Centenária com orgulho

Sabe o que a Saraiva, a Coca-Cola, a Nestlé, o Guaraná Antarctica, a Nivea e o Rexona têm em comum? Todos são marcas centenárias e referências fortes para o consumidor. De acordo com o estudo Brand Footprint Brasil 2022, da Kantar, as marcas com mais de um século de existência estão entre as mais usadas pelos consumidores brasileiros. O fato de estarem no mercado há mais tempo faz com que sejam mais lembradas, além de gerarem automaticamente mais credibilidade e confiança.

Mas, para se tornar centenária, é preciso inovar constantemente, estudar muito tendências, estar sempre de olho no que está acontecendo no mundo e manter-se relevante ao longo do tempo. A Saraiva , criada em 1914, demonstrou durante sua história ter pioneirismo, tradição e resiliência para atuar num mercado com muitas particularidades, que tem como principal mercadoria o livro. Essa história com muito mais do que mil e umas noites começou com a chegada de Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, um imigrante português, que fundou no Largo do Ouvidor, em São Paulo, uma pequena livraria destinada ao comércio de livros usados. Próxima à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, a livraria tornou-se conhecida de professores e estudantes de direito frequentadores da região e especializou-se no comércio de livros jurídicos, até os dias de hoje um segmento importante nos negócios da Saraiva.

Na mesma década, foi inaugurada a fase editorial da livraria, com o título “Casamento Civil”. Durante 30 anos seguintes, a área jurídica foi o grande foco da Saraiva. Em 1947, a empresa vira a sociedade anônima Saraiva S.A. – Livreiros Editores. A partir de 1970, passa a editar Livros Didáticos e Livros Paradidáticos e, em 1972, a Saraiva transforma-se numa companhia aberta. Ao longo das décadas, há uma soma de novidades: uma nova loja foi aberta na Praça da Sé, área tão emblemática da capital paulista. Depois, várias outras foram inauguradas em outros estados e em shopping centers. O forte investimento na edição de livros paradidáticos, nas áreas de administração, economia e marketing, fortaleceu a marca que nascera com as publicações jurídicas. No varejo, a Saraiva investiu em Megastores totalmente informatizadas. Em 1998, começou a vender os produtos on-line, sendo um dos primeiros sites de e-commerce do Brasil. Dez anos depois, ampliou a atuação no mercado editorial e livreiro com a aquisição de 100% do controle acionário do Grupo Siciliano.

Inovações sempre marcaram a História da companhia. Na lista há a criação de um selo chamado SaraivaTec, para atender à crescente demanda do segmento de cursos técnicos e de graduação tecnológica; a elaboração de uma nova solução didática de apoio ao ensino de Direito e Administração de Empresas Saraiva Solução de Aprendizagem; o lançamento de uma plataforma de self-publishing; a inauguração da primeira loja em aeroporto, no Aeroporto Internacional de São Paulo (Cumbica); a realização do Prêmio Saraiva de Literatura e Música para apresentar novos talentos da literatura e da música. Não à toa a Saraiva recebeu o “Prêmio Época Reclame Aqui – As Melhores Empresas para o Consumidor de 2013” na categoria Comércio Eletrônico e foi destaque como Companhia Supercampeã de votação no ranking geral, que considera as melhores empresas em 62 categorias.

O centenário da companhia, em 2014, foi comemorado em grande estilo, com o lançamento do Lev, primeiro leitor digital portátil da Saraiva, com a plataforma de livros digitais disponíveis no ecossistema da empresa. O ano de 2015 marcou uma grande mudança nas atividades da Saraiva, com a venda dos ativos editoriais, o que permitiu um foco 100% dedicado às atividades do varejo, que englobam as lojas físicas e o e-commerce. 

O ano de 2018 foi um ano desafiador: crise no mercado, juros altos, greve de transportes, entre outros. Na Saraiva houve o encerramento da operação de 22 lojas físicas com baixa perspectiva de geração de valor; a descontinuação de produtos com menor rentabilidade e maior demanda por capital de giro, retornando o foco para o mercado livreiro, a essência do grupo; a adequação da estrutura de custos e despesas por meio da implementação do Orçamento Base Zero – OBZ, definido pelo mínimo necessário de funções e colaboradores para manter a operação, sem causar impactos negativos nos resultados e no atendimento ao cliente.

Em novembro de 2018, as empresas do Grupo apresentaram pedido de recuperação judicial como forma de viabilizar a superação da crise financeira e preservar a manutenção da fonte produtora e a continuidade do negócio. Em 2020 houve o fechamento de mais 36 lojas físicas devido ao impacto da pandemia de Covid-19. Foram três planos aprovados, sendo o último homologado em abril de 2022, que está sendo amplamente cumprido.

Mas há muito o que se comemorar nestes últimos anos, apesar das dificuldades diárias, na continuidade das operações e na busca de investidores. Os resultados da Saraiva são positivos com a retomada da agenda de eventos da companhia, maior eficiência nas lojas e com a volta de nossos clientes. E que venham mais e mais anos de sucesso para uma marca centenária que trabalha com livros e com educação, que é sempre lembrada pelos brasileiros e que é uma das mais queridas do país.