Carpe Diem: domingo feliz!
Já escrevi sobre a complexidade do significado do domingo.
Domingo é um dia “esquisito”, muita gente há de concordar comigo.
Dia de descanso, de missa, de caminhada no parque, de encontrinhos descolados, de relax e de ... tensão.
Domingo antecede a segunda que antecede a semana inteira que vem lá pela frente. Domingo antecede ansiedade e também é a própria.
Os significados dos meus domingos, particularmente falando, podem ser divididos em a.m e d.m (ou seja, antes de ser mãe e depois que me tornei mãe).
Entre tantos sentidos que a maternidade proporcionou à minha vida, o conteúdo dominical foi um dos mais simbólicos, afinal, com criança pequena ou com bebezinha em casa, todo dia é dia e não há aquele descanso.
Você se ocupa e tem que fazer e pronto e é sobre este ponto que quero me debruçar um pouco para refletir o quanto é interessante a ocupação em si.
Porém, quero deixar claro que não sou adepta das ocupações pelas ocupações, mas daquelas que nos colocam a serviço da satisfação também de um outro porque é neste ponto que as coisas começam a fazer um real sentido para a nossa existência.
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Mesmo quando nos ocupamos com os estudos, com o simples caminhar no parque num dia ensolarado... a coisa toda faz mais sentido quando saímos do egocentrismo e encontramos a essência do afazer na doação genuína, algo como “aprendo agora para poder ensinar depois”; “cuido-me agora para servir melhor”, “distraio-me hoje para trabalhar com mais ânimo amanhã”...
Se colocar a serviço de algo que é maior que você, que vai além de você, que te extravasa, que escapa do simples “eu”.
Demorei anos para entender isso porque é realmente algo sutil e ao mesmo tempo não é tão simples assim, mesmo sendo a maior singeleza do mundo.
Vivemos um momento em que todos te falam: cuide-se, olhe para você, concentre-se e se não entendermos bem o que isso quer dizer corremos o risco de nos fecharmos por completo, quando na verdade o verdadeiro mergulho só pode acontecer na medida em que compreendemos que o real significado está na clareza do que podemos fazer para o outro, cumprindo um papel, uma missão de vida.
Meus domingos passaram a ser bacanas, sem tédio ou portadores de ansiedade da pré-estreia da nova semana. Aprendi com eles a viver o Carpe diem, desfrutando o gostoso do cada instante vivido.
O inusitado é que aprendi isso exatamente vivendo o bom do instante do dia da semana que fora o mais desafiador para mim durante muitos anos.
Mas a vida é assim mesmo: o aprendizado geralmente vem através das formas e maneiras mais improváveis e quando menos a gente espera: “pá pum”, a ficha cai.
Bom domingo!