Call - 11/03/2019 - SPX Capital

Call - 11/03/2019 - SPX Capital

Com o objetivo de informar melhor os meus clientes, eu acompanho o que a SPX Capital tem a dizer sobre o cenário econômico e a estratégia dos seus fundos de investimento.

Abaixo seguem os tópicos mais importantes do call:


Gabriel Hartung – Macro Internacional


+ A economia dos EUA vem desacelerando desde a virada de 2018 para 2019. Em 2018 o crescimento foi de 3,1%. Os dados de dezembro foram mais preocupantes e muito voláteis. As duas principais preocupações são o consumo que representa 75% do crescimento e o mercado de trabalho. Apesar dos resultados fortes no mercado de trabalho até janeiro, em fevereiro os dados foram muito ruins. Os dados de consumo mais fracos acendem o sinal de alerta. Estamos vendo a consolidação de dois pontos na política monetária dos EUA, a pausa no ciclo de alta dos juros e a interrupção da redução do balanço na metade o ano. Os EUA e a China seguem negociado na guerra comercial com sinais positivos, mas as questões estruturais de propriedade intelectual e geopolítica ainda estão em aberto. Crescimento nos EUA de 2% em 2019. O FED deve ficar parado nos próximos seis meses observando, visto que a incerteza está mais alta do que o normal. Atenção para as eleições presidenciais nos EUA em 2020. A maioria dos pré-candidatos democratas tem uma plataforma bem a esquerda.

+ Na China os dados indicam uma desaceleração da economia. Os estímulos do governo como o aumento na emissão de bonds e o corte de impostos para famílias e empresas devem garantir que a desaceleração ocorra de uma forma mais organizada. Crescimento de 6,2% em 2019, 40bps a menos do que em 2018.

+ Na zona do Euro o fato mais importante foi a reunião do BCE que confirmou o crescimento baixo em 2018 e 2019, uma inflação mais baixa do que o esperado, reconheceu a necessidade de mais estímulos e não haverá mais aumento de juros nesse ano. O BCE está com pouco espaço para reagir, os juros estão baixos por um período longo e sem espaço de manobra em caso de cenário ruim. A zona do Euro está em uma situação frágil.

+ No BR ainda temos pouca visibilidade do governo Bolsonaro. Boa proposta da previdência enviada ao congresso. A parte ruim da proposta é que o governo decidiu pelo caminho mais longo com uma proposta nova começando do zero. O governo vai precisar intensamente dos líderes partidários para a aprovação da reforma. O governo não conseguiu bypassar os líderes partidários com as bancadas temáticas, são parlamentares experientes e inteligentes que sabem a influência que possuem. Os dois lados vão ter que ceder, tanto o congresso como o executivo. Apesar dos ruídos, o governo vai ser capaz de aprovar a reforma da previdência. O processo será lento com a aprovação só após o recesso parlamentar do meio do ano. Não sabemos o tamanho da reforma que irá ser aprovada, mas sabemos que irá sofrer alterações importantes no meio do caminho, saindo uma proposta mais desidratada e que estabilize a dívida pública.

+ A atividade foi fraca no BR em 2018 com crescimento de 1,1%. A recuperação da atividade está sendo lenta em meio a um ajuste fiscal. Todo o crescimento do PIB deve vir do setor privado. O consumo é muito relacionando com a massa salarial. O mercado de trabalho se recuperando de forma gradual traz a recuperação do consumo. Existe muita ociosidade de fatores, primeiro aumenta a utilização da capacidade para depois investir. Parte do investimento é do governo o que adia mais a recuperação da atividade. Revisão do PIB de 2% para 1,8% em 2019. A meta fiscal de 2019 é fácil de cumprir já que o resultado de 2018 foi melhor do que a meta de 2019. O setor externo está confortável com um déficit em conta corrente de 1,3% do PIB e uma entrada de 4% do PIB em investimentos diretos. A inflação para 2019 é de 3,8% com grande volatilidade. Pouca novidade na política monetária e achamos que ela não está estimulante. Não vale a pena para o BC correr o risco nessa altura. É melhor o BC ser cauteloso e manter a SELIC estável, olhar para uma queda quando tiver mais visibilidade da reforma da previdência.


Rogério Xavier - Juros


+ Cenário externo com baixa volatilidade nos EUA. A Europa está com dados fracos de atividade. As altas de juros precificadas estão sendo retiradas do preço com o tempo. O mercado está indefinido e estamos à espera de mais dados para definir a direção.

+ Os EUA estão sem uma definição para que lado vai a taxa de juros, corte ou alta. Estamos totalmente dependentes dos dados e os dados não têm sido esclarecedores no momento. Se o FED ficar parado no curto prazo a volatilidade tende a cair. Sem posições no momento. Aperto relevante das condições financeiras nos EUA no ano passado, menor efeito do pacote fiscal de 2018 leva a uma desaceleração da economia.

+ No BR, com a atividade econômica e a inflação de curto e médio prazo em linha e acreditando na aprovação da reforma, abre-se espaço para novos cortes de juros no futuro. Atividade fraca com inflação muito baixa e uma perspectiva da economia positiva em um cenário global de juros menores. É difícil esse prêmio ficar como está hoje. O BC vai começar a dar mais importância para o médio e longo prazo, com espaço para o BC considerar alguma queda de juros de até 100bps. No curto prazo sem ter para onde ir, nada muito animador. Estamos olhando para a inflação. A nossa percepção é que os juros não têm sido tão estimulantes para a economia como o divulgado pelo BC. Crescimento anêmico. Com a reforma aprovada, o BC pode cogitar cortar os juros. Para mim os juros são menores ou iguais ao patamar atual tanto interno quanto externo. A curva deveria estar negativamente inclinada nos próximos dois anos.

 

Bruno Pandolfi - Moedas


+ Poucas alterações nas posições e alguma deterioração global. O mercado está tentando antecipar a recuperação que ainda está lenta. Os EUA sofreram com a queda das bolsas devido ao aperto das condições financeiras no final do ano passado. Com as condições financeiras mais folgadas depois da atuação do BC americano, a divergência de crescimento entre os EUA, China e Europa continuará prevalecendo e o USD continuará forte em relação ao EURO.

+ Diferencial de juros elevado com os juros muito baixos na Europa. Os EUA vieram forte em relação ao resto do mundo. Acho que o dólar vai continuar forte e temos posições nesse sentido. Posições pequenas em mercados emergentes.


Commodities


+ Posição comprada em cobre para se beneficiar da melhora do ambiente macro de curto prazo. No longo prazo ainda temos muita incerteza. Os dados de crédito chinês vieram bons, além da melhora nas negociações da guerra comercial entre EUA e China. Ambiente macro de curto prazo mais positivo. O balanço do cobre está equilibrado, mas com expectativa de melhora do mercado. Encerramos uma parte da posição direcional e substituímos uma parte por um trade relativo contra o Zinco.

+ O balanço do Zinco está saindo de um enorme déficit, caminhando para um balanço equilibrado e indo para um balanço de superávit em 2020. Os preços do Zinco devem cair nos próximos trimestres. Trade relativo comprado em Níquel e vendido em Zinco. Forte divergência entre oferta e demanda de cada metal. Direcional marginalmente comprado em metais.

+ Pequena posição comprada em milho. A China não costuma importar milho e essa demanda extra pode apertar o balanço de milho. Vamos entrar no período importante da safra dos EUA e o mercado está muito vendido para um eventual problema no desenvolvimento da safra.

+ Sem posições no mercado de energia. Encerramos a posição comprada em petróleo. Viés construtivo e positivo do mercado, mas o preço aumentou muito e decidimos encerrar a posição.

 

Leonardo Linhares - Bolsa


+ O mês de fevereiro foi marcado pelo desempenho positivo das bolsas internacionais com relevante expansão dos múltiplos de mercado. Nos EUA os dados de atividade vieram abaixo do esperado. A temporada de lucros foi saudável, mas com algumas revisões negativas. Grande diferenciação entre ganhadores e perdedores. A Europa com desempenho positivo e os bancos com os lucros pressionados pela estrutura de juros.

+ Expectativa de alguma melhora na China. A China foi o grande destaque do mês. O governo vem anunciando inúmeras medidas de estimulo. Os reguladores chineses se mostraram interessados e deram sinais de preocupação com a desaceleração da atividade. Dessa vez as medidas de estímulo foram mais benéficas para as empresas e os lucros corporativos, ao invés do passado que eram medidas de investimento. A américa latina com a Argentina e o México foram os destaques negativos.

+ Apesar da melhora do risco, estamos sem posições relevantes na parte internacional. Vemos uma desaceleração sincronizada nas principais economias. A partir do segundo semestre irá aumentar o efeito negativo das eleições americanas.

+ No BR, o destaque foi o barulho gerado pelo governo com a PEC da previdência. O prazo e o tamanho da reforma me parecem otimistas. A PEC deverá ser aprovada de uma maneira mais demorada. A segunda etapa da discussão de novas medidas irá beneficiar especificamente o mercado de bolsa. A mudança mais efetiva do governo será na coordenação política da reforma. Desinvestimento da caixa no IRB, desinvestimentos do BNDES nas participações no decorrer do ano. Posição direcional comprada em financeiro, utilities e consumo.

+ A tragédia de Brumadinho continua a gerar efeitos para a Vale. Com a paralização das barragens, a produção de minério vai diminuir 70MM toneladas no curto prazo de um total de 390 MM toneladas. O impacto do corte será bem atrativo para o preço do minério no curto prazo e menos significativo nos preços no longo prazo.

 

Continuarei acompanhando a casa e seus resultados.

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Estou sempre na busca da transparência das informações e no aumento do conhecimento dos meus clientes com relação as estrategias dos gestores.

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Diego Soldan


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