B3 divulga lista de empresas campeãs em ESG; entenda porque é importante e como implantar em sua empresa

O tema ESG é cada vez mais recorrente nas empresas e ganha importância entre os investidores. Um levantamento encomendado pelo Google mostra que mais de quatro em cada cinco (83%) entrevistados valorizam empresas e marcas ligadas à agenda ESG, considerando importante que elas atuem para minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e para construir um mundo mais justo e responsável para a sociedade.

O resultado disso é que as companhias seguem investindo cada vez mais no assunto. Para se ter uma ideia da importância, pela primeira vez, a B3, a bolsa de valores brasileira, divulgou um ranking das empresas com as melhores práticas de ESG.

A lista conta com 73 companhias que fazem parte do Índice de Sustentabilidade da B3 e tem como objetivo divulgar para os investidores as informações relacionadas a indicadores de sustentabilidade de cada organização.

A liderança do ranking é da  EDP Energias do Brasil, seguida por Lojas Renner e Telefônica Brasil. O destaque da lista são empresas do setor de energia, que ocupam três dos 10 primeiros colocados. Veja o ranking das dez primeiras colocadas:

1. EDP Energias do Brasil 
2. Lojas Renner 
3. Telefônica Brasil 
4. CPFL Energia 
5. Natura
6. Klabin 
7. Itaú Unibanco
8. Ambira
9. Suzano
10. Engie Brasil

Segundo a B3, as empresas foram submetidas a um processo seletivo que levou em consideração temas relacionados às ações de proteção ao meio ambiente, governança corporativa, cultura organizacional, capital humano, modelos de negócios e inovação.

O que é ESG?

Antes de falarmos sobre os motivos que tornam ESG importante, primeiro vamos compreender do que se trata a sigla. ESG significa Environmental, Social and Governanc, ou seja, Ambiental, Social e Governança. Ele funciona como um guia bacana para as empresas serem mais legais com o planeta, com as pessoas e com elas mesmas.

ESG é sobre ser verde, ser justo, ser ético. É uma abordagem que avalia o impacto de uma empresa em áreas críticas além do financeiro. Inclui considerações sobre práticas sustentáveis, responsabilidade social e uma sólida governança.

Apostar em ESG atrai investidores

Empresas que valorizam e incorporam princípios ESG em suas operações têm demonstrado ser mais atrativas para investidores e, consequentemente, mais valorizadas no mercado. Esse fenômeno pode ser explicado por diversos fatores interligados que refletem a crescente importância da sustentabilidade nos negócios.

Como mencionado, a abordagem ESG permite que as empresas avaliem e mitiguem riscos associados a questões ambientais, sociais e de governança. Ao considerar aspectos como mudanças climáticas, práticas trabalhistas justas e transparência na gestão, as companhias podem reduzir a exposição a eventos imprevistos e, assim, proporcionar uma maior previsibilidade aos investidores.

Além disso, a reputação desempenha um papel crucial. Empresas que adotam práticas sustentáveis muitas vezes desfrutam de uma imagem mais positiva junto aos consumidores, funcionários e comunidades locais. Essa reputação favorável não apenas fortalece a relação com os stakeholders, mas também contribui para a construção de uma base de clientes mais leal e engajada.

Outro fator determinante é o crescente interesse de investidores que priorizam critérios ESG em suas estratégias. À medida que a consciência sobre questões ambientais e sociais aumenta, muitos investidores optam por canalizar seus recursos para empresas alinhadas com valores sustentáveis. Consequentemente, empresas que adotam práticas ESG robustas podem desfrutar de um acesso mais fácil ao capital, incluindo investimentos de fundos que priorizam critérios éticos e ambientais.

A importância do "G"

O "G" no ESG, representa Governança. Esse é um tema fundamental porque se concentra nas estruturas e processos de liderança e controle dentro das empresas. A Governança Corporativa desempenha um papel crucial ao estabelecer a maneira como uma empresa é gerenciada e como suas decisões são tomadas.

A ausência de governança pode resultar em uma série de desafios, afetando aspectos fundamentais como segurança, eficiência operacional e o desperdício de recursos. A governança corporativa desempenha um papel fundamental na orientação e no controle das organizações, garantindo que estas alcancem seus objetivos de maneira ética, transparente e eficiente. Quando essa estrutura é negligenciada, os problemas começam a surgir, comprometendo o desempenho global da empresa.

Um dos principais problemas decorrentes da falta de governança é a vulnerabilidade em relação à segurança. A ausência de políticas e controles adequados pode expor a empresa a riscos cibernéticos, fraudes internas e externas, colocando em perigo informações sensíveis e a reputação da organização.

Além disso, a falta de governança muitas vezes resulta em desperdício de recursos. Sem uma estrutura eficiente para a tomada de decisões e alocação de recursos, as empresas podem enfrentar problemas como investimentos inadequados, estoques desnecessários e processos ineficientes.

Já uma governança sólida implica em transparência nas operações e na divulgação de informações financeiras, promovendo assim a confiança dos investidores e outras partes interessadas.

A governança eficaz vai além dos aspectos financeiros, envolvendo uma cultura organizacional ética. Isso significa que as decisões da liderança são guiadas por princípios éticos, considerando não apenas os interesses dos acionistas, mas também o impacto nas partes interessadas, como funcionários, clientes e comunidades.

Além disso, estruturas de governança fortes são essenciais para a identificação e gestão de riscos. Isso é crucial para a sustentabilidade a longo prazo da empresa, pois permite antecipar e responder adequadamente a desafios e mudanças no ambiente de negócios.

Qual a relação entre governança corporativa e governança de TI?

A governança corporativa e a governança de TI estão inter-relacionadas e desempenham papéis cruciais dentro de uma organização, embora foquem em diferentes aspectos. Elas são complementares e trabalham em conjunto para garantir que uma organização alcance seus objetivos de maneira ética, eficiente e alinhada com suas estratégias de negócios.

Entenda como elas se relacionam em alguns pontos fundamentais para as empresas:

Alinhamento com objetivos organizacionais:

A governança corporativa concentra-se em garantir que as decisões e ações da organização estejam alinhadas com os interesses dos acionistas e com os objetivos de longo prazo. A governança de TI, por sua vez, assegura que os sistemas de tecnologia da informação e as práticas estejam alinhados com os objetivos de negócios e apoiem a estratégia organizacional. 

Gestão de Riscos

A governança corporativa aborda os riscos organizacionais mais amplos, enquanto a governança de TI se concentra nos riscos relacionados à tecnologia, como segurança da informação, privacidade de dados e continuidade operacional.

Transparência e Prestação de Contas

A transparência e a prestação de contas são princípios fundamentais tanto na governança corporativa quanto na governança de TI. A governança corporativa busca garantir que a empresa seja transparente em suas operações, enquanto a governança de TI assegura que as práticas e decisões relacionadas à tecnologia sejam compreensíveis e responsáveis.

Decisões Estratégicas

A governança corporativa orienta as decisões estratégicas em nível organizacional, enquanto a governança de TI desempenha um papel crítico na orientação das decisões estratégicas relacionadas à tecnologia, incluindo investimentos em TI, desenvolvimento de sistemas e escolhas de arquitetura.

Alocação de Recursos

Ambas as formas de governança estão envolvidas na alocação eficiente de recursos. A governança corporativa aborda a alocação de recursos em nível organizacional, enquanto a governança de TI se concentra na alocação de recursos para projetos e iniciativas de tecnologia.

Como implementar a governança na minha empresa?

Implementar a governança nas empresas é um processo estratégico fundamental para promover transparência, responsabilidade e eficácia em todas as operações. Uma avaliação abrangente da estrutura existente é o ponto de partida. Identificar pontos fortes e áreas que precisam de aprimoramento proporciona uma base sólida para a implementação de melhorias.

A elaboração de políticas e procedimentos claros é essencial, abordando aspectos como tomada de decisões, prestação de contas, transparência e ética. Esses documentos formam a espinha dorsal da governança.

A definição de responsabilidades é outro passo crítico. Estabelecer papéis claros em todos os níveis da organização, desde a alta administração até os membros da equipe, é fundamental para garantir uma distribuição eficaz de responsabilidades.

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