindo mão de algumas partes dessa verdade.
Como é trazer verdade para uma intencionalidade? Essas duas coisas não seriam opostas? Felizmente nas pesquisas que venho lendo do marketing digital, intercaladas com a psicologia cognitiva e neurociência e na minha própria prática de produção de conteúdo, ficou claro que as duas não só podem conviver na comunicação de marca como devem.
Humanizar uma marca seja de produto ou pessoal é trazer atributos da essência humana para dentro da comunicação o que inclui uma dose de vulnerabilidade e imperfeição. Porque a verdade gera confiança e conexão. Segundo palavras da autora e best-seller sobre autenticidade, Brené Brown:
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“A escuridão não destrói a luz, ela a define. É o nosso medo do escuro que lança a nossa alegria nas sombras.”
Ao observar os estudos sobre os diferentes tipos de eu, no artigo da Harvard Business Review “To lead better under stress, understand your three selves” fica claro que os três “eu`s” nos acompanham durante toda nossa trajetória humana. O eu-criança, o eu-defensivo e o “eu adulto” que é o que consegue equilibrar o medo de não ser aceito (eu- defensivo) com o de mostrar a essência (eu-criança) encarando a verdade de que ser único também é ser especial. Apenas o “eu adulto” consegue ser autêntico porque consegue gerir o desconforto de demonstrar imperfeições através da própria essência sem deixar de considerar as adequações necessárias ao meio e a vida cotidiana.
Correlacionando com os conceitos de marca, o nicho de mercado e o posicionamento de marca nada mais são do que escolher parar de tentar atender a todos os públicos para ter foco nas audiências específicas interessadas naquilo que realmente o produto pode entregar de acordo com seus diferenciais.
Assim a autenticidade nas redes sociais seria conseguir transitar entre esses três “eu`s” com fluidez, revelando diferentes dimensões de cada versão. Adquirindo a consciência de que o caráter dual do ser humano gera identificação e conecta seja na versão pessoal, seja na versão marca. Dentro desse ponto de vista, ser mais verdadeiro e humano também é ser intencional, ou seja, estratégico.
Se você usa redes sociais como canal de comunicação com potenciais clientes, acredito ser essencial revelar uma versão de personalidade que represente uma intersecção entre seus três eus como forma de autenticidade estratégica.
O equilíbrio revela uma versão mais próxima e verdadeira, mantendo o conteúdo pertinente e útil para quem acompanha.
O que é autenticidade estratégica para você?