Como adaptar os recursos humanos à nova realidade digital?
Comitiva Hospital Albert Einstein: Miguel Cendoroglo, Rodrigo Demarch, Eliezer Silva, Henrique Neves, Debora Pratali, Miriam Branco e Anderson Moco

Como adaptar os recursos humanos à nova realidade digital?

O South by Southwest (SXSW) é o maior festival do mundo de inovação e tecnologia, reúne anualmente pessoas de diversas áreas, apresentando as tendências dos próximos anos. Tive a oportunidade de estar pela primeira vez no evento, junto da comitiva coordenada pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Aliás, nós fizemos história como a primeira organização no setor de saúde brasileiro a se apresentar nos palcos do festival. Para essa estreia, nosso presidente Dr. Sidney Klajner falou sobre 5 projetos, que já estão em ação hoje, em que a tecnologia é aplicada para a ampliação da equidade no acesso à saúde. 

Apesar da expectativa de que grande parte dos temas abordasse o futuro, no evento era inevitável a sensação de que estávamos vivenciando o presente. Assuntos que ouvimos falar no dia a dia se materializaram em forma de debate, experiência e exposição de empresas. Por outro lado, também foram tratados temas que parecem tão distantes, como computação quântica, metaverso e o táxi aéreo.

Trabalhando o presente no universo ansioso

Em um dos painéis, “Open Minds: Innovations in Consciousness, Psychedelics & Mental Health”, foi apresentada a visão de três especialistas, sendo um deles o médico Deepack Chopra, que simplesmente conduziu a plateia em uma meditação emocionante. Chopra falou sobre a importância da medicina alternativa para tratar problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. 

Foi um guia para promover o bem-estar emocional e físico, a fim de lidar com essas e outras questões de saúde mental. Ao traçar um paralelo com o universo ansioso, podemos ver como as práticas de autocuidado, a conexão entre mente, corpo e espírito e o diálogo aberto podem ser importantes para lidar com desafios. Inclusive, essa é uma forma de encarar os obstáculos e as questões levantadas por outros pensadores que se apresentaram, como é o caso da palestra de Amy Webb, na qual afirmou que não viveremos mais a internet como a conhecemos, que tudo caminha para uma mudança em alta velocidade, e pode ser que não consigamos acompanhar esse movimento. 

Seremos capazes de nos adaptar a esse cenário?

Penso que sim. A palestra do presidente do Hospital Israelita Albert Einstein mostrou ao mundo exemplos dos benefícios da tecnologia para a sociedade, dando um respiro ao universo ansioso apresentado até agora. A organização apresentou ações práticas, que aliadas à inovação, ampliam a equidade em saúde, como: 

●      telemedicina para populações vulneráveis na região da Amazônia; 

●      consultoria médica digital para UTIs públicas; 

●      plataforma colaborativa para mapear e reduzir infecções multirresistentes em UTIs públicas; 

●      pesquisa, cruzamento de dados e intervenções sobre saúde mental na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo; e

●      criação de um centro de inovação na Amazônia focado em biotecnologia e na relação entre saúde e meio ambiente. 

Essas ações são provas de que um uso simples da tecnologia pode apoiar - e muito! - a população quanto aos cuidados em saúde. 

E não adianta lutar contra a inovação, pois essa já é presente e muda toda a forma de trabalhar, estudar, se entreter e viver. Como exemplo, na área da saúde, os profissionais precisarão estar preparados para pacientes mais informados e mais inquisitivos. Isso é um reflexo de toda a informação que as pessoas têm ao seu dispor, seja por uma pesquisa no Google ou uma interação no tão falado ChatGPT.

Inclusive, a revolução do trabalho foi um tema abordado transversalmente no festival e, dentre as pautas discutidas, estava a semana de 4 dias. Ao meu ver, essa é uma questão um tanto delicada, especialmente quando pensamos no formato de remuneração brasileiro. Na experiência da Saúde, jornadas menores não significam melhor qualidade de vida, já que muitas pessoas têm mais de um emprego para obter melhor renda. Muitas empresas que já oferecem a opção relatam ganho na produtividade, aumento da satisfação dos funcionários e um ambiente de trabalho mais harmônico, porém, é preciso saber aplicar essas regras de maneira que os colaboradores não sejam prejudicados a longo prazo.  

Assuntos ligados à inclusão também foram debatidos, desde o apoio aos problemas de saúde mental, à cirurgia de redesignação sexual até algo mais futurista, como o chip cerebral ou brain computer interfaces (BCIs) que auxilia pessoas com perda motora, apresentados no painel SuperHuman. Em todos os casos, é preciso estudar e planejar com cautela, bem como proceder com transparência, para que não acabem reforçando a desigualdade e a falta de inclusão, ao invés de reduzi-las.  

Minha experiência no SXSW reforçou o quão importante é encontrar um equilíbrio entre valorizar as habilidades e competências dos colaboradores e garantir que eles sejam tratados de forma justa e inclusiva. Diversidade, equidade e inclusão, discussão de longevidade e felicidade, e o foco na saúde mental são assuntos que apareceram no evento, conectados entre si, e são elementos cruciais para a construção de um futuro melhor.

Obrigado por compartilhar informações tão valiosas, Miriam Branco da Cunha vamos conversar acredito que temos muito a colaborar com o que estamos fazendo na Kornerz e o Albert Einstein.

Otilia R.

Consultora e Facilitadora | De curiosa a Especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional

1 a

Muito bacana, Miriam! Parabéns 👏🏼

Isabela Branco Lazarini

Advogada na AVJ Advogados Associados

1 a

Muito bom!!

Marcelo Nobrega

IA, Inovação e Tecnologia em RH, Investidor e Conselheiro de HRTechs, Palestrante Internacional e Mentor de Executivos

1 a

Estive lá em 2018. Sinto como se tivesse sido há séculos. Tenho que voltar logo. É muita coisa boa.

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