Como a Alienação Política Tem Nos Impedido de Ser Mais Humanos

Como a Alienação Política Tem Nos Impedido de Ser Mais Humanos

Quero compartilhar uma experiência recente que me fez refletir sobre a alienação política e seu impacto em nossa humanidade.

Conheci uma moça na igreja - preta, gorda, classe média baixa e babá. Não posso afirmar muito sobre sua educação ou moradia, mas seus trejeitos indicavam que ela não tinha acesso a uma educação rebuscada. Surpreendentemente, ela era bolsonarista.

Essa moça, sempre engraçada na igreja, gostava de fazer piadas diversas, mas na internet propagava ódio em nome de Deus. Decidi bloqueá-la após vê-la comemorar um assalto, um ato criminoso que, em minha visão, deveria ser combatido e não celebrado.

Defender o que é certo chama-se justiça, defender o que te beneficia chama-se interesse. O assalto não deve ser motivo de comemoração, independentemente de quem seja a vítima.

A recente tentativa de roubo contra Tabata do Amaral em São Paulo trouxe à tona comentários lamentáveis. Em vez de focar no crime em si e na segurança da vítima, alguns comentaristas preferiram politizar o evento de maneira equivocada.

Primeiramente, o governo de São Paulo é de direita, nunca sendo governado pela esquerda, a menos que consideremos o breve período de abril de 2018 a janeiro de 2019. Responsabilizar o Lula por tudo que acontece no país, ignorando governos estaduais e municipais, é demonstração de ignorância ou má-fé.

A sociedade parece esquecer valores básicos: fazer apologia a crime é crime, e julgar e condenar o próximo é pecado. No entanto, vemos pessoas usando a religião e a política para propagar ódio, raiva, frustração e miséria.

Para aqueles que, em vez de estender auxílio ao próximo, proferem palavras de culpa e condenação baseadas em escolhas políticas, questiono a verdadeira essência do cristianismo. Jesus foi crucificado ao lado de um bandido e ofereceu a ele a promessa de encontrá-lo no céu naquele mesmo dia.

Fazer julgamentos, politizar crimes e espalhar ódio não é compatível com princípios cristãos ou valores humanos fundamentais. Se queremos ser verdadeiramente humanos, precisamos resgatar o bom senso, o senso crítico e a consciência de classe, lembrando que estamos mais próximos do morador de rua, do negro, pobre e favelado do que do bilionário.

Que o Espírito Santo faça morada em nossas vidas, guiando-nos para a compreensão, empatia e amor ao próximo, independentemente de suas escolhas políticas. Juntos, podemos construir uma sociedade mais justa e humana.


Com esperança e reflexão,

Maria Ritha Gouvêa.

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