Cansei de fazer parte do exército de mulheres invisíveis e silenciosas
O machismo por Angeli O homem diz: “Sinto muito, mas só aceito reclamações do chefe!”. Ela: “Mas eu sou o chefe!”. Ele: “Então mande o seu marido falar comigo!”; Ela: "Eu não sou casada". Ele então: "Pai? Irmão maior? Advogado? Procurador?"

Cansei de fazer parte do exército de mulheres invisíveis e silenciosas

Resolvi contar minha história, que é também a de muitas outras.

Somos mais da metade da população brasileira, estudamos mais, temos mais qualificações e ainda assim, a cada 15 minutos morre uma de nós. A cada 3 minutos, uma menina ou mulher brasileira é vítima de violência praticada, em sua maioria, por alguém de seu convívio doméstico. Sob o olhar plácido e inerte de todas as instâncias institucionais deste país.

Somos mal representadas nas principais esferas de poder. Qualquer poder, em qualquer esfera, de qualquer lugar que se imagine.

Metade das empresas não tem sequer uma mulher no conselho de administração, dois terços não têm presença feminina na diretoria executiva. As mulheres são quase metade dos empreendedores do Brasil, mas não têm condições mínimas de incentivo, como acesso a crédito, formação de rede e capacitação.

As mulheres são as principais responsáveis pelos afazeres domésticos: a média de dedicação semanal delas é o dobro da deles. Reinamos nos trabalhos onde não há remuneração ou reconhecimento. A média salarial masculina é de 20% a um terço maior do que a feminina em todos os cantos do mundo. Para as mulheres negras, além da diferença salarial estão reservadas as ocupações de menor remuneração e prestígio.

Em todas as outras nações para as quais há indicadores — sejam ricas ou pobres, de todos os continentes, hemisférios, de cultura ocidental ou oriental –, as mulheres representam menos de 50% dos legisladores e dos funcionários de alto escalão do poder político.

No mundo dos negócios, a mulher ainda está distante das cúpulas organizacionais. Líderes femininas em posição elevada de poder adquirem visibilidade mais por serem a exceção do que a regra.

Houve avanços na questão da desigualdade de gênero, é verdade, mas ainda são raras as empresas com políticas claras para levar a mulher ao topo do comando. No Brasil, quanto maior a companhia, menor o número lideranças femininas.

Boas práticas de governança corporativa são fundamentais para melhorar a qualidade de gestão das empresas e com isso a eficiência e a competitividade como um todo.

Os dados são tristes, e podem ser resumidos em um só: as mulheres continuam a enfrentar discriminação, marginalização e exclusão, ainda que a igualdade entre homens e mulheres seja um preceito internacional universal, um direito humano fundamental e inviolável.

E é esse estado de coisas, querido leitor e leitora, que pretendemos contar neste espaço. Queremos romper o silêncio que oprime o grito de tantas mulheres.

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