COEXISTÊNCIA
Tanto a matéria-prima madeira como todos os outros produtos que dependem do abrigo da floresta, tem tido uma forte interação com os seres humanos, desde o aparecimento do gênero Homo na face da terra há cerca de 100 mil anos. Em todas as regiões do mundo, sem exceção, essa coexistência teve um inicio muito parecido: (i) a floresta era usada apenas para caça e coleta de outros produtos extrativista como a lenha para a energia e o material para moradias, além de outras construções e (ii) com o aumento da população, o gênero Homo foi forçado a aprender a domesticar determinadas plantas e animais e, em função disso, a floresta transformou-se em obstáculos, sendo, invariavelmente, derrubada e queimada.
A floresta não foi e nunca será obstáculo para o ser humano. A floresta tem papel importante, de forma intrínseca, na proteção de outras formas de vida e na manutenção dos processos biológicos que controlam a produção e produtividade dos ecossistemas. Da mesma forma, a floresta fornece importantes serviços ambientais (regulagem de secas e cheias, controle da erosão do solo e sedimentação dos rios, descarga de águas subterrâneas e outros), que, frequentemente, são subavaliados, primariamente porque eles não têm preço no mercado tradicional e porque os efeitos de sua destruição não são percebidos antes que os benefícios de curto prazo cessem.
A Amazônia brasileira tem posição de destaque no atlas mundial por ter a maior reserva florestal contínua do mundo e por outras riquezas. Essas riquezas podem ser traduzidas como grandes jazidas minerais e óleo, diversidade de animais e vegetais, sem falar de microorganismos que vivem acima e abaixo do solo. Essas espécies, juntas, funcionam como um grande reservatório genético ainda pouco conhecido, mas com grande potencial alimentício e farmacológico de grande importância para a humanidade.