A Belgo Mineira e a importância de fazer a diferença
Inauguração Vila Siderúrgica em 1932 - Fonte: Folha de Sabará

A Belgo Mineira e a importância de fazer a diferença

Nunca trabalhei na Belgo Mineira (atual ArcelorMittal Brasil ). Mas escuto uma história desde sempre e vou contar:

Antônio Santa Rosa Gomes era fichado¹ na Belgo Mineira e lá ficou por anos, até se aposentar. Pai de 4 filhos, marido de costureira e cozinheira, família média e simples.

Suzana, a filha mais velha, conta que sempre que precisavam de algo, encontravam na Belgo. O plano de saúde era na própria empresa e extensivo à família dos colaboradores, sem débito no holerite. O que me faz imaginar que havia uma estrutura na própria empresa com médicos diversos para atender os colaboradores e seus familiares. O que não é impossível pensar, afinal falo de anos 50, 60, empresas dessa época e de uma siderúrgica (com riscos maiores de acidentes de trabalho, muitas vezes precisando de atendimento imediato). Mas de fato, não sei se era isso mesmo.

Pois Suzana sempre conta que adorava ir ao médico na Belgo. Para quem a conhece, sabe o quanto ir ao médico é algo pavoroso pra ela, mas na Belgo ela gostava, era uma festa. Essa lembrança se fez muito presente em sua vida e também o fato de que toda vez que ia à empresa, tinha que passar na sala do Sr. Jacob² (que ela dizia ser o patrão de seu pai). Sr. Jacob tinha um sotaque estrangeiro e muitas balinhas para distribuir às crianças. Era uma festa vê-lo!

Hoje, acometida pelo mal de Alzheimer, D. Suzana lembra de cada parte desta história. Nada foi perdido em seu "HD interno" e ainda diz, para tudo que vê pela frente: "Esse prédio é da Belgo, eu lembro dele! Ah, esse médico é da Belgo, esse hospital é da Belgo!"

Eu de fato não sei o que Antônio viveu na Belgo, quais eram suas atribuições (imagino que administrativas) e como foi sua visão sobre a empresa. Infelizmente não deu tempo de conversar com ele sobre isso. Mas sendo as lembranças de Suzana contadas antes de seu diagnóstico, entendo que era uma "firma" conceituada e respeitada para ela. O que me deixa impactada é sua lembrança, pós Alzheimer, sobre a Belgo e suas histórias: como elas são fortes na mente da filha de um trabalhador, para inclusive resistir à uma doença degenerativa da memória.

O que quero dizer com isso? Que a vida tem altos e baixos e sempre assim será. Mas o que realmente fica de respeito, valores, lembranças boas de momentos em que era preciso atenção? Seja do atendimento médico extensivo à família ou até mesmo dos minutinhos de atenção do Sr. Jacob, parando seu dia para conversar com os filhos de seu subordinado. E foi suficiente para que lembrassem com tanto carinho.

Antônio Santa Rosa Gomes é meu avô, pai da Suzana, minha mãe. E mesmo com a ausência dele há mais de 20 anos e com o recente diagnóstico dela, a Belgo ainda perpetua suas memórias, histórias, carinho e ainda é atribuída a momentos atuais: "Essa festa que teve aqui, foi a Belgo que fez!"

E você e sua empresa? Qual a diferença vai fazer hoje? De que forma vai marcar positivamente a vida de seus colaboradores, familiares e sociedade?

Encontrei este artigo da época da chegada da Belgo em Sabará/MG que corrobora com alguns fatos da história de minha mãe.

¹ Antigamente falava-se fichado para quem era celetista (CLT).

² Esse era seu nome, segundo minha mãe. Não consegui pesquisar nada sobre ele.

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