A caravana passa!
É interessante observar as eleições nos EUA e o comportamento dos dirigentes ocidentais em relação aos orientais.
Em 22/07/2024 passou na TV uma fala do candidato Nicolás Maduro (atual presidente da Venezuela) sobre a desistência de o sr. Biden à reeleição nos EUA, por aqui, não é diferente, tivemos o depoimento de o sr. Luiz Inácio Lula da Silva e dezenas de analistas todos os dias pipocam na mídia.
O sr. Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, disse: “Joe Biden chegou a uma ótima conclusão para seu país, a Europa e o mundo”, o sr. Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, “Respeito a decisão do presidente Biden e espero que trabalhemos juntos durante o restante de sua presidência”, Simon Harris, Taoiseach – o primeiro-ministro da Irlanda “Em nome do povo e do governo da Irlanda. Eu, como Taoiseach, gostaria de agradecer ao senhor presidente [Joe Biden] por sua liderança global e sua amizade ao anunciar que não concorrerá à eleição presidencial dos EUA em 2024” etc.
Já do outro lado do mundo não encontramos nada na mídia dito pelo sr. Vladimir Vladimirovitch Putin, o porta voz do Kremilin, Dmitry Peskov, se limitou a dizer: “Ainda faltam quatro meses para as eleições, e esse é um longo período em que muita coisa pode mudar. Precisamos ser pacientes e monitorar cuidadosamente o que acontece. A prioridade para nós é a operação militar especial”, disse Peskov ao meio de comunicação SHOT, referindo-se à guerra na Ucrânia.
Já para a China existem assuntos fortemente divergentes em relação aos EUA incluindo a guerra Israel – Hamas, a guerra na Ucrânia e a situação de Taiwan, no entanto, a desistência de o sr. Biden não mereceu comentários de seus líderes, obviamente os chineses trabalham internamente com diferentes cenários. E, mais, eles não iriam opinar sobre assuntos internos estadunidenses, obviamente esperando reciprocidade sobre seus próprios assuntos internos.
A China: salientemos que O PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 4,7% no 2º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, trata-se da bagatela de US$ 8,65 trilhões. Sim, um crescimento abaixo do esperado, já que eles projetaram 5,0% . E, eles preveem crescer outros 5% no 2º semestre de 2024. Por aqui no Brasil, segundo o IBGE, não temos o PIB do segundo trimestre, afinal somos uma democracia e precisamos de alguns meses para chegar num denominador comum. Uma projeção da Austin Rating, considerando as novas projeções do FMI e a taxa média de câmbio até julho, estima que o PIB brasileiro em 2024 seria de US$ 2,274 trilhões, um crescimento do PIB no ano de cerca de 1,6%, a diferença é gritante e já fomos maiores que eles. Que tal?
Recomendados pelo LinkedIn
Na semana passada enquanto o ocidente discutia a coordenação cognitiva de o sr. Biden, acontecida reunião em Hong Kong, ali a China reviu e projetou seu roteiro econômico até 2029. O foco: a harmonia buscada pelos chineses está entre crescimento econômico sustentável e segurança nacional. Os chineses trabalham para aumentar o consumo interno e o comércio exterior. E, para tal eles firmaram posicionamento na revolução cientifica em curso.
Pois é, os cães no ocidente ladram, mas não apresentam seus planos quinquenais para o desenvolvimento econômico. Cadê? Os chineses falam e escrevem: nós chegaremos lá com uma melhor integração da economia digital e a economia real, e com o aumento da “resiliência” na cadeia de suprimentos industrial. O Politburo quer atingir as metas, como? O país tem adotado tecnologias educacionais, como inteligência artificial, aprendizado adaptativo e plataformas online, para melhorar a qualidade e a acessibilidade da educação.
A China, em porcentagem do PIB, investe menos que o Brasil. Enquanto na China o investimento em educação tem variado entre 3,5% e 4% do PIB nos últimos anos, o Brasil tem investido percentualmente mais do que a China, em 2022, o investimento em educação no Brasil foi de aproximadamente 5,5% do PIB. E, no Brasil, se discute aumentar para 10% do PIB (Conferência Nacional de Educação (Conae) em 2024.
A era do conhecimento exige investimentos em STEM (é um acrônimo em inglês para as áreas de Ciências (Science), Tecnologia (Technology), Engenharia (Engineering) e Matemática (Mathematics)) esse termo é usado para se referir a um conjunto de disciplinas e áreas de conhecimento que são consideradas fundamentais para o desenvolvimento tecnológico e econômico de um país. A educação STEM tem como objetivo preparar os alunos para carreiras nessas áreas, fornecendo-lhes as habilidades e conhecimentos necessários para inovar, resolver problemas e contribuir para o avanço da sociedade.
Independentemente do comparativo sobre o PIB, quanto ao desempenho da China e do Brasil no exame PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) constatamos fortes divergências. Os chineses se colocam entre os melhores e na matemática são excepcionais. Nós estamos abaixo da média da OCDE, o Brasil não busca se destacar no PISA, o Brasil almeja alcançar um nível tal que os alunos possam entrar na competição em pé de igualdade. Sim, os cães ladram.