Cavaleiros do Zodíaco e o maior estudo sobre Felicidade já feito
Cavaleiros do Zodíaco é, com certeza, um dos animes mais conhecidos do Brasil. Fez muito sucesso nos anos noventa, sendo exibido na antiga Rede Manchete.
Cinco amigos, muito fortes, dando o máximo de si para salvar a terra de seres malignos. Porém o foco do anime não são as batalhas ou mesmo os poderes. Mas sim a AMIZADE. Parece meio bobão, mas não é. Esses cinco amigos se unem através desse sentimento, e com o passar do anime, através de sacrifícios e muita garra, vão descobrindo novos poderes e ficando mais e mais fortes.
E não é que é assim mesmo? Quantas vezes em prol das pessoas que amamos, acabamos sacrificando muito de nossa vida!? Quantas vezes acabamos ficando mais fortes por outras pessoas, elas merecendo ou não essa ajuda e força? Acho que já entendeu o abjetivo central desse texto. Quero te falar de como as pessoas que nos amam e as que amamos são importantes para uma vida feliz e realizada.
E se pudéssemos mapear uma vida toda, desde a adolescência até a velhice, para saber o que nos deixa mais felizes? Um estudo assim aconteceu. O mais longo estudo sobre a felicidade. O estudo do desenvolvimento adulto de Harvard.
O estudo
Foram 75 anos acompanhando 724 homens. Acompanhando a saúde, trabalho, realização, lazer, tristezas, etc. O quarto diretor do projeto, Robert Waldinger é o porta voz do momento, contando o que houve e quais as conclusões desse estudo que ocorre desde 1938.
Quando entraram no estudo, os adolescentes foram entrevistados, fizeram exames médicos dos mais variados, escaneamento dos cérebros, exames de sangue, entrevistas e entrevistas com o jovem, seus pais, amigos e professores. Foi tudo muito minucioso. Havia também psicólogos para saberem das suas maiores angustias, anseios e sucessos.
Esse processo se repetia a cada 2 anos. Durante a trajetória de vida desses jovens aconteceu de tudo. Variadas profissões, experiências, moradias. Teve alguns alcoólatras e até mesmo esquizofrênicos. Alguns subiram de vida, outros desceram. Mas, depois de tudo isso, qual foi a conclusão tirada? O que deu pra aprender com os 75 anos dessas vidas?
Vamos lá. Primeiro, não foi de riqueza e fama os principais agentes da felicidade, mas sim os bons relacionamentos que os deixaram mais felizes e mais saudáveis.
Surpreso? "Pera" que tem mais. Três lições muito importantes foram tiradas:
1- Conexões sociais fazem muito bem pra gente. Já a solidão mata. Pessoas mais ligadas a família, amigos e comunidade vivem mais e mais felizes. Já a solidão é tóxica. Isso deixa verdadeira a frase: "Felicidade deve ser compartilhada", retirada do filme - Na natureza selvagem. Pessoas mais solitárias, que não tem a conexão com outras, que não possuem laços, na meia idade tendem a ficar mais doentes e seu cérebro deteriora mais cedo, deixando suas vidas mais curtas
2 - O número de amigos ou familiares não influencia. Podemos estar sozinhos no meio da multidão ou mesmo em um casamento. O que interessa é a qualidade desses relacionamentos. Relacionamentos conturbados ou rasos podem ser piores para nós que o próprio divórcio. Quando os homens fizeram 80 anos os pesquisadores resolveram fazer uma analise dos últimos 30 anos e entender o que aconteceu. De acordo com os dados, não foi o colestrol ou a diabetes que os fizeram ter ou não uma vida melhor, mas sim a qualidade dos seus relacionamentos. Pessoas de 50 anos, felizes no seu relacionamento, envelheceram muito melhor e mais saudáveis.
3 - Relacionamento felizes não protegem somente os corpos, mas também os cérebros. Se durante sua vida você sentiu que tinha pessoas em quem confiava e podia contar com essas pessoas, saiba que suas memórias serão muito melhores preservadas e por mais tempo.
Uma conclusão que todo mundo já sabia
Esse estudo, que continua com 60 homens ainda vivos com mais de 90 anos, na verdade só vem afirmar a sabedoria antiga e o bom senso de que precisamos de pessoas para amar e sermos amados, precisamos nos dedicar a outros além de nós mesmos, precisamos ser menos egoístas e mais altruístas. Mas insistimos em não entender, em ignorar, em continuar em nosso mundo narcisista.
Eu sei que relacionamentos são difíceis, gastam energia, tempo, dedicação, e da muito trabalho zelar pelas pessoas que amamos. Mas o ensinamento é esse, zelar por quem amamos. E mesmo em momentos de brigas e afastamento, talvez guardar rancor e mágoas não seja a resposta certa, talvez a ideia de amar seja o que precisamos. Pense nisso, sua saúde física e mental depende de como você se relaciona com as pessoas que ama. Acho que no final amar seja a resposta que você tanto procurava. Inspire-se
Publicado originalmente em 10% de Inspiração
31 anos, paranaense, músico, designer gráfico, professor, coach, terapeuta, hipnólogo, palestrante, marido da Valkiria. Apaixonado por Filosofia, Criatividade, Autoconhecimento, Felicidade e Super-Heróis, resolveu misturar tudo isso e criar a 10% de Inspiração.