Chegou a hora da verdade!
A eleição é esta semana e este é o maior evento para os ativos brasileiros nos últimos tempos, para o bem e para o mal, então chegamos a hora da verdade.
Eu gostaria de dedicar esta postagem para um breve prognóstico do que podemos ver acontercer com os ativos brasileiros após o resultado das eleições, lembrando que isto é um exercício de futurologia, algo fadado ao fracasso por natureza (ninguém pode prever o futuro), mas porque não, né?
Vitória do Bolsonaro - Uma leve euforia tomaria conta dos mercados, acreditando na duvidosa conversão liberal de Bolsonaro e no competência do posto Ipiranga, quer dizer Paulo Guedes, então teríamos uma súbita valorização dos ativos brasileiros, queda dos juros longos e do dólar, o que manteria a inflação baixa e ajudaria o próximo governo a atingir o tão sonhado superavit primário, a única maneira de salvar este país! O que pode dar errado? Muita coisa, desde a saída do Paulo Guedes do governo, até mesmo a constituinte do Mourão.
Vitória do Haddad - Inicialmente um banho de sangue no mercado, como foi a eleição de Lula em 2002, com dólar possivelmente ultrapassando 5 reais e juros de longo prazo disparando, com todo o mercado acreditando na venezuelização do Brasil. O que eu acho? Acho que o PT é mais pragmático do que parece, inclusive já está flertando com o Meirelles para a pasta econômica (assim como Bolsonaro, como você pode ver aqui), então, a eleição do Haddad pode ser uma ENORME oportunidade de comprar muita coisa barata, se depois a economia entrar no eixo. O que pode dar errado? Praticamente tudo, com inclusive o PT querendo convocar uma constituinte, como você pode ver aqui.
Vitória do Ciro - Banho de sangue tão grande ou até maior do que Haddad. Porque? Porque o Ciro seria um presidente desenvolvimentista, ou seja, da mesma linha econômica da Dilma, que acredita que o estado deve ser o motor de desenvolvimento de um país e nós já sabemos o resultado disto né? Déficit fiscal, inflação e consequentemente desemprego e recessão, logo, o mercado acha que seria o caos total. No entanto, ele em toda a sua vida pública, sempre foi austero e nunca governou com deficit, o que se ele executasse no palácio do planalto, seria um enorme avanço para o Brasil e novamente, seria uma enorme chance de fazer dinheiro com o pânico do mercado. O que pode dar errado? Muita coisa, desde do ódio que ele nutre pelo MDB (com relativa razão) até a famosa idéia de tirar os endividados do SPC (para que eles possam se endividar mais!).
Outros candidatos - Embora eu relute em acreditar nas pesquisas eleitorais, todos os outros candidatos parecem não ter chance de ir para um possível segundo turno, logo, não vou me aprofundar neles, mas os efeitos que aconteceriam com o Bolsonaro seriam vistos em diferentes estágios com Amoedo, Alckmin, Marina, Alváro Dias e Meirelles. Os outros são uma incógnita total e são ainda mais irrelevantes do ponto de vista das pesquisas, então, não carecem de atenção.
A verdade é que para saber se posicionar em casos como estes, para blindar o seu patrimônio ou mesmo ganhar algum dinheiro, é necessário investir em educação financeira e procurar alguma ajuda profissional (não o seu gerente de banco, que vai querer te vender uma capitalização), mas para não ficar em cima do muro, vejo pragmaticamente duas opções:
- Ou você permanece líquido, ou seja, sem estar comprado em nenhum ativo e aguarda o resultado das eleições, esperando para se posicionar quando a incerteza for menor, o que pode te deixar de fora de uma enorme valorização.
- Ou você compra um combo de bolsa mais dólar, um par que normalmente tem correlação negativa, logo, após a eleição, o lado que tiver a valorização devido ao resultado da eleição pode ser vendido, e os recursos ganhos podem ser utilizados para comprar a ponta que sofreu com a eleição, podendo gerar um enorme ganho no longo prazo.
Por Rafael Costa, sócio-fundador do Financial Freedom.
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