As lições de negócios que aprendi em Tetsavé

Para iniciar a história desse artigo, gostaria de informar que esse é um ano especial no calendário judaico. Como muitos de vocês devem saber, enquanto o calendário gregoriano segue somente o ciclo da terra em volta do sol, o judaico considera tanto o sol quanto a lua para definição das datas (sendo assim, um calendário lunissolar).

No entanto, uma vez que a quantidade de dias em um ciclo inteiro difere entre esses dois calendários, ao longo de 19 anos se adiciona um mês em 7 desses 19 anos e se mantêm os 12 meses para os 12 anos remanescentes. E o mês que é duplicado no calendário judaico é sempre o mesmo: Adar

Diante da necessidade de duplicar um mês, a pergunta que não quer calar é:

Por que o mês de Adar foi escolhido para ser duplicado? Afinal, o mês de Tishrei, por exemplo, é quando cai tanto o Rosh Hashaná (Ano novo) quanto o Yom Kippur (Dia do Perdão) e considerados por muitos as datas mais importantes do calendário judaico.

Para explicar sobre esse assunto, eu trago uma história breve:

Certo dia, lá para o ano de 1940, um homem resolveu fazer uma viagem de lua de mel com a sua esposa no meio de uma floresta. Os noivos ficaram hospedados em um chalé daqueles com lareira onde poderiam desfrutar de um bom vinho, aquele barulhinho da chuva batendo nas folhas secas suavemente e tudo que está incluso em um verdadeiro “kit-clima”.

No entanto, para estragar absolutamente toda a experiência, um pica-pau ficou bicando no telhado a noite toda, perturbando o casal com um barulho insuportável e formando buracos de onde gotas da chuva inundavam a casa.

No caminho de volta, ainda durante a estrada, a mulher exausta percebeu que seu marido estava todo feliz, parecendo que a viagem havia sido maravilhosa e energizante para ele. Sem entender nada, ela perguntou para o seu marido o motivo de tanta alegria. Foi quando o homem revelou que a partir daquele pica-pau ele havia idealizado um novo personagem de desenho animado, que todos nós já conhecemos muito bem.

Mas o que essa história do Pica-Pau tem a ver com a escolha do mês de Adar (e ainda com a Parashat Tetsavê).

Existem inúmeras explicações para a escolha do mês de Adar para ser o mês replicado, porém a mais profunda que eu conheci tem a ver com o fato de que nesse mês é celebrada a data de Purim, conhecida por ser a data mais alegre do ano (comemora-se a salvação dos judeus do plano de extermínio de Hamã, na Persia antiga).

Adicionalmente, a Parashat Tetsavé trata sobre as ordens de D´us sobre as roupas a serem usadas pelos sacerdotes e detalhes adicionais sobre os rituais que deveriam ser realizados no Tabernáculo. Ao final dessa passagem, praticamente como um “fechamento” do ritual (ou seja, numa seção especial da história), nos deparamos com a orientação dos sacerdotes terem que  queimar duas vezes por dia incenso sobre o altar e sobre a proibição de realizar sacrifícios animais sobre esse altar (exceto em Yom Kippur). Nesse trecho, está escrito que “o incenso é a mais querida de todas as oferendas. Todos os outros sacrifícios expiam transgressões, mas o incenso é ofertado apenas para trazer alegria e felicidade.”

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O que a história da criação do desenho do Pica-Pau e a escolha do mês de Adar para ser replicado nos anos bissextos nos mostra é o poder e a importância de trazermos alegria constantemente nas diversas esferas das nossas vidas.

Isso porque temos o poder de escolher sermos alegres e a alegria é uma das vibrações energéticas mais elevadas do universo. Através da alegria, podemos neutralizar sentimentos e experiências negativas e, simultaneamente, inverter essa negatividade em algo positivo.

É pensando em termos momentos alegres ou encarando os desafios pessoais e profissionais com mais alegria que podemos transformar um limão em uma limonada, ou então, que conseguimos espremer azeitonas, criar azeite e do azeite o fogo, o calor e a luz.

A alegria é um verdadeiro imã para o sucesso e tenho praticamente toda a certeza de que você prefere sempre lidar com colegas de trabalho, clientes e fornecedores alegres, com um sorriso no rosto e energizados positivamente.

No meu caso, especificamente, estou trazendo mais alegria para minha vida praticando uma nova atividade física que considero divertida! Agora, quatro vezes por semana, estou tendo aulas de futevôlei na praia e, assim, inicio meus dias da semana leve, feliz e cheio de ânimo para trabalhar. A vida não foi feita para ser chata. Divirtam-se!

Tenham todos uma ótima semana (Shavua Tov),

Marcos Akstein