Carta às empresas de Produto e Serviço
Queridas empresas, deixa eu contar à vocês alguns detalhes sobre o novo consumidor, que vocês ainda não quiseram perceber.
- não temos mais telefone fixo, aquela tecnologia do século passado que ocupava um canto das nossas casas. Não me exijam número de telefone fixo, muito menos mantenham isso como campo obrigatório em um cadastro. Se eu precisasse de um número de telefone fixo, compraria um número do Skype e usaria no meu celular.
- não pago mais para assistir o conteúdo determinando pelas operadoras de TV à cabo. Agora é tudo on-demand, na hora que eu quero, e quero pagar um valor fixo, acessível e inalterável por isso. Aprendam com serviços como Netflix e Spotify, os queridinhos de todos nós.
- Não me liguem oferecendo jornais impressos, não tenho cachorro ou gato em casa. E quando eu tentar ler uma matéria na sua versão virtual, não me limite a 10 notícias/artigos. Esse modelo não cola mais, tem 2.435 outros veículos com as mesmas notícias e monetizando de formas mais inteligentes, inspirem-se nelas.
- Plano de dados no celular não é mais um serviço agregado, deveria ser o serviço principal. Já acabou-se o tempo de chamada cobrada por pulso, por minuto, por qualquer modelo ultrapassado desses. Agora é tudo por dados, tudo via IP: navegação, ligações, vídeo-chamadas, mensagens, trocas de arquivos, e etc. Manterá o seu cliente quem tiver a melhor cobertura e qualidades de serviço e atendimento, afinal, atendimento de telecom é o que há de pior nesse mundo.
- Não queremos mais sustentar enormes estruturas de casa e automóveis, queremos obter o melhor uso destas estruturas, se possível compartilhado, custando menos e não nos enraizando profundamente em um financiamento vitalício e altos custos mensais. Vide AirBNB, Booking, Uber, estruturas públicas de aluguel de bike como meio de transporte alternativo, etc.
- Bancos, meus queridos (not) bancos. Tarifa de manutenção? Serviços executados apenas na agência? Anuidade de cartão de crédito? Seu modelo também está com os dias contados! Obrigado, Nubank.
O consumidor mudou, o ser humano mudou, as empresas por aqui ainda não. Falta de conhecimento? Duvido! Falta de vontade mesmo! Sabe-se de como as coisas funcionando no hemisfério norte, mas pro Brasil ainda trazem e mantém apenas as sucatas, os restos do mundo, os produtos poluentes, os serviços defasados, as comidas envenenadas.
Mas eu não compro nada disso mais, e aos poucos vou contaminando os outros para romper esse vício também. E aí, queridas empresas, vocês vão vender cada vez menos destes conceitos ultrapassados, e quando a sirene vermelha do faturamento soar, vão correr atrás do tempo perdido, vão sair atrás das pequenas empresas de sangue jovem, das startups, para se remodelar e vão ter que investir MUITO para desvincular das suas marcas a imagem desses conceitos defasados e desinteressantes.
Como mudar isso? Olhem para o seu público, ouçam as reclamações que ouvem seus atendimentos, e não esperem a sirene soar, invistam em mudança desde já, mesmo que a lucratividade a curto prazo não seja tão atrativa, a sustentabilidade do negócio está em risco. Não sejam míopes!
Corretor
6 aObrigado por me contaminar com esse pensamento tão moderno, quando pensava que a tecnologia já tinha me dado todo seu possível, vejo nas tuas palavras que devo começar de novo de onde parei. Assim como seu pai, você também esta me ensinando muito, te considero como um irmão, primo.