CIRURGIA PLÁSTICA, MANEJO PSICOLÓGICO E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

CIRURGIA PLÁSTICA, MANEJO PSICOLÓGICO E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

A cirurgia plástica possui dois objetivos: Reparação e Estética:

– A cirurgia de Reparação é aquela realizada em estruturas anormais do corpo causadas por defeitos congênitos, anomalias do desenvolvimento, trauma, infecção, tumor ou doença. É geralmente feita para melhorar uma função, mas pode também ser feita para uma aproximação de aparência normal.

– A Cirurgia Estética é a realizada para dar nova forma a estruturas normais do corpo, com o objetivo de melhorar a aparência e a autoestima. Assim, a cirurgia plástica estética tem por objetivo melhorar a aparência de pessoas cujo problema não tenha sido causado por doença ou deformidade. São alterações fisiológicas, como o envelhecimento, a gravidez ou desvios da forma externa do corpo, que não configuram patologia, mas causam alterações psicológicas.

Vamos focar mais aqui na Cirurgia Estética, por ser a mais procurada.

É importante ter em mente que tomar decisões por uma cirurgia plástica não é tão fácil, ela vem acompanhada de muita ansiedade, angústia, medos e falta de informação.

Muitos pacientes depositam na cirurgia plástica a responsabilidade de salvar sua autoestima, ou até algum relacionamento, por isso essas questões DEVEM ser pontuadas e conversadas com os pacientes que estão submetidos a este procedimento cirúrgico. Existe, também, uma expectativa imensa em relação à satisfação dos resultados, no qual pacientes colocam a serviços de suas frustações com a expectativa de que uma mudança física poderá operar milagres em sua saúde emocional, e quando percebem que isso não ocorre, suas frustações aumentam.

Vale ressaltar que muitos pacientes procuram por soluções paliativas para os seus conflitos e angústias, e recorrem à estética. Claro que, há pessoas bem resolvidas que recorrem à estética e que os resultados apenas se complementam com sua autoestima, mas há casos de pessoas que buscam sua realização pessoal na estética e, é nesses casos que precisamos estar atentos, tanto nós psicólogos, quanto os próprios médicos cirurgiões plásticos. A cirúrgica plástica tem como objetivo e proposta promover qualidade de vida para os pacientes.

Por isso, é fundamental que se tenha bem claro o real motivo levou o paciente a decidir pela cirurgia, pois só assim ele (a) será capaz de se beneficiar plenamente com as mudanças trazidas pela cirurgia.

É importante frisar que caso alguma perturbação de qualquer tipo ocorrer com o paciente durante o período que antecede sua cirurgia, é importante que a equipe médica seja avisada, pois a sua tranquilidade no dia da cirurgia é fundamental. A equipe médica deve transmitir segurança e qualidade para o paciente.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA CIRURGIA PLÁSTICA:

Tem como finalidade avaliar as reais motivações que o paciente tem de estar realizando este procedimento cirúrgico, e o quão ele está prepara para essa mudança. O Psicólogo entra como um facilitador nesse processo, proporcionando resultados mais satisfatórios.

O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO:

O Psicólogo auxilia na melhora da autoestima, habilidades sociais, proporcionando um melhor conhecimento de si mesmo e suas reais motivações, preparando-o para uma readaptação da sua imagem e dos novos hábitos de vida, gerando mais satisfação e bem-estar nos resultados.

PRÉ-OPERATÓRIO:

O acompanhamento psicológico pré-operatório consta de um espaço oferecido ao paciente, onde ele possa colocar suas motivações, insatisfações, desejos, fantasias, expectativas, sentimentos e os mais variados possíveis, em relação à cirurgia que será submetido.

Neste momento preparatório é necessário buscar com o paciente, recursos físicos e mentais que possam a ajudar a se preparar para a cirurgia, como as técnicas de respiração, amenizando sintomas de ansiedade, estresse e expectativas.

Mas o importante é buscar com o paciente, recursos físicos e mentais que possam a ajudar a se preparar para a cirurgia.

O acompanhamento psicológico com familiares ou acompanhantes cuidadores também é importante, caso haja necessidade, visto que a cirurgia de um familiar pode despertar ansiedades e sentimentos ambivalentes (de culpa, de dívida, de inveja, de ciúmes inconscientes, etc…). Como esse processo é interacional, a ansiedade vivenciada pode ser “contagiosa”. É importante auxiliar o paciente a desenvolver sua capacidade de suportar suas sensações e emoções desconfortáveis.

PÓS-OPERATÓRIO:

A recuperação trás dois grandes impactos: resultado inicial e o final.

– Resultado Inicial: São as reações que a cirurgia pode vir a provocar, como dor, ansiedade, culpa, vergonha, arrependimentos e outros.

– Resultado Final: É o resultado propriamente dito. É tanto o resultado técnico do procedimento, como o paciente passa a se enxergar e como ele é visto pelos outros.

Após a cirurgia quando o resultado vai de encontro com as expectativas do paciente, eles começam a perceber que o conceito de beleza está associado ao conceito de bem-estar. Entretanto quando esta expectativa não é atingida e, o resultado é muito distante do que o paciente esperava, a dor física torna-se pequena perto da dor emocional de ter que conviver com algo que não se aprecia.

ESTATÍSTICAS:

O Brasil é um dos países campeões em número de cirurgia plástica estética. Em 2001, estimam-se terem sido efetuadas quase 400.000 operações plásticas, só perdendo em termos quantitativos para os Estados Unidos. Uma pesquisa da Datafolha para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica evidenciou que, no período de Setembro de 2007 a Agosto de 2008, foram realizadas 457 mil cirurgias plásticas de natureza estética no Brasil, sendo as mais realizadas: Mamoplastia Adicional (21%) e Lipoaspiração (20%). Estes dados refletem a relevância do corpo para a sociedade contemporânea e sua busca incessante pela perfeição da escultura corporal.


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