CLIFE Skateboarding Magazine
A primeira edição da CLIFE SKATEBOARDING MAGAZINE nasceu em agosto de 2024. E aí? Como escreve o primeiro editorial de uma nova publicação? Fui num caminho seguro e resolvi prestar uma homenagem a algumas das revistas de skate que tanto contribuíram (e para as que seguem contribuindo) para a cultura acerca do skate, algo tão ou até mais importante do que a própria prática.
Alguns podem estranhar o lançamento de uma revista impressa numa época em que elas praticamente desapareceram. E distribuir onde? As bancas de jornal do mundo passaram a vender capinha e carregadores de celular. Mais de uma geração já cresceu sem o hábito de ler algo impresso.
É preciso entender que o skate é um movimento cheio de particularidades. A revista é um dos seus pilares, e a comunidade reúne fotógrafos apaixonados por ver seu trabalho impresso e skatistas que se dispõe a passar horas em busca do momento perfeito para que uma manobra seja eternizada. Sim, claro que o registro em vídeo hoje é algo extremamente comum, mas a plasticidade da fotografia de skate ainda tem lugar cativo entre os que o praticam e os que o fotografam - e que, em muitos casos, são a mesma pessoa.
Os anunciantes, fundamentais para que o projeto torne economicamente viável, conhecem a importância dessas páginas, especialmente se forem marcas essencialmente do skate. Não existe qualquer nível de comparação em matéria de alcance de publicidade digital com impressa, mas ter seu anúncio numa revista de skate é uma demonstração de comprometimento com o skate mais puro. Até mesmo as empresas de fora do skate entrantes nesse mercado logo perceberam que precisavam estar em revistas especializadas, e demonstrar seu compromisso com a cultura, não apenas o interesse comercial. Óbvio que só um anúncio impresso não é demonstração suficiente - mas é indispensável.
Editar uma revista, para mim, é mais um trabalho de RH do que propriamente de edição. Contando com as pessoas certas, sejam skatistas, fotógrafos, redatores ou artistas, o trabalho acaba se desenvolvendo quase que naturalmente. Ter ao lado um bom time é algo fundamental, e me faz lembrar do técnico de futebol, o mestre Telê Santana, que não se opunha toda vez que o clube se via tentado a vender um jogador, mas exigia ser ouvido a cada nova contratação. Conhecer e confiar com as pessoas com quem trabalho é uma exigência da qual não abro mão. Boas pessoas geram bom material, e aí cabe ao editor a tarefa ingrata de definir o que não vai entrar, de lidar com as limitações de espaço que o meio físico impõe - e que o meio digital nos destreinou.
Voltando para a CLIFE, a revista é baseada em Barcelona, impressa em inglês e foi produzida editorialmente aqui no Brasil. A iniciativa partiu de Leandro Franco, um fotógrafo brasileiro dono de skateshop residente na capital catalã.
Essa mistura de nações e idiomas vai de encontro com algo que admiro no skate: uma comunidade global, onde as fronteiras e línguas pouco importam. Viaje e você verá que o skate é um passaporte e as skateshops e os lugares de prática internacionalmente conhecidos e compartilhados funcionam quase que como embaixadas. Se as bancas de jornal já não fazem mais seu papel original, a distribuição de revistas e fanzines de skate encontrou nas skateshops uma maneira de dar continuidade no espalhar da palavra - e é nessas lojas especializadas que a CLIFE será encontrada. Sobre periodicidade, uma segunda edição provavelmente acontecerá antes do final de 2024. A conta de Instagram está ativa e o site, em preparação.
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Deixo aqui o expediente da edição inaugural:
publisher: Leandro Franco "Moska"
editor: Douglas L. Prieto
art director: Guilherme Theodoro Guilherme Theodoro
photography: Leandro Moska / Julien Deniau / Diego Sarmento / Paulo Macedo / Renan Castagnaro / Sammy Glucksman / Mathias Hoodwatcher / Apenas gosto /
words: Douglas Prieto / Anto Lopez / Renan Castagnaro
link para compra (Europa):
Art Director
4 mBora fazer a proxima edição?